Motor V8 da Mercedes-AMG vai durar mais 10 anos, diz executivo

Apesar do futuro elétrico da marca alemã, motor V8 4.0 biturbo usado na gama atual vai se manter por mais uma década no mercado

DESEMPENHO DA Mercedes-AMG GT 63 S E DESEMPENHO DA Mercedes-AMG GT 63 S E

A eletrificação da indústria automotiva é um caminho sem volta. Mas para quem ainda gosta de carro com um bom ronco saindo do escapamento, os motores V8 trazem uma sinfonia clássica. E a boa notícia é que a Mercedes-AMG vai manter seu famoso motor V8 4.0 biturbo por mais 10 anos, apesar da empresa mãe Daimler já contar com uma gama ampla de modelos eletrificados.

Quem deu a cartada sobre a manutenção do motor V8 dentro da marca esportiva da Mercedes foi Philipp Scheimer, CEO da Mercedes-AMG. Em entrevista à revista americana Road Track, o encarregado da divisão esportiva comentou que o propulsor de oito cilindros em V ainda tem bastante lenha para queimar.

"Acho que haverá um futuro, sim. Acho que nos próximos dez anos veremos V8s, com certeza. Temos muitos clientes que amam seus carros e ainda acho que veremos essas pessoas comprando os carros por muito tempo. Temos realmente uma demanda muito alta em todo o mundo", disse Scheimer.

Ou seja, com mais 10 anos de permanência no mercado, o motor V8 4.0 biturbo atual será o canto do cisne entre os motores a combustão com proposta esportiva da fabricante. Isso significa também que não há muitas chances da Mercedes-AMG desenvolver uma nova geração de motor V8, já que os custos não justificariam um uso de apenas 10 anos. Vale lembrar ainda que na Europa há a possiblidade, bastante forte aliás, de os motores a combustão serem proibidos definitivamente em 2035, caso a nova lei seja aprovada por lá.

Para manter o V8 4.0 biturbo atual, o caminho mais provável é que os engenheiros da marca façam constantes atualizações nesse período de 10 anos que o “vê-oitão” ficará na ativa. E isso já começou a ser feito, à exemplo da combinação do atual motor a combustão de oito cilindros com motor elétrico, se transformando em um híbrido plug-in, como o que foi apresentado no final do mês passado no GT 63 S E-Performance, 1º híbrido desenvolvido pela Mercedes-AMG para as ruas.

Por falar no sedã-cupê de quatro portas esportivo, ele combina o motor V8 4.0 biturbo a um propulsor elétrico montado na traseira, bem como uma bateria de alto desempenho desenvolvida pela empresa. Com isso, ele rende uma potência colossal de 843 cv e uma verdadeira patada de torque com generosos 142,7 kgfm. Para se ter dimensão da força, ele supera até o Mercedes-AMG GT Black Series com seus 730 cv e 81,57 kgfm de torque. Dados oficiais apontam aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 2,9 segundos (tanto quanto um supercarro do nível do McLaren 720S, por exemplo) e máxima de 316 km/h.

Apesar da boa notícia da manutenção do V8 por mais uma década, a previsão é que este propulsor fique disponível somente nos modelos AMG mais caros. Isso porque a próxima geração do C63 vai trocar o atual oito cilindros de 4,0 litros por um quatro cilindros dos modelos AMG A45, mas com a diferença que serão eletrificados para maior potência e torque.

Vale lembrar que em julho a Mercedes-Benz declarou que pretende se tornar uma fabricante 100% elétrica até 2030, isso ao menos em mercados onde isso for possível. No começo deste mês, a marca revelou diversos modelos elétricos no Salão de Munique, que vão desde o novo EQE até o conceito 4x4 do Classe G, chamado de EQG.

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