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Último Troller sai da fábrica de Horizonte e finaliza história

Unidade é da versão TX4, com câmbio automático, e marca fim triste da marca brasileira

Troller TX4 na fábrica de Horizonte - última unidade produzida
02:46

A Ford confirmou o fim da Troller no Brasil há dois meses, momento no qual afirmou que a produção do utilitário seguiria até o final de setembro, na fábrica de Horizonte (CE). Confirmando a previsão, surgiu nas redes sociais a imagem do último Troller produzido no complexo industrial cearense, que para muitos entusiastas da marca é um tanto melancólica. As fotos foram publicadas no Instagram dos perfis @deolhoemhorizonte e @mentirasautomotivas

Com isso, tanto os modelos T4 e TX4 (com transmissão automática) tiveram sua produção encerrada na fábrica da marca. E a última unidade que simboliza o fim de uma marca que surgiu no Ceará em 1997 é um TX4 com carroceria pintada de branco com detalhes em azul no capô, para-lamas, para-choques e teto. Com visual um pouco diferente e câmbio automático, o TX4 curiosamente teve pouco mais de um ano de mercado, já que foi lançado em janeiro de 2020.

Atualmente, o único modelo que aparece no site oficial da Troller é o T4 Connect, série especial que surgiu no primeiro semestre deste ano como uma série de despedida “informal” do utilitário 4x4. Ela acrescentava itens volante multifuncional, piloto automático e duas câmeras externas na dianteira e traseira, ambas a prova d’água para aguentar o uso no fora de estrada. Apesar de ter surgido com opção de câmbio manual ou automático na época, no site aparece somente a opção do T4 Connect com transmissão manual.

Troller TX4 na fábrica de Horizonte - última unidade produzida
Troller_última unidade produzida (1)

Seja qual for o modelo, T4 ou TX4, ambos tinham debaixo do capô o mesmo motor 3.2 cinco cilindros turbodiesel da Ranger, que rende 200 cv e 47,9 kgfm de torque. A tração 4x4 com comando eletrônico podia ser acionada por um seletor giratório no console, nas opções 4x2, 4x4 Low e 4x4 High, sendo esta última podendo ser acionada em velocidades de até 120 km/h. Querido entre os entusiastas de trilhas mais pesadas, os Troller ainda tinham diferencial traseiro autoblocante com sistema Trac-Lock, que transfere o torque para a roda com maior aderência e compensa variações do piso.

Embora os modelos T4 e TX4 tiveram sua produção encerrada no final de setembro, a fábrica da Troller em Horizonte continuará ativa até o final de novembro, de acordo com a montadora. Nesse período, o complexo industrial continuará em operação afim de criar um estoque de peças de reposição para os clientes que têm algum Troller em sua garagem.

No site oficial, a Troller afirma em comunicado que continuará dando assistência aos clientes da marca. “Neste momento, a Rede de Concessionárias Troller não sofrerá nenhuma mudança e continuará a operar normalmente no Brasil. Mudanças futuras serão comunicadas com antecedência, com total transparência. A Ford continuará ativamente presente no Brasil, honrando todas as garantias e oferecendo um portfólio de vendas, serviços e peças de reposição para todos os clientes, incluindo os Clientes Troller”.

Venda não deu certo

Desde que a Ford anunciou em janeiro deste ano o fim da operação de suas fábricas no Brasil, o destino da Troller era incerto. De acordo com o jornalista Victor Ximenes, do jornal Diário do Nordeste, até houve interessados na compra da Troller, que no caso seriam dois investidores de empresas nacionais fora do setor automotivo. A ideia seria manter a Troller viva com os modelos atuais, cuja marca ainda receberia um investimento para ter sua fábrica modernizada e receber novos modelos além do T4. Um projeto para desenvolvimento de veículos elétricos também estava nos planos.

Mas no comunicado divulgado em agosto pela Ford e enviado aos empregados da Troller, um novo impasse surgiu com o Governo do Ceará. Com isso, a marca do oval azul decidiu que a marca Troller acabaria e não faria parte da venda. Ou seja, quem adquirir a fábrica, não poderá mais usar a marca e nem os designs, o que exigiria ainda mais investimento para criar um novo modelo do zero, além de fazer uma nova marca.

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