Que os chamados carros populares deixaram de ter preços populares, todo mundo já sabe. Por outro lado, não há como negar que os modelos mais simples evoluíram muito nos últimos 15 anos, com mais equipamentos, tecnologia e segurança. Por legislação e exigência do consumidor, a tendência é que fiquem ainda mais equipados e menos poluentes, o que é sempre bom, mas certamente ficarão ainda mais caros. Mas então, qual será o futuro destes modelos?
No começo de fevereiro, durante uma conversa com jornalistas para apresentar os números de 2020 da Fiat, Herlander Zola, diretor do brand Fiat para América Latina, foi questionado nesse tema. Além de afirmar que neste momento não há uma decisão sobre o fim do Uno, o executivo disse que acredita que os carros de entrada não vão deixar de existir, mas não serão mais comprados pelo público, mudando a assim a sua forma de ser consumido.
"O que deve acontecer no futuro é uma migração de canal, onde modelos de negócio que vão passar por assinatura ou por aluguel certamente vão ganhar força para alguns segmentos de mercado, e sem nenhuma dúvida, o segmento de carros populares deve ser muito influenciado por isso", explicou o executivo. Isso explica o movimento de várias montadoras em oferecer a sua própria solução de carros por assinatura, inclusive a Fiat com a Flua.
"A nossa iniciativa, a Flua, será muito favorável para isso. Estamos acelerando e observando resultados bem interessantes dos pilotos que começam a rodar dentro das nossas concessionárias com nossos modelos. Mas naturalmente, em virtude do que já se observa no mercado e o peso que as locadoras tem, já indicam um domínio importante deste segmento. Os carros populares não vão perder espaço, mas o que deve mudar é a forma que as pessoas devem utilizar o carros populares, deixando de tê-lo, passando assinar ou alugar", afirmou Zola.
No projeto piloto Flua, que começou em 32 concessionárias Fiat e Jeep em São Paulo e Paraná, os interessados em fazer uma assinatura pode escolher entre os planos de 12, 24 ou 36 meses, e franquias de 1 mil, 2 mil ou 3 mil km por mês. Todos os custos com documentação, manutenção preventiva, assistência 24h e seguro estão inclusos. Após decidir o plano e o modelo, o cliente recebe o contrato por e-mail e leva para uma das concessionárias que fazem parte do Flua! para concluir o processo, e depois de um período estabelecido, receber o veículo zero quilômetro direto da fábrica.
Sobre a existência do chamado carro popular ou de entrada, o executivo acredita que ainda há bastante espaço no mercado brasileiro. Também aposta em mais evoluções dos carros de entrada, por exigência do consumidor.
"O carro popular vai subir de patamar por exigência das pessoas, todos querem mais tecnologia, mais conforto, mais conectividade. Se formos olhar o que tínhamos anos atrás e agora, é muito grande essa diferença. O que é popular também vai mudar, mas eu acredito que este carro terá espaço principalmente pela situação econômica, os carros populares vão continuar com espaço no Brasil por um tempo", concluiu o executivo.
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