Este é o novo Ford Escape, SUV de porte médio que sempre caminhou ao lado do Focus dividindo a mesma plataforma. Com o novo direcionamento de apostar em picapes e SUVs em detrimento de hatches e sedãs, o novo utilitário esportivo ocupa de vez o espaço deixado pelo hatch médio em vários mercados. E pode ocupar também o lugar do Focus no Brasil.
Totalmente novo, o Escape 2020 é construído sobre uma nova arquitetura modular extremamente versátil, capaz de entregar quatro versões, sendo duas delas com conjunto híbrido.
A começar pelo visual, o novo estilo segue o DNA do Mustang e que também está presente no novo Focus europeu. A dianteira é pronunciada com o padrão shark face (que remete ao nariz de um tubarão) lançado pelo muscle-car. Na lateral, o Escape abandona completamente os traços firmes e dá lugar a linhas arredondadas e suaves. Destaque também para o desenho da área envidraçada, em especial na coluna C, que inverte o formato da janela espia para seguir as formas da linha de cintura e curvatura do teto. Na traseira, novas lanternas horizontais bi-partidas invadem a tampa do porta-malas. O resultado final é um SUV com mais jeito de carro: mais baixo, mais largo e mais comprido do que a geração atual.
Outra novidade é a nomenclatura aplicada com letras bem espaçadas, como no novo Focus europeu. As rodas têm aros entre 17 e 19 polegadas, dependendo da versão.
"O novo Escape traz design mais elegante e esportivo, capacidade de acompanhar praticamente todo tipo de aventura e, com os novos motores híbridos, líderes na categoria, os clientes vão gastar menos tempo no posto de combustível e mais tempo na estrada”. diz Kumar Galhotra, presidente da Ford na América do Norte.
Com o uso extensivo de aço leve de alta resistência, a engenharia da Ford conseguiu deixar a nova geração 90 kg mais leve que a anterior. A chegada dos novos motores e transmissão e aprimoramentos na aerodinâmica resultou no fato de que todas as versões (as duas com motores EcoBoost e os novos híbridos) têm autonomia estimada de pelo menos 643 km. Já a versão híbrida com tração dianteira deve oferecer a maior autonomia da categoria, com range superior a 885 km.
Na Europa, o Escape é vendido como Kuga. A nova geração dele também foi apresentada, mas com uma estética levemente diferente, mudando o para-choque e mais alguns detalhes (que você confere na galeria acima).
A nova geração do Escape será vendida, inicialmente no mercado norte-americano, em quatro motorizações e níveis de acabamento: S, SE, SE Sport, SEL, Titanium.
As versões equipadas com motores EcoBoost e a versão híbrida terão tração nas quatro rodas. Com os motores 1.5 e 2.0 turbo, a única transmissão disponível será a automática de 8 marchas. Já as versões híbrida e híbrida plug-in trabalharão em conjunto com uma nova transmissão chamada e-CVT (continuamente variável). Não tivemos a oportunidade de dirigir a novidade, mas a Ford destaca a suspensão totalmente nova com isolamento aprimorado, incluindo uma nova subestrutura traseira isolada.
O novo motor 2.0 EcoBoost Turbo, disponível na Titanium, entrega 253 cv de potência e 38 kgfm de torque. Segundo a marca, a aceleração de 0 a 100 km/h é até 10% mais rápida que no Escape 2.0 anterior.
O novo 1.5 EcoBoost (3 cilindros turbo) que equipa as versões S, SE e SEL, gera 183 cv e 24 kgfm de torque. Para ajudar a economizar combustível, o 1.5 EcoBoost estreia a desativação de cilindro, sistema pioneiro no segmento que identifica quando a força do motor não é totalmente necessária e desliga um cilindro automaticamente. O sistema pode ativar ou desativar um cilindro em 14 milissegundos para manter uma rodagem suave.
A versão híbrida será oferecidas nas configurações SE Sport e Titanium. De quarta geração, associa um motor híbrido de ciclo Atkinson de 2.5 litros e transmissão automática continuamente variável, batizada de e-CVT. Com tração dianteira, entrega potência combinada de 200 cv e velocidade máxima de 137 km/h no modo puramente elétrico.
Por fim, a versão híbrida plug-in, disponível em todos os níveis de acabamento, exceto S e SE Sport, entrega autonomia no modo elétrico de pelo menos 48 km. Em uma tomada de 110 volts convencional, o tempo estimado de carga total da bateria é de 10 a 11 horas. Usando uma tomada de 240 volts com recarga rápida, o tempo cai para cerca de 3,5 horas.
As duas versões híbridas possuem seletor de modos de condução. O primeiro é o modo Auto EV, no qual o veículo decide se funciona com gasolina ou energia elétrica, dependendo das condições. O segundo é o modo EV Now que utiliza somente energia elétrica. Terceiro, o modo EV Later usa o motor a gasolina, poupando energia elétrica para mais tarde. Em todos os modos, o veículo continua a recarregar a bateria, gerando energia elétrica para rodar mais tarde.
Nas versões a gasolina, os modos de condução configuram os parâmetros de uso do carro em normal, eco, esporte, escorregadio e rodagem na areia e neve. São alteradas configurações de resposta do acelerador, direção e controles de tração e estabilidade. Ao alterar o modo, a suspensão não é alterada.
Junto com a nova arquitetura, a Ford também amplia a oferta de itens e equipamentos. Entre as novidades estão o novo mostrador head-up, que projeta informações em uma tela de 6 polegadas, sistema de estacionamento automático 2.0, assistência de manobras evasivas (que detecta um veículo parado ou mais lento à frente e dá suporte na direção para ajudar a evitar uma colisão iminente), Ford Co-Piloto 360 (piloto automático adaptativo com Stop & Go e centralizador de faixa), conexão Wi-Fi 4G LTE para até 10 dispositivos móveis, FordPass Connect para acesso remoto ao Escape via smartphone (permite bloquear, desbloquear, localizar e dar partida no veículo), carregamento sem fio no console, portas USB tipo A e tipo C, além de três tomadas de 12 volts.
Esse é o interior do Kuga, versão europeia do novo Escape, com destaque para o painel digital
A tela sensível ao toque de 8 polegadas – de série nas versões SE e acima – compartilha informações com o painel de instrumentos digital de 12,3 polegadas, o mesmo do Mustang e do novo Explorer. O sistema de infotainment é o SYNC 3, que agora além ser compatível com os sistemas Apple CarPlay, Android Auto, também traz integração direta com o Ford+Alexa e Waze.
Produzido na fábrica da Ford em Louisville, no Kentucky (EUA), o novo Escape chegará ao mercado norte-americano em meados do segundo semestre. A versão híbrida plug-in estará disponível no ano que vem.
Após anunciar que o Focus sairia de linha e mais recentemente que o Fiesta seguiria o mesmo caminho, a Ford não tem outra saída a não ser lançar modelos que fazem parte da nova estratégia global. Motor1.com Brasil foi até Detroit participar da pré-estreia do novo Escape e aproveitou para entrevistar Rogélio Goldfard, Vice-Presidente de Comunicação da Ford América do Sul, que sinalizou o que podemos esperar para o mercado brasileiro.
Falando especificamente do novo Ford Escape, Goldfarb afirmou que o novo SUV está na lista de avaliações, mas a decisão final ainda não tomada. "Sem dúvida nenhuma, esse é o produto com a tecnologia e modernidade que eu considero adequada para o mercado sul-americano, particularmente para o Brasil", afirmou o executivo.
Sobre a origem, também não há definição. A fábrica na Argentina, que era responsável pelo Focus, é uma possibilidade, no entanto, o executivo disse que todas as unidades podem produzir o Escape e atender determinada região. Nessa lista de possibilidades, Rogélio citou inclusive a fábrica de Camaçari, na Bahia.
Em termos de posicionamento, o novo Ford Escape seria um concorrente natural ao Jeep Compass. Com entre-eixos de 2.710 mm e comprimento de 4.585 mm, tem tamanho e porte similar. A seu favor, está o conjunto de opções mais variado, com direito à versão híbrida. Caso a decisão seja positiva, seu desembarque nas lojas brasileiras aconteceria somente no ano que vem.
Texto e fotos: Fábio Trindade, de Detroit (EUA)
Viagem a convite da Ford
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