A crise no setor automotivo foi forte para a maioria das marcas. Algumas sofreram ainda mais, como é o caso da Ford, que vem registrando um prejuízo total de US$ 2,6 bilhões na América do Sul. Esta situação faz a empresa do oval azul pensar em alternativas para a região, incluindo deixar alguns mercados. A informação foi revelada por Ryan Brinkman, analista da J.P. Morgan, após uma reunião com Jim Farley e Bob Shanks, presidente de mercados globais e chefe financeiro da marca, respectivamente.
Segundo Brinkman, o comando da Ford estaria considerando “um plano de transformação incomum, para estancar o que consideram uma perda inaceitável na América do Sul, e que pode ser anunciado em curto prazo. A Ford está avaliando estratégias sobre como fazer negócios em mercados emergentes”, explica o analista. “Pode incluir a saída seletiva de alguns mercados.”
A perda da Ford na América do Sul tornou-se uma constante desde o último trimestre de 2013. De acordo com um levantamento da Bloomberg, a marca norte-americana registrou prejuízo em 16 trimestres e, embora 2017 tenha sido melhor do que o ano anterior, continua no vermelho, com prejuízo de US$ 587 milhões.
Brinkman citou as mudanças recentes feitas pela General Motors, que deixou diversos mercados nos últimos dois anos, como África do Sul, Índia, Rússia e, recentemente, Venezuela, além de vender a Opel/Vauxhall, sua subsidiária europeia, para o Grupo PSA da Peugeot-Citroën. Enquanto isso, a Ford vem se esforçando para continuar na Rússia e expandindo sua presença na Índia – alguns analistas acreditam que o mercado indiano crescerá até ser o segundo maior do mundo, atrás apenas da China.
A revisão na estratégia para América do Sul pode fazer parte do pacote de planos que Jim Hackett, o novo CEO da Ford, vem criando desde que assumiu o cargo. Hackett gastou 100 dias avaliando os negócios da empresa para encontrar formas de equilibrar as finanças e recuperar sua força no mercado.
Em nota, a Ford diz que a “América do Sul continua a ser importante para nossos negócios e continuaremos a trabalhar para equilibrar sua operação”, garante Said Deep, porta-voz da marca. Porém, Deep não quis dar mais detalhes sobre como alcançarão este equilíbrio.
Fonte: The Detroit Bureau
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