Nova Chevrolet Montana: o que sabemos sobre a picape anti-Toro
Com a mesma base de Onix e Tracker, nova geração da picape crescerá e terá motor turbo
No final de junho, a General Motors anunciou o nome oficial de sua picape inédita para brigar com a Fiat Toro, que se chamará Montana. Apesar do nome herdado da picapinha que começou sua história no mercado nacional derivada do Corsa e posteriormente do Agile, a nova Montana 2023 será totalmente diferente. Veja o que sabemos até agora e quais são as nossas apostas para o modelo inédito, mas de nome consagrado.
Antes de mais nada, a ideia da nova Montana começou antes mesmo deste nome ser confirmado no mês passado pela GM. Voltando alguns meses, precisamente no dia 19 de março, a General Motors anunciou o investimento de R$ 10 bilhões para a produção de novos modelos no estado de São Paulo. Embora na época o aporte financeiro parecesse novidade, ele já tinha sido anunciado em 2019 – mas acabou sendo congelado no ano seguinte devido a pandemia. Mas agora estamos em 2021 e a empresa confirmou a nova picape com o batismo de Montana.
Visual à lá Tracker?
Visualmente, não podemos bater o martelo sobre qual será o desenho da nova Montana, afinal, não foi divulgado nada oficialmente além do nome Montana pela Chevrolet. Mas logicamente podemos apostar na mesma receita que a montadora vem usando nos seus últimos lançamentos: basta observar o visual do Tracker para notar os mesmos elementos de design usados na dupla Onix e Onix Plus, como o formato da entrada de ar frontal, a grade dianteira separada por um elemento cromado e as linhas do capô.
Quando pulamos para a cabine, as semelhanças ficam ainda mais evidentes entre a gama Onix e o Tracker, com o SUV compacto se diferenciando basicamente por um revestimento sintético na porção superior do painel e nos revestimentos das portas. Painel, volante, multimídia e comandos do ar-condicionado são praticamente iguais ao do hatch e sedã.
Isso posto, não estranhe se a nova Montana seguir a mesma linha de raciocínio, já que a economia de escala é bastante comum hoje na indústria, no qual diferentes modelos compartilham boa parte dos componentes entre si. Mas não podemos desacreditar que os designers da marca vão fazer um “copia e cola” da Montana sobre o Tracker, pois estamos falando de uma picape, que tem proposta de transmitir mais robustez que um SUV compacto e, ao mesmo tempo, ser tão original e com design acertado quanto sua principal (e futura rival) Fiat Toro.
Na projeção que divulgamos em maio, e feita pelo designer Renato Aspromonte do OverboostBR, imaginamos uma Montana com visual inspirado no Tracker, mas ainda assim com detalhes exclusivos com faróis afilados com luzes diurnas de LED acima, enquanto que na seção abaixo ficariam os faróis principais. Uma solução que não seria nada anormal para a nova Montana, pois o Trailblazer americano tem os faróis assim, além disso, o recurso tá na moda à exemplo da Fiat Toro e do Citroën C4 Cactus.
A grade dianteira em colmeia seria atravessada por uma régua cromada como no Tracker, assim aumentando a impressão de robustez. E quando pegamos o teaser da lateral da picape que foi divulgado pela GM, podemos notar que a nossa projeção (divulgada pouco mais de um mês antes) se parece bastante com o material oficial, embora as principais linhas ainda estejam escondidas.
De perfil, a picape também se inspiraria no Tracker, enquanto as caixas de rodas mais pronunciadas poderiam ajudar a dar “corpo” a nova Montana. A parte traseira ainda é uma incógnita, mas arriscamos que a picape inédita tenha com o mesmo desenho da Silverado americana e tampa da caçamba com o nome Chevrolet em relevo. A solução certamente cairia bem, pois a nova Montana ficaria com um “quê” de picape americana, tal qual acontece com a Ford Maverick lá nos EUA (que tem características de F-150).
Plataforma igual do Tracker/Onix
Com foco mais urbano assim como sua futura concorrente, a nova Montana será produzida com base na plataforma GEM, mesma base modular usada pelo hatch Onix, o sedã Onix Plus e pelo SUV compacto Tracker. Isso quer dizer que a nova Montana terá base monobloco (como a Toro), diferentemente da grandalhona S10, montada sobre chassi e mais voltada ao trabalho e uso rural.
Dessa forma, a nova picape certamente será mais usável no dia a dia, trazendo conforto de carro de passeio com a vantagem de ostentar na parte traseira uma caçamba de tamanho razoável. Aliás, o conforto poderá ser ainda maior se ela vier com suspensão independente nos dois eixos, assim como sua futura rival, mas ainda não podemos cravar isso, já que o Tracker usa eixo de torção. Vale lembrar que a nova Montana será maior que a antiga picapinha que lhe cedeu o nome, pois seu alvo pode ser tanto a Duster Oroch quanto a picape da Fiat.
O que resta saber é se a nova picape da Chevrolet com porte médio vai ter dimensões parecidas com a da Toro ou da Duster Oroch. O modelo da Fiat tem 4.945 mm de comprimento, 1.845 mm de largura, 1.673 mm de altura e entre-eixos de 2.990 mm, enquanto a caminhonete da Renault é um pouco menor e mede 4.693 mm de comprimento, 1.821 mm de largura, 1.695 mm de altura e tem entre-eixos de 2.829 mm.
A Duster Oroch é 252 mm (25,2 cm) menor que a Toro, uma diferença considerável, com a picape da Fiat se destacando pelo espaço interno maior com seus 161 mm (16,1 cm) extras na distância entre-eixos. Mas levando em consideração que a Toro é líder disparada nesse segmento ainda pouco explorado, podemos prever que a Chevrolet vai deixar a nova Montana mais próxima da Toro para tentar conquistar uma fatia desse lucrativo segmento.
Por outro lado, algumas fontes ouvidas da GM anos atrás disseram que a picape teria um porte menor, o que nos leva a crer em um tamanho mais próximo ao da Duster Oroch. Mas é importante frisar que isso foi na época de desenvolvimento do novo Tracker, que acontecia ao mesmo tempo em que a sucessora da Montana (a picapinha original) era projetada. A solução seria viável e a Chevrolet poderia competir com preços mais atrativos, numa faixa de preço um pouco inferior ao da Toro - que começa hoje em R$ 117.990.
Segundo a GM, a nova Montana será produzida na fábrica de São Caetano do Sul (SP), que já está recebendo os devidos ajustes na linha de montagem para fazer o novo modelo. Tanto o desenvolvimento da inédita picape como a instalação de novos robôs e ferramentais com conceitos inéditos de manufatura fazem parte do plano de investimento de R$ 10 bilhões da montadora no Brasil.
Motor turbo
Debaixo do capô as previsões para a nova Montana são um pouco mais fáceis, pois ela deverá pegar também emprestado do Tracker o motor 1.2 turbo, que no SUV compacto gera 133 cv a 5.500 rpm e 21,4 kgfm de torque a 2.000 giros quando abastecido com etanol. Esse propulsor é combinado a um câmbio automático de 6 marchas no utilitário, sempre com tração dianteira. Resta saber se a nova Montana terá opção de tração nas quatro rodas como a... Toro.
E como é de se imaginar, o propulsor 1.0 turbo possivelmente será deixado de fora do catálogo, pois estamos falando de uma picape que precisa de força para levar 5 pessoas a bordo e ainda carregar algo na caçamba, o que certamente seria sofrível para os 116 cv e 16,8 kgfm do conjunto três cilindros 1.0 turbo.
Voltando ao 1.2 turbo, a dúvida é se esse motor vai proporcionar um bom desempenho para a caminhonete, visto que ela terá um maior porte que o Tracker, devendo inclusive superar o seu peso de 1.271 kg na versão Premier 1.2 - e isso com caçamba vazia. Talvez uma boa opção esteja na prateleira da marca mesmo: o 1.2 turbo de 139 cv e 22,4 kgfm de torque com injeção direta disponível nos Estados Unidos para o Trailblazer, que é uma versão mais refinada do motor disponível no Brasil. Alterando a calibração, seria fácil obter mais potência e torque para compensar a diferença de peso da picape.
A outra opção é trazer a versão 1.3 turbo deste motor, que equipa o Tracker chinês, de 165 cv e 24,4 kgfm, disponíveis desde 1.500 rpm - que certamente dariam um bom fôlego para a nova Montana. Resumindo: o trabalho será árduo, pois a Toro tem sob o capô um moderno motor 1.3 turbo que estreou neste ano e que entrega até 185 cv e 27,5 kgfm de torque. Porém, se o porte da nova Montana for realmente mais próximo da Duster Oroch, o 1.2 turbo deve dar conta do recado.
Equipamentos
Quando o assunto são os equipamentos que a nova Montana terá, podemos esperar numa possível versão Premier o mesmo pacote do Tracker homônimo como 6 airbags de série, assistente de partida em rampas, controles de tração e estabilidade, faróis e lanterna de neblina, luzes diurnas de LED e regulagem de altura dos faróis.
Deve somar ainda alerta de colisão frontal e de ponto cego, frenagem automática de emergência, monitor de pressão dos pneus, rodas de 17 polegadas, volante com regulagem de altura e profundidade, direção elétrica, USB para o banco traseiro, painel de instrumentos com tela de 3,5", volante multifuncional, sistema OnStar e conexão 4G a bordo. A GM promete que a nova Montana também será a "mais moderna do segmento".
Com expectativa para ser lançada em 2022, a nova Montana terá a dura missão de enfrentar a líder do segmento e consagrada Fiat Toro, bem como a Renault Duster Oroch – que também vai ganhar uma nova geração, essa ainda em desenvolvimento e que deverá demorar um pouco mais para ser lançada.
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