Os facelifts de carros que não duraram muito tempo no mercado
Veja alguns modelos que ganharam uma repaginada visual, mas que permaneceram por pouco tempo à venda no Brasil
Carros reestilizados significam a tal mudança de “meia-vida”, ou seja, uma atualização visual aplicada a um modelo no meio de seu ciclo de vida. Embora uma geração de um veículo atual esteja cada vez mais curta, o ciclo completo era entre 6 e 7 anos com a atualização chegando por volta do terceiro ano. Mas vamos falar aqui sobre algumas mudanças no estilo que duraram menos tempo que o previsto no mercado por diversos fatores.
Montamos uma lista com alguns modelos que receberam o facelift e mal “esquentaram o banco” em nosso mercado. Os modelos listados vão dos populares hatches compactos até um sedã da década de 1990 que deixou saudades, passando ainda pelo esquecido (e quase morto) segmento de hatches médios.
Chevrolet Agile / linha 2014 (out. 2013 a set. 2014)
Lançado em 2009 no mercado brasileiro, o Agile foi uma solução da Chevrolet aqui no Brasil para renovar seu portfólio, que nos idos de 2008 era bastante desatualizado (mesma época que a matriz enfrentava dificuldades financeiras). Dali em diante a marca anunciou que renovaria sua linha em quatro anos (de 2008 a 2012), sendo o Agile o primeiro fruto dessa renovação, apesar de ser um modelo baseado na plataforma do Corsa B (de 1994) com o mesmo motor 1.4 do Corsa C. Sua primeira fase durou entre 2009 e 2013, quando no último trimestre daquele ano o Agile ganhou seu primeiro facelift – e último.
Quando estreou o Agile reestilizado, eram outros tempos, pois o novato Onix já atraia mais atenção ao trazer desenho mais atual, nova plataforma e os atributos que o tornou líder de marcado. No facelift de 2013 o Agile ficou bem melhor que o anterior, com destaque para a grade dianteira menor e os faróis mais afilados, em vez do antigo conjunto pontiagudo e muito grande para a dianteira do hatch. Os para-choques também foram redesenhados, com o traseiro ganhando refletores e vincos que o alargavam visualmente.
Mas essas mudanças chegaram tarde demais e o Agile saiu de linha em 2014, um ano antes do Onix ser o carro mais vendido do Brasil pela primeira vez. Você parou para perceber quantos Agiles reestilizados você já viu rodando nas ruas?
Fiat Palio / linha 2008 (fev. 2007 a dez. 2008)
Quem aí lembra do Fiat Palio 2007? O hatch passava na época por sua terceira reestilização (a 1ª foi em 2000 e a 2ª foi em 2003), ou seja, ainda tinha a mesma plataforma do modelo lançado em 1996. Mas voltando ao Palio 2007, seu visual não agradou o público na época sendo considerado muito simples, pois sua dianteira lembrava os sedãs japoneses da década de 1990, o que na visão de muitos era considerado um retrocesso em relação ao Palio de 2003 – bastante elogiado pelos faróis inspirados nos carros da BMW daquele ano.
O Palio 2007 durou somente dois anos com a frente que trazia faróis de parábola simples, sendo aposentado quando chegou a linha 2010, que trouxe a frente repaginada e herdada do sedã Siena. As principais mudanças eram os faróis de dupla parábola com projetores na seção próxima da grade frontal, além da grade dianteira levemente menor com moldura cromada e para-choque sem as quatro entradas de ar acima da placa.
Volkswagen Gol / linha 2017 (fev. 2016 a maio 2018)
Eis mais uma versão de um hatch popular que durou pouquíssimo tempo em nosso mercado: o Gol 2017, que foi lançado no início de 2016. Pois é, o segundo facelift da terceira geração do Gol (lançada em 2008, mas conhecida como geração 5) trouxe visual inspirado no Golf mk7, se caracterizado principalmente pelos faróis mais retilíneos e lanternas com formato mais quadrado e novo arranjo interno. Os para-choques também ganharam um ar mais esportivo, com a porção dos faróis de neblina trazendo acabamento em plástico preto com frestas inspiradas no Golf GTI. Esse Gol também foi o primeiro a sofrer uma mudança no desenho do painel desde o modelo 2008.
Mas esse visual, bastante acertado por sinal, deu lugar a uma dianteira totalmente renovada. Para quem não se lembra, na época o Gol Track (versão aventureira) e a Saveiro já traziam uma frente diferente do Gol 2017, que era marcada pela dianteira mais alta, faróis maiores e para-choques mais robustos. Era uma forma de “descolar” a picapinha do Gol e deixá-la mais exclusiva. No entanto, em 2018 a VW lançou a linha 2019 do Gol e Voyage com a mesma frente da Saveiro, deixando eles um tanto desproporcionais em relação ao facelift anterior. O visual permanece igual até hoje.
Fiat Bravo / linha 2016 (fev. 2015 a dez. 2016)
Eis aqui um representante dos hatches médios, segmento praticamente extinto no Brasil e que atualmente tem apenas o Chevrolet Cruze Sport6 como figurante, com exceção do segmento de luxo. O Fiat Bravo chegou no Brasil em 2010 para substituir o antigo Stilo, que fazia hora extra no mercado. Durante o Salão do Automóvel de 2014, a Fiat mostrou como ficaria a primeira e única reestilização do hatch que chegou no ano seguinte como linha 2016.
Ele trazia novo para-choque dianteiro com entradas de ar maiores e integradas aos faróis de neblina, bem como uma nova grade com o “bigode cinza” logo abaixo. A traseira ganhava para-choques com falsas saídas de ar e lanternas com contorno preto. Na cabine, o hatch ganhava um melhor acabamento com o uso de materiais suave ao toque e mais equipamentos.
Mas mesmo com o facelift o Bravo 2016 não conseguiu emplacar, aliás, ele nunca foi fenômeno de vendas, já que a concorrência era de peso e tinha Ford Focus e Volkswagen Golf com projetos mais modernos, além do Chevrolet Cruze de 1ª geração chegando no final de seu ciclo. Com isso, ele não durou muito, pois em menos de dois anos ele sairia de linha junto de uma galera: Palio Fire, Idea, Freemont e Linea – esse último outro com facelift que permaneceu por pouco tempo.
Fiat Linea / linha 2015 (abr. 2014 a dez. 2016)
Junto do Bravo que mencionamos acima, está o Fiat Linea, que assim como o hatch nunca emplacou nas vendas em terras tupiniquins. Lançado no país em 2008, passou por seu primeiro – e único – facelit em 2014, quando a marca lançou a linha 2015 com boas mudanças. O sedã trazia nova grade, além de um para-choque dianteiro redesenhado que trazia uma barra cromada esguia na porção inferior. As rodas de liga leve também ficaram maiores e com desenho mais esportivo.
Atrás, as lanternas permaneciam iguais, enquanto a tampa do porta-malas recebia agora a placa que antes ficava no para-choque. Por falar nele, houve também uma atualização na peça, que recebeu um plástico preto na região onde antes ficava a placa. A cabine, por sua vez, foi totalmente refeita e trazia acabamento mais refinado que o anterior.
Porém, nada disso surtiu efeito para que o Linea fosse bem nas vendas. Derivado do Punto, ele nunca foi um sedã médio justamente por não ter o mesmo porte da concorrência da época, formada por Honda Civic e Toyota Corolla, entre outros. E mesmo assim a Fiat o colocou no mesmo patamar de preço dos consagrados sedãs japoneses. Da linha 2015 em diante a marca até tentou melhorar seu preço, mas a última cartada já era tarde demais.
Ford Ka / linha 2012 (jul. 2011 a jul. 2014)
O Ford Ka fez sucesso na primeira geração com seu conceito de carro subcompacto e design atemporal. Em 2007 ele ganhou sua segunda geração no Brasil, que trazia estilo parecido ao do Fiesta e um pouco mais de espaço interno, mas de contrapartida perdia o charme do modelo original. Quatro anos depois surgia o Ka 2012, que estreava sua primeira reestilização ao trazer novo para-choque dianteiro com a porção central preta e linhas mais arredondadas. A grade frontal diminuía de tamanho, enquanto a traseira ganhava para-choques com refletores e as lanternas novas com lentes cinzas.
Lançado em julho de 2011, o Ka reestilizado foi aposentado três anos depois (apesar de sua produção ter parado em dezembro de 2013) para a chegada da terceira geração, que estrearia em julho de 2014 com nova plataforma e maior espaço interno, além de novos motores. Voltando a 2012, na época a versão Sport trazia motor 1.6 de 107 cv e faixas pretas na carroceria para dar um apelo esportivo ao pequeno hatch.
Dali para frente o Ka deixou de vez de ser um subcompacto com design “diferentão” para ser um hatch compacto mais racional, que inclusive vendeu bem até dar adeus por definitivo em janeiro deste ano, quando a Ford encerrou as operações de suas fábricas no Brasil.
Fiat Tempra / linha 1999 (1998)
Eis aqui o último modelo da lista: o belo Fiat Tempra 1999. Lançado em 1998, o Tempra da última safra tinha visual de gosto duvidoso para alguns por conta da grade dianteira adornada pelo logo de barras azuis da Fiat. E para tentar se modernizar frente a concorrência (que tinha Chevrolet Vectra e Honda Civic entre os principais rivais), ele recebia ainda maçanetas embutidas, além de novos para-choques integrados a carroceria e mais arredondados – tudo na tentativa de ficar alinhado ao design mais limpo que era tendência na anos 1990. As faixas pretas nos para-choques também ficavam mais estreitas.
Vendido apenas nas versões batizadas simplesmente de 8V e 16V na linha 1999, o Tempra sofreu todas essas atualizações em vão, pois meses depois a Fiat já tinha no forno o sucessor do Tempra: o Marea, que ostentava design mais antenado para aqueles anos, estreando ainda um inédito motor cinco cilindros em maio de 1998. Com isso, o Tempra saía de linha no final de novembro daquele mesmo ano com mais de 200 mil unidades produzidas.
E você, lembra de mais algum carro vendido no mercado brasileiro que passou por facelift e acabou durando pouco tempo por aqui? Se lembrar de mais algum modelo, escreva aí nos comentários que com certeza vamos relembrar também a história deles.
Ouça o podcast do Motor1.com:
Siga o Motor1.com Brasil no Facebook
Siga o Motor1.com Brasil no Instagram
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Ranking mostra quais foram os carros usados mais vendidos de agosto
Motorhome elétrico: já fizeram uma Kombi home a bateria
Mercado de usados cai em maio com Gol na frente: veja os 50 mais vendidos
Reino Unido: Mini Cooper foi o mais vendido em novembro
Carros usados em fevereiro: Gol, Palio e Uno lideram as vendas
Ferrari 250 GTO (1962-1964), a mais perfeita tradução da casa de Maranello
Guia de compras de usados: vale a pena comprar um Fiat Palio?