O mercado brasileiro tem os SUVs como protagonistas dos últimos lançamentos, uma tendência mundial sem volta, mas isso não quer dizer que hatches e sedãs compactos perderam a preferência do público. Bom exemplo é a Honda, que terá como principal aposta a nova geração do Honda City, que será vendida como sedã e com a inédita carroceria hatch, que estreia no Brasil neste ano.
Como antecipado por Motor1.com no primeiro semestre de 2020, a nova geração do Honda City será lançada no Brasil com uma inédita variante hatch, que foi revelada mundialmente em novembro do ano passado. Além dessa carroceria, o City continuará sendo comercializado também na sua tradicional configuração sedã, presente por aqui desde 2009.
A chegada da carroceria hatch para a gama City será de grande importância para a Honda, que busca ampliar sua presença no país e a entrada em um segmento de volume em terras tupiniquins é um grande passo. Existe uma lacuna deixada pela Ford e quem sabe pode até ser preenchida pela marca japonesa no segmento. Confira tudo o que sabemos sobre a nova geração do City.
O novo City trará um visual inspirado na 11ª geração do Civic, e isso vale tanto para o hatch como o sedã. Ambos são o mesmo carro até a coluna B, com a diferença de que o hatch não traz o 3º volume. De resto, compartilham do mesmo design, que traz como destaque os faróis afilados integrados à uma barra cromada (pintada de preto na versão esportivada RS, mostrada na Tailândia), que fica entre a grade e o capô. Neste ponto ambos lembram o Civic atual vendido no Brasil. Já o para-choque traz uma entrada de ar inferior e pequenas áreas retangulares com plástico preto nas laterais onde ficam os faróis de neblina.
De perfil, tanto o City Hatchback como o sedã, contam com um vinco bem demarcado que se prolonga dos faróis, passa acima das maçanetas e chega até as lanternas. Aliás, as lanternas contam com o mesmo estilo horizontal, com a peça invadindo a tampa do porta-malas, mas no sedã elas são maiores. No caso do hatch apesar da traseira ser até bem resolvida, falta um pouco de personalidade por conta do desenho um pouco genérico. Em comum, os dois carros têm para-choques traseiros com fendas verticais nas laterais, que abrigam refletores.
Já o sedã traz as proporções semelhantes ao do modelo anterior e estilo mais evolutivo, o que inclui a lateral mais alta com as caixas de rodas pequenas – impressão reforçada pelas rodas de 16". No mercado asiático a gama City conta com faróis e lanternas com iluminação de LED, sendo que até a configuração “pé de boi” traz de série o conjunto óptico frontal com projetor.
Para quem tem dúvida sobre seu tamanho, o City Hatchback terá 4,345 metros de comprimento, 1,748 m de largura e 1,488 m de altura. Assim, ele é 208 mm menor e 21 mm mais alto que a versão sedã. Com esse tamanho, o novo City Hatchback terá porte bem próximo ao de um de seus principais rivais como o Toyota Yaris (4,145 m), enquanto o Chevrolet Onix mede 4,163 m e o Volkswagen Polo 4,057 m.
Com o mesmo entre-eixos de 2,589 m do City três volumes, o novo hatch da Honda deverá ter como apelo o espaço na cabine. Para comparação, o Polo tem 2,56 m de distância entre-eixos. Quando o assunto é o City sedã, nesta nova geração ele cresceu e agora mede 4,553 metros de comprimento (+ 93 mm), 1,748 m de largura (+ 53 mm) e 1,467 m de altura (- 28 mm), com 2,589 m de entre-eixos (- 11 mm). Apesar das maiores dimensões em relação ao antigo, suas proporções se mantiveram.
A sobriedade será o foco da cabine, embora ainda seja de bom gosto. Nas fotos, a City com mão inglesa, já que ele foi revelado na Tailândia. O design é mais horizontal, trazendo saídas de ar verticais que seguem a linha do painel, idem para a central multimídia com tela de 8 polegadas.
O volante tem desenho inspirado no sedã grande Accord, enquanto as portas USB e de 12V ficam logo abaixo dos comandos de ar-condicionado – com a região ao lado abrindo espaço para um porta-objetos. Embora não seja digital, o painel de instrumentos também foi atualizado e traz leitura mais tradicional.
O que é padrão nos modelos da Honda e certamente deve agradar quem comprar principalmente o City Hatchback no Brasil é o sistema de bancos igual ao do Fit, que aqui se chama Ultra Seat (é o mesmo Magic Seat do monovolume). Com esse sistema dá para rebater os bancos um a um, assim, quando são rebatidos totalmente a cabine fica com um piso praticamente plano – dando espaço para carregar até itens grandes. Na foto de divulgação a Honda divulgou até uma prancha sendo transportada dentro do carro para ilustrar sua modularidade.
Quando surgiram as primeiras informações sobre a nova geração do Honda City, era esperado que ele trouxesse por aqui um novo motor três cilindros 1.0 turbo disponível na Tailândia, que gera 122 cv a 5.500 rpm e bons 17,6 kgfm de torque desde 2.000 rpm, combinado sempre a um câmbio automático tipo CVT. Mas é possível que a marca japonesa não faça essa aposta e continue com o atual 1.5 aspirado, ao menos neste primeiro momento. Outra possibilidade remota é que o 1.0 turbo venha somente nas versões topo de linha, à exemplo do que ocorre com o Civic Touring.
No México, o City a gasolina traz esse motor 1.5, mas traz atualizações para render 120 cv e 14,8 kgfm de torque (o atual 1.5 flex no Brasil entrega até 116 cv e 15,3 kgfm), mas vale ressaltar que no modelo brasileiro esses números podem melhorar com o uso de etanol e chegar na casa dos 131 cv. As novidades deste motor aparecem principalmente no cabeçote, agora com duplo comando de válvulas, além de mudanças nas próprias válvulas e virabrequim mais leve para dar melhores respostas em baixas rotações. A transmissão automática CVT também continua.
Com a eletrificação chegando no Brasil, a pequenos passos ainda, é verdade, nada impede da Honda lançar por aqui a variante híbrida do City daqui a alguns anos. Chamado de e:HEV (Hybrid i-MMD), o conjunto híbrido é formado por um motor 1.5 a gasolina de 98 cv associado a outro motor elétrico, que combinados geram 109 cv e 25,5 kgfm. Mas o melhor mesmo é divulgado: a Honda garante que o City faz 27,8 km/l.
No City vendido no mercado asiático, os principais equipamentos são os faróis de LEDs, rodas de liga-leve de 16", 6 airbags, controles de estabilidade e tração, câmera de ré, volante com aletas para trocas manuais de marchas e ar-condicionado automático digital.
Ele soma ainda central multimídia com tela de 8” compatível com Android Auto e Apple CarPlay, chave presencial, partida por botão e sistema Honda Connect, que permite ligar o carro à distância via aplicativo de smartphone, além e travar ou destravar as portas. Bacana também a câmera no retrovisor direito, que exibe imagens do ponto cego no multimídia quando a seta é acionada – recurso conhecido no HR-V, Civic e Accord por aqui.
A nova geração do Honda City será produzida com carroceria sedã e hatch na fábrica da marca em Itirapina, interior de São Paulo. Assim, o City Hatchback vem para ocupar o lugar de carro de entrada da marca japonesa, enquanto o novo Fit “subiu no telhado” por enquanto, já que ficou mais refinado na 4ª geração. Tanto a pandemia e a disparada da cotação do dólar também contribuíram para que o monovolume fosse engavetado.
Já o novo City sedã terá um papel de maior responsabilidade do que o modelo atual, pois é natural que ele acabe absorvendo parte dos clientes do Civic. Isso porque a 11ª geração do sedã médio não será fabricada no país, passará a ser importado e chegará por aqui bem mais caro do que o modelo atual.
De acordo com o levantamento do IHS Markit, feito especialmente para o Automotive Business, o sinal verde para a produção do novo Honda City será dado em novembro, enquanto suas vendas estão previstas para dezembro. Apesar de estar presente por aqui, ao contrário do inédito City Hatch, a versão sedã vai esperar e será lançada somente em janeiro de 2022. Mas vale frisar que essas datas podem mudar, pois segundo a consultoria a atual falta de componentes na indústria (semicondutores) e a pandemia ainda podem causar atrasos no cronograma.
Quando for lançado, o Honda City Hatch terá como principais concorrentes o Chevrolet Onix, Hyundai HB20, Fiat Argo e Volkswagen Polo, enquanto sua versão sedã deverá brigar no mercado com as versões três volumes dos hatches citados. O City atual é vendido com preços entre R$ 75.700 (versão DX) e R$ 102.700 (EXL). A expectativa é que o sedã chegue um pouco mais caro que isso, enquanto o City Hatchback deverá ter tabela um pouco abaixo.
E você, acha que a nova geração do City é uma boa aposta para o Brasil?
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