A Fiat-Chrysler Automóveis fez sua apresentação dos resultados do primeiro trimestre de 2020, comentando não só o impacto da pandemia de coronavírus sobre a indústria como também seu plano de retorno das operações fabris ao redor do mundo. A fabricante espera voltar produzir no Brasil no dia 11 de maio, com todas as suas fábricas no país, seguindo o que foi feito na China e na Itália.
O reinício da produção global da Fiat-Chrysler já começou, com o retorno de algumas unidades na Europa, como Melfi (onde serão feitos os Renegade e Compass híbridos plug-in), Mirafiori (responsável pelo novo Fiat 500 elétrico) e Atessa (com linha de produção de vans). O próximo passo será a operação no Brasil, marcada para o dia 11 de maio. Em seguida voltarão as fábricas nos EUA (exceto Belvidere, que retornará em junho) e a linha de produção em Ranjangaon (Índia), todas no dia 18 de maio. O resto das plantas europeias ficará para o final de maio, retornando aos poucos até o começo de julho.
Para que possa voltar a produzir, a FCA irá seguir o plano usado por suas joint-ventures na China junto com as concessionárias, além do bem-sucedido retorno da linha em Atessa, Melfi e Mirafiori. A linha de produção de vans em Atessa está operando com 70% da capacidade, o que animou a empresa a repetir a estratégia com mais fábricas.
A fabricante explica que o retorno acontecerá de forma gradual para garantir a saúde de seus funcionários, adotando medidas de segurança e prevenção, além de manter as práticas de trabalho remotas em algumas áreas. Outro fator que impede o retorno total são os esforços da empresa no combate à Covid-19, com reforma de respiradores e instalação de hospitais de campanha em diversas fábricas.
"Em meio a essa adversidade sem precedentes, a primeira prioridade da FCA tem sido a saúde e a segurança de seus funcionários e comunidades. A pandemia teve e continua a ter um impacto significativo em nossas operações. Com nossa experiente equipe de liderança e funcionários dedicados, tenho a máxima confiança em nossa capacidade de navegar por essa crise e emergir do outro lado, bem posicionados para crescer", afirma Mike Manley, CEO da FCA.
O retorno da produção tentará mitigar o efeito causado nas finanças da empresa. A FCA registrou 20,6 bilhões de euros em vendas no 1º trimestre, uma queda de 16%. Isso representa uma perda de 1,7 bilhão de euros nas operações contínuas e 500 milhões de euros de perda líquida ajustada. Foram vendidas 818 mil unidades de todas as marcas do grupo.
A boa notícia é que, apesar dessas perdas, a Fiat-Chrysler destaca que permanece comprometida com o Grupo PSA (dono da Peugeot e Citroën) para seguir em frente com a fusão. O acordo prevê uma nova empresa com divisão 50/50 entre os acionistas de ambas as fabricantes e a previsão é de que o processo seja finalizado entre o final deste ano e o início de 2021.
Alguns planos da Fiat-Chrysler para o Brasil dependem do retorno da produção local. A nova geração da Fiat Strada, apresentada há algumas semanas, ainda precisa iniciar sua fabricação em massa e só deve chegar às lojas em julho. Outra novidade importante é a nova fábrica de motores em Betim (MG), que começará a montar a linha de propulsores turbo a partir de outubro, para equipar Argo, Cronos, Toro, Renegade, Compass e tantos outros veículos tanto da Fiat quanto da Jeep.
Fotos: divulgação
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