Um dos lançamentos mais esperados para este ano no Brasil é o da Mercedes-Benz Classe X, a primeira investida da marca alemã num segmento em franca expensão. O plano inicial era que o modelo começasse ser produzido em janeiro deste ano na fábrica da Nissan em Córdoba, na Argentina, ao lado da Frontier e da Renault Alaskan - as três são irmãs de projeto.
Acontece que as unidades pré-série da Classe X que apareceram nas primeiras fotos de divulgação da Frontier na fábrica agora estão estocadas num terreno vizinho ao da planta, como mostrou o site Argentina Autoblog. Por enquanto, a produção em série tanto da picape da Mercedes quanto do modelo da Renault está em stand-by, ou seja, suspensa até segunda ordem.
Repare que logo atrás da Frontier há uma Classe X na linha de Córdoba; produção, porém, não passou da pré-série
De acordo com a publicação argentina, o problema é que, além da crise no país vizinho, existem desacordos entre os sócios do projeto. O principal deles diz respeito ao preço que a Nissan quer cobrar da Mercedes para fabricar a Classe X em Córdoba. De acordo com um comunicado que a Mercedes-Benz da Argentina divulgou no ano passado, quase 60% da produção da fábrica local seria destinada à Classe X, o que significaria cerca de 21 mil unidades - e dessas 21 mil, metade era destinada à exportação, principalmente para o Brasil.
O fato é que, atualmente, apenas a Frontier está em produção e a fábrica opera com forte ociosidade, o que desagrada à Nissan. Esses problemas com a marca japonesa, somados às vendas abaixo do esperado da Classe X em outros mercados, já estão fazendo com que a Mercedes desista da parceria para a próxima geração da picape.
Até lá, a ideia da Mercedes com a Classe X no Brasil é ter três versões distintas, sendo a de entrada Pure destinada ao mercado frotista, com o mesmo motor 2.3 turbodiesel da Frontier e câmbio manual. Já a intermediária Progressive terá visual mais refinado, mais equipamentos e o motor 2.3 turbodiesel ligado ao câmbio automático de 7 marchas. Por fim, a versão topo de linha Power terá um motor da própria Mercedes, o 3.0 V6 turbodiesel de 258 cv, para enfrentar a VW Amarok V6 como a mais potente do segmento.
Uma estratégia interessante que a Mercedes-Benz pretende fazer é oferecer a Classe X no Brasil tanto nas concessionárias de automóveis quanto também nas de caminhões, o que aumentaria sobremaneira a rede de assistência da picape, não somente para vendas como principalmente para manutenção. Resta agora resolver as questões pendentes.
Procurada pela reportagem do Motor1.com, a Mercedes-Benz do Brasil ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Fotos: Argentina Autoblog e divulgação
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