Já fazem alguns anos que se fala de downsizing no mercado. A prática de substituir motores maiores e aspirados por propulsores menores e sobrealimentados caiu como uma luva no mercado brasileiro, pois é possível fazer um pequeno 1.0 de 3 cilindros render quase tanto quanto um 2.0 do passado e, com isso, pagar menos impostos.
Depois de a Volkswagen dar o pontapé na era dos tricilíndricos 1.0 turbo com os finados Golf de sétima geração e up!, a disputa dessa categoria está cada vez mais acirrada. Hoje, Hyundai, Chevrolet e a Caoa Chery já oferecem motores com esta configuração, entregando resultados diferentes de acordo com os componentes usados e suas tecnologias empregadas.
Recentemente, a Fiat finalmente deu detalhes sobre seu inédito 1.0 turbo para o Pulse, que será lançado em breve. Derivado do tricilíndrico aspirado da família Firefly encontrado no Argo, com a sobrealimentação a Fiat autoproclamou o motor como o mais potente do Brasil nessa categoria.
E o SUV poderá ser apenas o primeiro a adotá-lo, com o novo propulsor podendo chegar ainda ao Jeep Renegade 2023 e até mesmo no Peugeot 208 e no substituto do Citroën C3, uma vez que todas as marcas são do grupo Stellantis. Mas, olhando para o mercado de hoje, como que o novo motor da Fiat se compara com os principais rivais?
O nome de batismo do motor que equipará o Fiat Pulse é 1.0 Turbo 200 Flex, onde o número faz menção ao torque em Newton-Metros (Nm), como faz a Volkswagen. Um dos mais modernos do país, também é o mais potente da categoria com a ajuda de diversas tecnologias, além do turbo e da injeção direta de combustível, comum em diversos concorrentes.
Seu principal diferencial é o MultiAir, um sistema já conhecido dentro da Fiat de outros modelos e aplicado pela primeira vez em um motor produzido no Brasil. No lugar de um comando de válvulas na admissão, atuadores são instalados e permitem variar abertura e tempo de abertura, além de diversos parâmetros com maior flexibilidade que o comando tradicional.
Stellantis 1.0 Turbo 200 Flex | |
Cilindrada |
999 cc (70 x 86,5 mm) |
Número de cilindros |
3 |
Potência (pico em rpm) | 130 cv com etanol / 125 cv com gasolina (pico não declarado) |
Torque (pico em rpm) | 20,4 kgfm com etanol ou gasolina (1.750 rpm) |
Aplicação | Fiat Pulse |
O primeiro tricilíndrico turbo dessa nova era chegou em 2016 com o Volkswagen Golf 1.0 TSI, que teve diversas modificações para ter mais potência que o utilizado até então no up!. Em 2017 começou a se espalhar pela linha da marca, sendo encontrado em Polo e Virtus até hoje. Como as plataformas da empresa são comuns entre os carros, todos usam alguma variação da arquitetura MQB - mais recentemente o pequeno 1.0 turbo da VW também é visto no T-Cross e no Nivus.
Apesar de ser o que tem mais tempo no mercado, o 200 TSI da Volkswagen ainda é um dos que trazem um pacote de soluções mais elevado. Ele já conta com os tradicionais comandos de válvulas, mas com variador de fase na admissão e escape, além de injeção direta de combustível. É produzido em São Carlos (SP).
Volkswagen 200 TSI | |
Cilindrada |
999 cm³ (74,5 x 76,4 mm) |
Número de cilindros |
3 |
Potência (pico em rpm) | 128 cv com etanol / 116 cv com gasolina (5.550 rpm) |
Torque (pico em rpm) | 20,4 kgfm com etanol ou gasolina (2.000 rpm) |
Aplicação | Polo, Virtus, T-Cross e Nivus |
Há alguns anos, a Hyundai tinha se aventurado pelo mundo dos motores 1.0 turbo na linha HB20. Mais simples e menos moderno porém, vendeu pouco e não entregava um desempenho superior ou melhor consumo o suficiente para justificar o preço maior em relação ao 1.6 aspirado da época. Com o lançamento da linha 2021 da família HB20, a empresa introduziu um novo propulsor.
É o 1.0 Turbo GDI, motor que está equiparado em tecnologia com a Volkswagen. Ele já tem intercooler, injeção direta de combustível e os comandos de válvulas possuem variadores de fase na admissão e no escape. Hoje, ele é encontrado nos Hyundai HB20, HB20S e no recém-renovado Creta.
Hyundai Turbo GDI | |
Cilindrada |
998 cm³ (71 mm x 84 mm) |
Número de cilindros |
3 |
Potência (pico em rpm) | 120 cv com etanol ou gasolina (6.000 rpm) |
Torque (pico em rpm) | 17,5 kgfm com etanol ou gasolina (1.500 rpm) |
Aplicação | HB20, HB20S e Creta |
Depois de a primeira geração do Onix colocar a Chevrolet no topo do ranking das marcas mais vendidas, estava na hora de aposentar os antigos 1.0 e 1.4 aspirados de quatro cilindros. Com o lançamento da segunda geração, em setembro de 2019, a plataforma do carro se tornou global, chamada de GEM, e com isso ficou mais moderna também na motorização.
Em 2019 foi introduzido o atual 1.0 Ecotec Turbo, motor 1.0 tricilíndrico sobrealimentado da empresa. Ele também tem intercooler e variadores de fase para os comandos de admissão e escape. No entanto, a Chevrolet foi mais conservadora e não adotou o sistema de injeção direta de combustível, usando a injeção indireta convencional - diferente da versão utilizada no exterior. Com isso, é um dos que entrega menos potência nessa lista.
Chevrolet 1.0 Ecotec Turbo | |
Cilindrada |
999 cm³ (74 mm x 77,49 mm) |
Número de cilindros |
3 |
Potência (pico em rpm) | 116 cv com etanol ou gasolina (5.500 rpm) |
Torque (pico em rpm) | 16,8 kgfm com etanol / 16,3 com gasolina (2.000 rpm) |
Aplicação | Onix, Onix Plus e Tracker |
Chegando agora à festa, a Caoa Chery começou a oferecer seu primeiro 1.0 turbo de 3 cilindros no Brasil. A estreia ocorreu com o lançamento do Tiggo 3X. No entanto, a montadora foi bem conservadora no acerto de seu propulsor. Ele já conta com intercooler, mas a injeção de combustível é indireta, como na Chevrolet. Porém, o motor da Caoa Chery conta com comando de válvulas variável apenas para admissão, não para o escape. Com isso, é o menos potente da lista.
Caoa Chery 1.0 Turbo | |
Cilindrada |
997 cm³ (71 mm vs. 84 mm) |
Número de cilindros |
3 |
Potência (pico em rpm) | 102 cv com etanol / 98 cv com gasolina (5.500 rpm) |
Torque (pico em rpm) | 17,1 kgfm com etanol / 16,8 com gasolina (2.000 rpm) |
Aplicação | Tiggo 3x |
Stellantis | Volkswagen | Chevrolet | Hyundai | Caoa Chery | |
Cilindrada | 999 cm³ | 999 cm³ | 999 cm³ | 998 cm³ | 997 cm³ |
Número de cilindros | 3 | 3 | 3 | 3 | 3 |
Potência Etanol (pico em rpm) | 130 cv (pico não declarado) | 128 cv (5.550 rpm) | 116 cv (5.500 rpm) | 120 cv (6.000 rpm) | 102 cv (5.500 rpm) |
Potência Gasolina (pico em rpm) | 125 cv (pico não declarado) | 116 cv (5.550 rpm) | 116 cv (5.500 rpm) | 120 cv (6.000 rpm) | 98 cv (5.500 rpm) |
Torque Etanol (pico em rpm) | 20,4 kgfm (1.750 rpm) | 20,4 kgfm (2.000 rpm) | 16,8 kgfm (2.000 rpm) | 17,5 kgfm (1.500 rpm) | 17,1 kgfm (2.000 rpm) |
Torque Gasolina (pico em rpm) | 20,4 kgfm (1.750 rpm) | 20,4 kgfm (2.000 rpm) | 16,3 kgfm (2.000 rpm) | 17,5 kgfm (1.500 rpm) | 16,8 kgfm (2.000 rpm) |
Injeção direta | Sim | Sim | Não | Sim | Não |
Variador de fase admissão | MultiAir III | Sim | Sim | Sim | Sim |
Variador de fase escape | Sim | Sim | Sim | Sim | Não |
Intercooler | Sim | Sim | Sim | Sim | Sim |
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