Se você espera dirigir um carro novo da Toyota com Android Auto, ficará desapontado. A fabricante japonesa, que resistiu durante anos contra o Android Auto e ao Apple CarPlay, diz que não irá utilizar o sistema da Google por problemas de privacidade. Por enquanto, a empresa irá adotar somente o Apple CarPlay, já disponível na nova versão do sedã Avalon, revelada recentemente nos Estados Unidos.
“Somos uma empresa conservadora e queremos ter certeza de que está tudo certo,” disse Mark DeJongh, gerente executivo do Avalon, sobre a posição da empresa contra o Android Auto, durante uma conversa na última semana. "Nós queremos proteger a privacidade dos nossos clientes. Acreditamos firmemente no nosso posicionamento e no que estamos fazendo."
A Toyota é uma das poucas fabricantes a levar mais tempo para colocar estes sistemas de integração em suas centrais multimídia. A preocupação da marca japonesa com o Android vem desde a metade de 2015, quando ela já mostrava sua desconfiança tanto com Android Auto quanto com Apple CarPlay. Na época, muitas outras montadoras estavam preocupadas em dar o controle dos sistemas multimídias para o produto de outras empresas, motivo pelo qual algumas fabricantes ainda colocam seus próprios sistemas operacionais além do suporte para Android e iOS.
Poucos meses depois da Toyota reforçar que continuaria usando seus próprios sistemas, a Motor Trend publicou uma reportagem acusando a Google de coletar informações do veículo, como velocidade do carro, posição do acelerador, temperatura do óleo e mais. Basicamente, a Google conseguia um diagnóstico completo do veículo toda vez que alguém ativasse o Android Auto. A Apple, em comparação, quer saber apenas se o veículo está em movimento quando o Apple CarPlay é utilizado.
A Google negou as acusações, mas só parte delas, dizendo ao site Gizmodo, que “levamos a privacidade muito a sério e não coletamos os dados que a Motor Trend diz, como posição do acelerador e temperatura do óleo. Nossos usuários podem escolher se irão compartilhar as informações com o Android Auto para melhorar sua experiência, então o sistema pode ser operado por comandos de voz e entrar informações mais precisas para o navegador do veículo.”
A Google não negou que estava guardando informações como a velocidade e rpm do motor, que seriam usadas para "uma navegação mais precisa". De qualquer forma, a notícia ajudou a Toyota a ter argumentos para evitar o Android Auto. Três anos depois, e ainda preocupada com estas questões, a fabricante segue com o posicionamento de não oferecer o sistema em nenhum carro da Toyota ou Lexus.
Fonte: Motor Trend, Gizmodo