O futuro do Honda Civic no Brasil finalmente foi definido. A fabricante confirma os rumores de que encerrará a produção do sedã médio em Sumaré (SP) em dezembro, acabando com aquele que foi o primeiro carro da empresa a ser feito no país. Isto não significa que o Civic desaparecerá das concessionárias brasileiras, pois a marca diz que importará a nova geração do carro e que o lançamento acontecerá no 2º semestre de 2022
O fim do Honda Civic nacional já aparecia em rumores desde que a marca apresentou um protótipo da nova geração no início do ano. Com o HR-V ocupando boa parte das vendas nesta faixa de preço e com o novo City ficando maior e mais refinado, a estratégia da fabricante será focar nestes dois produtos e oferecer o Civic somente em versões mais caras e completas, ainda mais que agora virá importado do Canadá - o que elevará muito os preços, como aconteceu com o CR-V atual.
Com o fim do Civic, o City terá um papel mais importante do que ser o sedã de entrada da marca. Fontes já adiantavam à Motor1.com que a evolução do City em tecnologia faria com que ocupasse esta faixa de preços de forma natural. Além disso, o HR-V já vende mais do que o Civic com folga. No acumulado do ano, o SUV compacto é o 15º mais emplacado, com 31.843 unidades, enquanto o Civic aparece na 27ª posição, contabilizando 15.664 unidades (ou seja, quase metade do que o HR-V vendeu no mesmo período). Para piorar, o segmento dos sedãs médios já encolheu muito e hoje representa apenas 4,86% dos emplacamentos no Brasil.
A mudança no gosto do clientes faz com que os sedãs médios sejam procurados por clientes que buscam uma condução mais esportiva do que um SUV, o que é uma parcela pequena do mercado – e isso acontece em outros países, tanto que o Civic com carroceria sedã não é mais vendido na Europa ou Japão. Assim, fica mais interessante para a Honda colocar as fichas no Civic nas versões mais caras para estes poucos clientes, de olho até na versão híbrida, que já aparece em rumores e que poderia vir ao país para ajudar nos planos de eletrificação da fabricante.
Ainda assim, é uma notícia triste para os fãs do Honda Civic. O sedã é o símbolo da marca no Brasil e foi o primeiro carro da empresa a ser feito aqui, em outubro de 1997. Ajudou a construir a fama da marca em oferecer produtos de qualidade, confiabilidade e com excelente pós-venda, atingindo seu auge durante a 8ª geração, aquela foi batizada como “New Civic”. Mesmo que venha importado, o fim de sua produção nacional não deixa de trazer uma preocupação sobre o que acontecerá com o carro no futuro.
Em sua 11ª geração, o sedã médio está levemente maior, medindo 4,673 metros de comprimento, 1,800 m de largura, 1,414 m de altura e com um entre-eixos de 2,735 m. São 32 mm a mais de comprimento, com os balanços reduzidos pois o entre-eixos sozinho aumentou 35 mm. Um efeito disso é que o porta-malas caiu de 519 litros para 419 litros, para focar no espaço interno, principalmente nos bancos traseiros.
Como a tecnologia dos carros virou um ponto importante para os clientes em muitos mercados, o novo Civic aposta bastante no quesito, recebendo uma central multimídia de 7” ou 9” (dependendo da versão) com tela flutuante e compatíveis com Android Auto e Apple CarPlay. Isto já ajuda no estilo interno, consideravelmente mais limpo e com poucos botões. As configurações mais caras adotam um painel de instrumentos digital de 10,2”.
E a Honda manteve a promessa de ampliar a oferta do pacote Sensing de segurança, com controle de cruzeiro adaptativo, frenagem automática de emergência, assistente de permanência em faixa e outros itens. Traz um equipamento inédito, com um airbag frontal apelidado pela marca como “donut”, usando três camadas de bolsas para evitar que o passageiro escorregue pelo airbag e bata a cabeça.
A parte mecânica foi a que mudou menos. Manteve os motores 2.0 aspirado e o 1.5 turbo. O 2.0 agora entrega 160 cv e 19 kgfm de torque, por utilizar duplo comando variável – o Civic nacional usava comando único no cabeçote, gerando 155 cv e 19,5 kgfm. Já o 1.5 turbo agora utiliza variação da abertura das válvulas para escape e teve melhorias no turbo. Agora é capaz de fazer 182 cv e 24,5 kgfm. Nos dois casos, a transmissão é apenas a automática do tipo CVT, que foi atualizada para simular marchas de uma forma mais eficiente e natural.
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