Fiat suspende parte da produção em Betim por falta de chips
Turno da noite será suspenso por três meses, com cerca de 1,8 mil empregados ficando em casa a partir de 4 de outubro
Após meses seguindo com a produção apesar da escassez de semicondutores, a Fiat mostra que nem ela está imune à falta do componente. A empresa anunciou que iniciará o processo de layoff para cerca de 1,8 mil funcionários da fábrica de Betim (MG) a partir do dia 4 de outubro, que ficarão em casa por três meses. A marca diz que a suspensão acontecerá no turno da noite de uma única linha de montagem e os carros afetados não foram revelados.
O complexo industrial de Betim é responsável pela montagem de Argo, Doblò, Grand Siena, Mobi, Uno, Strada e, mais recentemente, Pulse. Além disso, o local ainda tem a fábrica de motores da linha Firefly, nas versões aspirada e turbo. Os rumores iniciais diziam que o layoff poderia ser aplicado para até 6,5 mil funcionários e que poderia durar até quatro meses. O acordo entre a fabricante e os trabalhadores foi finalizado ontem e a marca já anuncia a medida para o início de outubro, reduzindo o ritmo de produção até o final do ano.
Em seu comunicado, a Fiat culpa a falta dos semicondutores como o motivo principal, mas cita a escassez de outros insumos não revelados. A Stellantis até fez algumas paralisações pontuais ao longo do ano, parando um turno da fábrica em dois momentos, ambos com uma parada de 10 dias e que afetou 1,9 mil funcionários.
Esta decisão acontece em um momento crucial para a Fiat, pois o Pulse está próximo de chegar às lojas. A empresa já iniciou a produção do veículo e confirmou a apresentação final para o dia 19 de outubro, quando deve começar uma pré-venda, antes de chegar às concessionárias em novembro. Reduzindo a quantidade de turnos, a marca consegue reservar parte da matéria-prima para usar na montagem do SUV compacto e conseguir atender à primeira demanda.
A falta de semicondutores já tem forçado a Stellantis a rever muitos de seus planos. O Pulse era um que já deveria ter sido lançado, mas acabou atrasando por alguns meses. Outro modelo mais afetado foi o novo Citroën C3, antes prometido para este ano e que acabou adiado para o 1º trimestre do ano que vem. A marca também pretendia oferecer a Strada com câmbio CVT ainda em 2021, mas rumores apontam que acabará desembarcando apenas no ano que vem.
Confira o comunicado oficial da Stellantis sobre o layoff em Betim:
A Stellantis informa que a concessão de layoff, aprovada pelos trabalhadores do Polo Automotivo de Betim por maioria de votos em assembleia na última semana, terá início na segunda-feira, dia 04 de outubro, abrangendo cerca de 1,8 mil empregados, pelo período de três meses.
A medida é uma decorrência do impacto da crise sanitária e de suas consequências sobre a economia, que agravaram a escassez global de insumos, notadamente de componentes eletrônicos, comprometendo a capacidade de manter o ritmo e volume de produção dentro de padrões previsíveis.
A suspensão do contrato de trabalho para qualificação profissional preserva os empregos dos trabalhadores envolvidos e assegura os direitos estabelecidos no acordo coletivo de trabalho, além de oferecer qualificação profissional, estabilidade no emprego proporcional ao período de afastamento e o pagamento de bolsa-auxílio, para preservar o poder aquisitivo.
A empresa espera a normalização dos suprimentos e a retomada dos volumes de produção no menor prazo possível.
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