Assim que a nova geração do Fiesta foi apresentada na Europa, a Ford brasileira se apressou em dizer que o modelo seria exclusivo para os países do Velho Continente. Ou seja, os mercados das Américas continuariam com o carro atual. No Brasil, o hatch foi levemente redesenhado e não mudou nada na mecânica para a linha 2018, o que lhe rendeu o título de maior decepção do ano passado. Mas pode ser que o Fiesta reestilizado esteja cumprindo apenas um mandato tampão até a estreia da nova geração, como deixa antever o registro que a Ford acaba de fazer das patentes do novo modelo no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial).
Em conversas com gente ligada à Ford no ano passado, ouvi que, se viesse, o novo Fiesta demoraria para chegar às lojas brasileiras. A princípio, a ideia era refinar as versões mais caras do Ka para assumir o lugar do Fiesta e deixar apenas um compacto nas revendas Ford - como faz a GM com o Onix. O Ka de fato vai subir na vida na linha 2019, que será reestilizada e ganhará nova mecânica (motor 1.5 3 cilindros e câmbio automático de 6 marchas vindos do EcoSport). No entanto, dois fatores colaboram para a vinda do novo Fiesta, nem que seja mais para a frente: o novo carro usa a mesma plataforma do atual (embora com 36% a mais de aços de alta resistência), e a Ford pode ter considerado a boa acolhida do VW Polo em nosso mercado - o principal rival do Fiesta na Europa.
O registro das patentes, porém, também pode não significar nada: apenas a Ford registrando um projeto dela para que nenhuma outra marca possa lançar algo parecido por aqui - lembra das cópias chinesas?
Com visual mais clássico que o da atual geração, o novo Fiesta europeu abriu mão das lanternas na coluna traseira em favor de um conjunto mais tradicional, com lanternas duplas dispostas na horizontal e uma parte adentrando a tampa do porta-malas. No geral, a carroceria ficou mais limpa, com menos vincos. A grande evolução se deu na cabine, mais ergonômica e com acabamento infinitamente mais refinado. Tem o desenho do painel que inspirou a reestilização do Ecosport, com destaque para a central multimídia Sync 3 com tela flutuante.
Mecanicamente, o Fiesta de sétima geração abandonou o câmbio de dupla embreagem Powershift, com histórico de problemas, trocado pela transmissão automática convencional de 6 marchas. A linha de motores é composta pelo premiado EcoBoost 1.0 (turbo e injeção direta) com potências de 100, 125 e 140 cv, além do 1.5 diesel em versões de 85 ou 125 cv.
Outra novidade ficou por conta da estreia de duas versões inéditas: a luxuosa Vignale e a aventureira Active. Se realmente vier ao Brasil no futuro, pode ser facilmente alocado acima do Ka (mesmo com este melhorado), sendo equipado exclusivamente com o motor 1.0 Ecoboost e câmbio automático, com a mira apontada para as versões 1.0 TSI do Polo. Aí depende dos planos da Ford...
Fotos: reprodução e divulgação
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