A mais nova vítima do avanço dos SUVs é um modelo muito conhecido dos brasileiros: o Santana. O Grupo Volkswagen planeja parar de fabricar o modelo na China depois de mais de três décadas em produção. Emblemático, ele foi primeiro modelo de fabricação chinesa e se tornou um símbolo da crescente classe média do país. Também foi responsável por aumentar a popularidade da montadora.

De acordo com a publicação europeia Automotive News, a joint venture da VW com a SAIC Motor encerrará a produção dos modelos Santana, Skoda Rapid e de uma versão atual do Tharu (versão chinesa do Taos) em sua fábrica na cidade oriental de Yizheng, segundo revelam documentos do governo. O Tharu será reeestilizado em breve no país, já que foi lançado em 2018 por lá.

Volkswagen Santana
Atual Volkswagen Santana produzido na China

A fábrica de Yizheng é a principal responsável pela produção do Santana na China com a expressiva capacidade de 224,4 mil unidades por ano. Para se ter uma ideia do que isso representa, é pouco menos do que o volume de vendas do Chevrolet Onix em 2019, momento em que atingiu 241.214 unidades.

Galeria: Volkswagen Santana com visual atualizado aparece em primeiras imagens

Dificilmente uma montadora comunica oficialmente uma decisão desta magnitude, mas disse em um comunicado à Reuters que a preferência dos consumidores mudou dos sedãs para os SUVs. "As preferências do cliente estão mudando gradualmente dos modelos ICE (motor de combustão interna) para modelos BEV (veículos elétricos com bateria) e SUVs”, disse a empresa.

A produção do Santana começou na China em 1985 e já passou da barreira de 6 milhões de unidades até agora. Aqui no Brasil a Volkswagen produziu o modelo entre 1984 e 2006. Sua missão era encarar concorrentes como Ford Del Rey e Chevrolet Monza. Esta geração até chegou a ser estudada para o mercado brasileiro em meado da década passada, o que não aconteceu.

Modelos como o Santana se tornaram símbolos de status na década de 1990 com o boom da economia da China. Agora, além da preferência por SUVs, ele também enfrenta a defasagem tecnológica que o impede de se tornar um modelo eletrificado. De qualquer forma, agora parece ser o fim definitivo do icônico sedã.

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