Estabelecida há pelo menos 10 anos, a parceria firmada entre o grupo Daimler (controlador da Mercedes-Benz) e a Renault-Nissan parece estar com os dias contados. Conforme relata a agência de notícias Automotive News, o conglomerado alemão está disposto a negociar sua participação na empresa franco-nipônica e ofertar ao mercado 9,2 milhões de ações. O negócio é avaliado em aproximadamente US$ 364 milhões (quase R$ 2 bilhões).
Concretizada a venda, não haverá mais nenhum vínculo entre as empresas. A oferta, vale lembrar, acompanha movimentação já realizada pelas parceiras. Em maio, a Nissan vendeu sua participação na Daimler por US$ 1,2 bilhão, enquanto a Renault fez o mesmo em março. A aliança ficou estremecida desde a prisão de Carlos Ghosn em 2018. Hoje, tanto Renault quanto Nissan procuram maneiras de otimizar seus fluxos de caixa e restaurar os níveis de lucratividade.
Durante o período em vigor, a parceria rendeu uma série de frutos para todas as empresas. Pelo lado da Mercedes-Benz, foram lançados modelos como o multiuso Citan (baseado no Renault Kangoo) e a picape média Classe X (derivada da Nissan Frontier). O Citan segue vivo até hoje e já está na segunda geração. A Classe X, porém, saiu de linha pouco tempo depois do lançamento em razão das baixas vendas. Nem no Brasil chegou a ser lançada, pois foi descontinuada antes.
Já pelo lado da Renault-Nissan foram lançados veículos Infiniti (divisão de luxo da Nissan) com plataformas da Mercedes-Benz, especialmente os modelos Q30 e QX30. Além disso, os alemães forneceram o motor 2.2 turbodiesel usado pelo SUV Q50 vendido na Europa e uma caixa automática de 9 marchas. É destaque ainda o desenvolvimento conjunto do motor 1.3 turbo, usado tanto pela Mercedes quanto pela Renault. No Brasil, o bloco está sob o capô do SUV Captur.
Projetos atualmente à venda, vale lembrar, não serão afetados pela dissolução da parceria.
Fonte: Automotive News
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