A Citroën mostrou há poucos dias como ficou a versão Mercosul do C4 Cactus. Fabricado em porto Real (RJ) e com lançamento marcado para o segundo semestre, o modelo é a aposta mais forte da marca no mercado nacional desde a nacionalização do C3, em 2003. Além disso, a empresa atravessa um de seus momentos mais delicados no país: teve apenas 6.389 carros emplacados em 2018, considerando os dados da Fenabrave acumulados de janeiro até abril. Muito pouco para quem já deteve 5% de market share, ao lado da irmã Peugeot. Em 2010, o Grupo PSA (Peugeot-Citroën) emplacou 160 mil unidades, ou uma média de mais de 13 mil carros/mês. Hoje, a PSA não chega a 2% de participação do mercado nacional.
Apesar de ter um carro realmente novo, o que não acontece há anos, a PSA vai ficar de fora do Salão do Automóvel, que acontece em novembro em São Paulo. É a mesma estratégia adotada, por exemplo, pela JAC, Jaguar-Land Rover e Volvo. Com uma grande diferença. A chinesa tem operação discretíssima no país, atuando somente como importadora, ao menos por enquanto. As outras duas são marcas premium, com mercado bem consolidado entre seus clientes. Já a PSA precisa dar uma resposta ao mercado, mostrar que está viva e afim de recuperar seu espaço. As principais rivais estarão lá...
O C4 Cactus vai colocar a Citroën no que é hoje um dos principais segmentos do mercado nacional: SUVs compactos. Mantendo a plataforma do Peugeot 2008 (mesma do C3 e 208), ele segue a reestilização da versão europeia, com design mais tradicional que o Cactus original. Por enquanto, a marca mostrou apenas a versão topo de linha, com motor 1.6 THP (turbo e injeção direta) de 173 cv e câmbio automático de 6 marchas. Terá o mesmo sistema Grip Control do 2008, para distribuir melhor a força nas rodas dianteiras no uso fora do asfalto. Não haverá opção de tração integral.
Espera-se também uma versão de entrada, com motor 1.6 16V aspirado de 118 cv, e câmbio manual ou automático. Estreia será entre outubro e novembro, com preços entre R$ 75 mil e R$ 100 mil. Vai brigar com Jeep Renegade, Honda HR-V, Nissan Kicks, Hyundai Creta e Chevrolet Tracker, entre outros.
A ausência de diversas marcas em Salões Internacionais está se tornando rotina, por conta dos altos investimentos necessários, sem que isso se reverta em vendas de carros. O Salão de Detroit, por exemplo, está até correndo risco por conta da desistência de importantes expositores para a edição 2019. Mas, no caso do Salão de São Paulo, trata-se de uma mostra mais regional. E se tem uma coisa que o consumidor nacional preza, é a força de uma marca no mercado - estão aí Honda e Toyota que não me deixam mentir. Então, creio que um estande com o C4 Cactus em destaque era fundamental para a PSA no São Paulo Expo em novembro. E você, acha que a Citroën está certa em ficar fora do Salão deste ano?
Fotos: divulgação
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