Em situação complicada desde o afastamento do então CEO Carlos Ghosn (escândalo que rendeu prisão e posterior fuga no Japão), a Nissan enfrenta agora dificuldades decorrentes da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. Assim como outras grandes montadoras, a marca já começou a rever previsões e assumir internamente a possibilidade de encolhimento no decorrer de 2020.
Segundo reportagem da agência de notícias Reuters, a marca anunciará no próximo mês de maio um novo plano de reestruturação com perspectivas revisadas e expectativas menos ambiciosas. Entre outras medidas, a marca reduzirá sua meta anual de vendas em 1 milhão de unidades, caindo de 6 milhões para 5 milhões de veículos.
De acordo com fontes internas, o programa de reestruturação deverá durar até março de 2023 e reduzirá consideravelmente o tamanho da empresa, afinal, reduzir a meta de vendas em 1 milhão gera consequências significativas. A Reuters acredita que 3 ou 4 fábricas poderão ser fechadas ao redor do mundo, o que eliminaria milhares de empregos. Muitos acreditam que nem mesmo a meta de 5 milhões será atingida, dada a gravidade da pandemia em muitos países. Outra pessoa familiarizada com a agenda da Nissan admitiu que a empresa nunca conseguiu vender significativamente mais do que 5 milhões de carros, apesar de estabelecer metas otimistas de 7 ou 8 milhões de unidades por vários anos.
Em dezembro de 2019, a Nissan registrou sua maior perda trimestral em uma década: cerca de US$ 238 milhões. Nos últimos meses, executivos vêm buscando uma linha de crédito de US$ 4,6 bilhões para ajudar a superar os tempos difíceis, potencializados agora pela crise do coronavírus.
No Brasil, a Nissan prepara o lançamento do novo Versa, que estava previsto para junho e foi adiado para o segundo semestre, e tinha como meta apresentar a renovação do Kicks como modelo 2021 no Salão do Automóvel. Por conta do cancelamento do evento e a crise causada pelo coronavírus, o SUV reestilizado só deverá ser apresentado por aqui no próximo ano, pouco antes de chegar às lojas.
Fonte: Reuters
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