Desde que a Caoa anunciou a compra da operação brasileira da Chery, a empresa vem fazendo mistério sobre o futuro da marca chinesa no Brasil, prometendo novidades para "breve”. Aos poucos, vão revelando qual será a estratégia. Uma publicidade publicada em revistas adianta que oferecerão modelos com “até 7 anos de garantia” e, para ilustrar o anúncio, usaram o Exeed TX, conceito apresentado no Salão de Frankfurt (Alemanha), sugerindo sua chegada ao nosso país.
A publicidade acima ainda é bem vaga. A Caoa-Chery dá destaque para os atributos da Chery, que vem contratando designers e engenheiros de marcas europeias, como BMW, Porsche e Mercedes-Benz. A chegada destes profissionais fez com que a Chery evoluísse muito nos últimos anos, pois está de olho no mercado europeu. Em entrevista ao site Automotive Business, Mauro Correia, presidente do Grupo Caoa, disse que os novos produtos da Chery foram o motivo que fez a empresa adquirir a operação brasileira dos chineses.
O Exeed pode ter papel importante para desvincular a marca da fama de carros baratos e de baixa qualidade. Apresentado no Salão de Frankfurt deste ano, é um conceito que adianta um SUV feito para a Europa, um mercado mais exigente. E transmite justamente o que a Caoa-Chery quer fazer, renovando a linha da fabricante nos próximos três anos.Além disso, a fabricante fecha a publicidade com a frase "A Caoa-Chery vai surpreender você pela qualidade, tecnologia de ponta, design e carros com até 7 anos de garantia". Uma das maiores críticas envolvendo as fabricantes chinesas é o pós-venda e, por isso, a Caoa quer atrair os interessados com uma garantia mais longa do que muitos rivais - estratégia que fez com a Hyundai no passado.
A renovação da Chery muda os planos que a marca, ainda por conta própria, havia revelado no Salão do Automóvel de 2016. O Tiggo 2 (abaixo), SUV compacto que será feito em Jacareí (SP), ainda será lançado, umas vez que ele está pronto e a fábrica já produzia os modelos pré-série. Porém, os demais carros subiram no telhado. Haviam prometido o Tiggo 7 e Tiggo 9, além de dar a entender que o Tiggo 5 viria no futuro. Nesta nova fase, porém, Correia disse ao Automotive Business que “talvez não sejam exatamente esses, porque precisa respeitar também o ciclo de cada produto.” Alguns deles já estão na metade da vida na China e levariam mais um tempo para chegar aqui.
Outros carros que haviam sido prometidos são os sedãs da linha Arrizo, no caso o Arrizo 5 e Arrizo 7 (acima). Quem também fica com o futuro incerto são os automóveis que a Chery vende atualmente. O Celer já começa a dar adeus, por suas vendas baixas e para dar espaço ao Tiggo 2 na linha de montagem. Já o subcompacto QQ também deve sumir. Correia disse na entrevista que os carros da Caoa-Chery “vão oferecer design atraente, grande conteúdo tecnológico e qualidade por preços competitivos, mas não agressivos”, dando a entender que será o fim da política de atrair pelos preços baixos.
Fotos: divulgação e arquivo Motor1
RECOMENDADO PARA VOCÊ
"Vinte porcento das pessoas que experimentam a Amarok a compram"
Fiat Mobi alcança 600 mil unidades produzidas em quase 9 anos de mercado
Nova AUDI não competirá pelos mesmos clientes da Audi; marca explica
VW revela novo Tiguan 2025 nos EUA e adianta SUV que pode vir ao Brasil
Audi desistiu de fazer carros divertidos porque SUVs dão mais dinheiro
Quer apostar? Híbridos vão depreciar mais que elétricos daqui a 10 anos
Toyota Hilux Champ, versão barata da picape, já virou carro de corrida