O plano comercial adotado pela Citroën na Índia deverá representar com fidelidade a estratégia de máxima sinergia pensada pela Stellantis para as marcas do grupo. Por lá, a fabricante francesa está aos poucos se firmando como opção, dando passos calculados para conquistar mercado e galgando participação. A ideia não é chegar com tudo de uma só vez, mas sim abrir caminho gradualmente para colher resultados no longo prazo.
“Nossa abordagem sempre foi não ser um dinossauro ou querer algo grande", explicou Roland Bouchara, CEO da Stellantis na Índia. “Precisamos primeiro executar e provar, e então seguir em frente. Precisamos permanecer humildes na Índia", continuou. De acordo com o executivo, o objetivo da empresa é garantir que as operações locais sejam sustentáveis para que tenham retorno em termos de lucratividade.
Parte importante da estratégia é estreitar as sinergias com a Jeep, outra marca do grupo Stellantis presente na Índia. A empresa está no país há mais tempo que a Citroën e vem colhendo resultados bastante animadores com o SUV Compass. A ideia é que ambas possam compartilhar setores de finanças, cadeia de suprimentos, logística, depósitos de peças e assim por diante, de modo a reduzir custos, simplificar processos e agilizar projetos.
Além disso, há planos para uma relação ainda mais direta entre as empresas, especificamente no compartilhamento de peças e plataformas - e não somente na Índia. “São muitas as hipóteses e não estamos falando apenas da Índia”, afirmou Bouchara. Detalhes ainda são desconhecidos, mas especulações adiantam que o futuro SUV de entrada da Jeep, posicionado abaixo do Renegade, poderá adotar a arquitetura CMP da Citroën.
O novo crossover chegará ao mercado em 2022 e atuará em um nicho cada vez maior e mais diversificado: o dos chamados mini-SUVs. O segmento já atraiu a atenção de marcas como Hyundai (Venue), Kia (Sonet), Renault (Kiger) e Nissan (Magnite), e promete se tornar forte mundo afora pelos próximos anos.
Hoje, a Citroën atende a demanda do mercado indiano com aproximadamente 10 concessionárias (a rede está sendo construída aos poucos, diz a marca). O único veículo ofertado localmente é o SUV C5 Aircross, que começou a ser vendido em abril e até setembro emplacou 473 unidades. O C3 de nova geração acaba de ser apresentado por lá e será o carro de grande volume da marca. Começará a ser produzido neste ano, chegando às lojas na sequência.
Fonte: Autocar Índia
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