A Alemanha resolveu ir na contramão da proposta da Comissão Europeia sobre encerrar as vendas de carros a gasolina e diesel após 2035. Volker Wissing, ministro dos Transportes do país, participou de um encontro com ministros de outros países europeus e deixou clara a posição da Alemanha sobre o assunto.

“Queremos permitir os motores a combustão mesmo depois de 2035", disse, como revelado por nossos colegas de Motor1.com Itália. No entanto, há um detalhe muito importante para isto: a Alemanha quer que estes novos carros a combustão sejam vendidos "somente se forem movidos exclusivamente por combustíveis sintéticos."

Combustíveis sintéticos podem ser compatíveis com os carros tradicionais e permitiriam que continuem nas ruas nos próximos anos enquanto reduzem a emissão de poluentes. O ministro alemão diz estar convencido de que há "uma solução que garante que carros não serão reabastecidos com combustíveis derivados de combustíveis fósseis."

Wissing também disse que "não podemos depender apenas da mobilidade elétrica ou a hidrogênio no futuro" e que "precisamos nos manter tecnologicamente neutros." Também deve ser considerado que, até agora, "não temos carros elétricos o suficiente, então precisamos dimensionar sua disponibilidade." Curiosamente, a Audi declarou ontem que seus motores V6 diesel agora usarão combustíveis ronváveis, reduzindo a emissão de CO2 entre 70 e 95%.

A ideia da Alemanha de uma solução "intermediária" para atingir uma descarbonização completa vem após uma declaração de Roberto Cingolani, ministro de transição ecológica da Itália. Ele disse recentemente que o futuro do carro "não pode ser totalmente elétrico" e que, ao invés disso, focar em "uma geração de híbridos ultra-modernos, mesmo com um desempenho limitado", para reduzir o CO2.

Em setembro passado, a Itália anunciou que estava conversando com a Comissão Europeia para conseguir uma exceção ao banimento dos motores a combustão, voltado para as fabricantes de supercarros, mas ainda não se sabe se deu algum resultado. A União Europeia ainda não discutiu a proposta da comissão sobre acabar com as vendas de carros a gasolina e diesel em 2035, o que ainda levará anos para ser analisada e modificada.

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