A Renault anuncia um investimento de R$ 1,1 bilhão na fábrica em São José dos Pinhais (PR), dinheiro que será usado para renovar a linha atual da empresa e ainda montar um motor turbo. A fabricante promete que irá lançar cinco novidades até a metade de 2022, além de mais dois veículos elétricos neste mesmo período, embora não revele quais serão.
“O mercado brasileiro continua sendo estratégico para o Grupo Renault. A aprovação de um novo ciclo de investimentos para futuros projetos depende da melhoria da competitividade. Fatores como a complexidade e alta carga tributária, os altos custos logísticos e de fabricação comprometem a competitividade para fabricar no país”, afirma Luiz Fernando Pedrucci, SVP para a América Latina.
Este anúncio é feito pouco depois de declarações polêmicas por parte de Luca de Meo, CEO da Renault, em entrevista ao site Automotive News, quando disse que iria rever os investimentos de curto prazo e usar o dinheiro para outros modelos como o inédito Bigster ou o Duster. O executivo ainda comentou que precisava rever a operação para reduzir os gastos e acabar com o prejuízo da marca no país.
No comunicado, a Renault diz que “serão cinco novidades até o primeiro semestre de 2022, incluindo a renovação de veículos da gama atual e um motor turbo.” A parte do motor não é nenhum mistério, pois sabemos que a empresa adotará o 1.3 turbo feito em parceria com a Mercedes-Benz, entregando 163 cv. Este propulsor fará sua estreia em breve, junto com a reestilização do Captur, esperada para junho. Existe a chance de que uma das novidades seja o Duster com o mesmo 1.3 turbo, mas em um segundo momento.
Já citamos uma das novidades da Renault até 2022, e quais serão as demais. Sabemos que uma será a reestilização do Kwid, já apresentada na Índia e que deve desembarcar no país somente no final do ano, quando receberá mais equipamentos e, possivelmente, encerrar a oferta da versão pé-de-boi Life, que dificilmente é encontrada nas concessionárias.
Agora faltam três carros. Uma possibilidade forte é a picape Duster Oroch, que finalmente trocará de geração para acompanhar o novo Duster e tentar fazer frente à Fiat Toro. O projeto de renovação da Oroch já foi confirmado por alguns executivos e estaria de olho até no mercado global, chegando a países como África do Sul.
A dupla Sandero e Logan também deve passar pela renovação. A declaração de De Meo sobre o investimento no Brasil abria a possibilidade de que o hatch e o sedã fosse para a geladeira, esperando outro momento. Porém, o investimento abre espaço para que os dois continuem no mercado e troquem de geração, repetindo o que foi feito na Europa, como carros um pouco mais refinados ao invés de apostar em volume.
Aos poucos, a Renault irá mexer em todos os seus produtos para que utilizem a plataforma modular CMF-B, que será compartilhada com a Nissan. Sandero e Logan já adotariam esta arquitetura, enquanto o Duster fará essa mudança na próxima geração, que seria antecipada para 2024 na Europa.
Já na parte de elétricos, um deles será o Zoe renovado, o único carro que a Renault vende para o público e que já foi avistado em testes no Brasil. O segundo modelo é um mistério. Existe a chance de que seja outro veículo comercial em uma aposta semelhante à do Kangoo Z.E. e o único que se encaixaria é a van Master, que tem uma versão 100% elétrica.
Agora, se a fabricante realmente for trazer outro carro para o público, as duas únicas opções são o Twingo ou o Kwid elétrico. O Twingo acabaria entrando no mesmo segmento que o futuro Fiat 500e, esperado para este ano no Brasil, como um produto mais refinado e acima do Zoe. Porém, como o Zoe já custa R$ 205 mil, o Twingo ficaria extremamente caro. Por outro lado, o Kwid elétrico poderia ser a opção mais acessível, custando menos de R$ 200 mil.
Para os próximos anos, o CEO global da Renault já comentou sobre a venda do SUV médio Bigster, desenvolvido pela Dacia e que será adaptado para outros países, carregando o emblema da Renault ou da Lada dependendo do mercado. Será um modelo importante por simbolizar a mudança estratégica da fabricante, passando a buscar um lucro maior com produtos melhores, mesmo que perca participação de mercado.
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