Principal atração da marca para o Salão de Genebra (Suíça), no mês que vem, o novo Hyundai i20 teve suas primeiras informações divulgadas, além das fotos vazadas. A terceira geração do hatchback europeu seguirá seus principais rivais, ficando maior, mais refinada, segura e equipada, recebendo até mesmo variantes com motorização híbrida-leve de 48V. O lançamento comercial é esperado para o 2º semestre.
Apesar das diferenças de plataforma e estilo, o Hyundai i20 tem um posicionamento semelhante ao do HB20 no Brasil. Ambos entram no segmento que conta com modelos como Ford Fiesta (quando existia por aqui), Volkswagen Polo e Toyota Yaris. Então é difícil não traçar um paralelo entre os dois e pensar em como o compacto nacional poderia ser mais próximo do que existe na Europa. Para não imaginar muito, aproveitamos as informações oficiais para comparar a dupla.
Para começar, vamos falar do tamanho. O HB20 tem 3,940 metros de comprimento, 1,720 m de largura, 1,470 m de altura e 2,530 m de entre-eixos. Em comparação, o novo Hyundai i20 está com 4,040 m de comprimento, 1,750 m de largura, 1,450 m de altura e 2,580 m de entre-eixos. Clocando lado a lado, significa que o modelo europeu é 10 cm mais comprido, 3 cm mais largo, 2 cm mais baixo e 5 cm mais longo entre os eixos.
Este tamanho faz com que o i20 pareça ter um porte maior, mesmo olhando apenas para a distância entre-eixos. O resto do comprimento extra está no balando traseiro, claramente maior. Isso faz com que o hatch europeu tenha um porta-malas de 351 litros, 51 litros mais do que o HB20, sem contar o ganho em espaço interno.
No quesito design, ambos adotam a identidade que a Hyundai chama de “Esportividade Sensual”, com um novo formato para a grade frontal, faróis e para-choque. A entrada de ar tem formato parecido em ambos. Mas o HB20 tem a parte de cima curva e usa uma borda cromada que a deixa mais larga, enquanto o i20 tem linhas retas e descartou a borda.
Esta diferença na grade ainda mexe com os faróis. A Hyundai optou por colocar um conjunto ótico retangular no i20 e que fica grudado na entrada de ar, acompanhando as bordas laterais da grade. Outra mudança está na curvatura da parte frontal. O HB20 é mais arredondado e tem um capô que vai até o limite da frente, enquanto o i20 é mais reto e o capô termina muito antes da grade. O para-choque é bem parecido nos dois casos, embora o modelo europeu tenha uma área maior para os faróis de neblina.
O porte maior do i20 permite outras mudanças no projeto, como a adição de uma terceira janela lateral. Nos dois casos, os compactos criam um “teto flutuante” pintado em outra cor, mas usam recursos diferentes para passar essa sensação. O i20 ganhou um acabamento cromado que percorre a parte de baixo dos vidros, algo que não acontece no HB20, que adota uma pequena parte emborrachada na coluna C para fazer a divisão entre a carroceria e o teto.
Na parte de trás, os hatches são ainda mais diferentes. As lanternas do HB20 seguem um estilo inédito dentro da marca sul-coreana, maiores nas laterais mas que afinam em direção ao porta-malas, com um degrau na parte superior. Já o i20 adota um estilo em forma de seta e que aponta para uma linha em LED que atravessa a traseira. Este visual permitiu que a tampa do porta-malas do modelo europeu ganhasse uma pintura preta, como se fosse uma extensão do teto.
A única parte que ainda não podemos comparar é o interior, já que a Hyundai não divulgou imagens da cabine do novo i20 – eles tinham que segurar alguma coisa para o Salão de Genebra.
As exigências do consumidor e da legislação europeia fazem com o que o i20 seja bem mais equipado que o HB20. Terá painel de instrumentos digital com tela de 10,25”, mesma medida da central multimídia. Falando nela, contará com Apple CarPlay e Android auto sem fio, além de usar uma função de tela dividida. A fabricante ainda diz que terá um carregador wireless no console central e entrada USB para os passageiros traseiros. Contará também com sistema de som da Bose, com oito alto-falantes e um subwoofer. Em comparação, o HB20 até oferece o carregador de smartphone em algumas versões e uma central multimídia de 8”, mas sem a conexão sem fio.
Na parte de segurança, a Hyundai destaca que o i20 recebeu controle de cruzeiro adaptativo com assistente de permanência em faixa, sensor de ponto cego, aviso de colisão frontal com detecção de pedestres e frenagem automática de emergência, alerta de tráfego cruzado na traseira e assistente de estacionamento (este como opcional). Ainda terá um sistema de emergência, avisando o hospital mais próximo quando os airbags foram acionados. Embora a marca não tenha especificado, o i20 deve continuar contando com seis airbags de série, além do controle de estabilidade e tração que já são obrigatórios na Europa.
Enquanto isso, o HB20 oferece controle de estabilidade e tração como opcional para as versões mais baratas com câmbio manual, passando a ter o item de série a partir da configuração Evolution 1.0 manual. Quatro airbags aparece somente a partir da variante Diamond, a segunda mais cara. A opção mais cara, chamada Diamond Plus, recebe frenagem automática de emergência e alerta de saída de faixa.
A parte em que o HB20 e o i20 mais se aproximam é a motorização. Os dois utilizam o 1.0 T-GDI de três cilindros, entregando 120 cv, mas a semelhança acaba por aqui. Isso porque o i20 adota um sistema híbrido-leve de 48V, usando um gerador que auxilia nas saídas, além de ter um torque máximo de 20,3 kgfm (o HB20 tem somente 17,5 kgfm).
A opção mais abaixo para o i20 é o 1.0 T-GDI de 100 cv e 17,5 kgfm, que pode ser vendido na versão normal ou híbrida leve. Repare que temos a potência máxima deste motor, mas o torque da variante de 100 cv. Na versão de entrada, o i20 usa o 1.2 MPI aspirado de quatro cilindros, que gera 84 cv e 12 kgfm, valor próximo dos 80 cv e 10,2 kgfm do 1.0 de 3 cilindros nacional, quando abastecido com etanol.
As transmissões são a manual de 5 marchas para o 1.2 e 6 posições para o 1.0 turbo. Para quem quer um modelo automático, o HB20 usa uma caixa de 6 marchas com conversor de torque; já o i20 virá com uma caixa automatizada de dupla embreagem e 7 posições. O consumo do i20 ainda não foi revelado, pois ele ainda não passou pela homologação.
Com todas essas diferenças, teria sido melhor o HB20 seguir o novo Hyundai i20 europeu, tornando-se maior e mais equipado (ficando obviamente mais caro), ou não fugir muito da fórmula atual foi uma decisão melhor? O posicionamento de mercado é parecido, com a diferença que o i20 ainda tem o i10 logo abaixo como carro de entrada e o i30 como uma opção acima, entre os hatches médios.
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