Pela primeira vez o presidente mundial da Nissan, Makoto Uchida, visita o Brasil e veio com o bolso cheio. Anunciou investimento de até R$ 2,8 bilhões na fábrica de Resende (RJ), ou seja, R$ 1,5 bilhão a mais que o previsto. O executivo japonês incluiu a produção de dois novos modelos, ambos SUVs, sem esconder que o primeiro deles será a nova geração do compacto Kicks. Este modelo está mesmo próximo ao fim de seu ciclo normal de vida e será substituído logo no início de 2025.
Ainda em 2025 deve chegar também o segundo produto, contudo Uchida não o revelou. A possibilidade recai sobre o já muito especulado SUV subcompacto Juke, cuja nova geração está prevista justamente para aquele ano na Europa. É um modelo de linhas audaciosas que chamam atenção por onde passa, mas poderá sofrer modificações para a região Américas.
O investimento inclui um novo motor turbo para os dois modelos em Resende (RJ), sem informações adicionais. Mas, tudo indica que será o mesmo motor turbo flex de 1-litro, três-cilindros que a Renault, sócia na aliança franco-nipônica, produzirá em São José dos Pinhais (PR).
A marca francesa já anunciou a produção no Brasil do SUV Kardian e uma futura picape. A construção monobloco será partilhada com a Nissan, embora a empresa japonesa faça algumas modificações no novo Kicks. Outro investimento recente foi a transferência de São Paulo para São José dos Pinhais (PR) do seu centro de projetos e estilo para América Latina. As instalações foram ampliadas e integradas às três outras semelhantes da Renault no mundo.
Crescimento de 10,2% frente a setembro último e de 20,4% em relação a outubro do ano passado apontam para um ano de 2023 que começou lento, teve uma breve recuperação com o corte provisório de impostos em meados do ano, uma pequena retração em setembro e deve fechar 2023 com avanço de 6% sobre 2022. No acumulado de janeiro a outubro, as vendas de veículos leves e pesados cresceram 9,7%, mas segundo a Anfavea a base comparativa ao final de 2023 deve recuar, pois os dois últimos meses do ano passado foram de resultados bem acima da média.
De janeiro a outubro deste ano foram comercializados 1,847 milhão de veículos leves e pesados. As vendas diretas (a maior parte para locadoras) responderam por 51% do total. Os estoques em concessionárias e nas fábricas totalizaram 36 dias, um a menos que em setembro. A média de vendas diárias em outubro foi de 10,4 mil unidades, perdendo apenas para as 10,7 mil unidades de julho.
Produção nos 10 primeiros meses do ano (o que realmente garante os empregos) diminuiu 0,6% e alcançou 1,951 milhão de unidades, números modestos pela combinação de dois fatores: aumento de importações e queda nas exportações.
As vendas de veículos elétricos subiram 30% em outubro em comparação a setembro e acumularam 10.069 unidades nos 10 primeiros meses de 2023. Entretanto, estes representaram apenas 0,6% do total comercializado no ano contra 2,6% de gasolina, 3,3% de híbridos, 10% de diesel e 83,5% de motores flex.
A evolução que se esperava com o novo Marco Legal de Garantias acabou praticamente eliminada. A lei foi aprovada no Congresso, porém recebeu veto do presidente da República no ponto essencial: retomada do bem financiado e não pago por meio de processo extrajudicial. Hoje, faz-se necessário iniciar todo um longo procedimento na Justiça e muitas vezes o veículo deixa de ser recuperado ou, quando acontece, já está deteriorado.
No cenário atual apenas 20% do total de unidades financiadas em inadimplência (mais de 90 dias de atraso das prestações) voltam para os credores. “Quem mais sofre, com esse veto, são os consumidores que enfrentam restrições na aprovação de fichas cadastrais”, alertou José Andretta Jr., presidente da Fenabrave.
Outro reflexo dessa falta de visão é anular a tendência natural de diminuir as taxas de juros do Crédito Direto ao Consumidor, caso fosse possível tornar mais ágil a retomada do bem. Isso não aconteceria em curto prazo, mas a experiência internacional mostra que este objetivo foi alcançado.
O Congresso ainda pode derrubar o veto presidencial, no entanto depende de negociações políticas.
Importado pela Grupo Caoa, o Hyundai Kona está defasado em relação ao novo modelo disponível no exterior. O preço também não ajuda – R$ 219.990 – apesar de ter recebido um corte de R$ 70.000, depois que as marcas chinesas passaram a oferecer aqui modelos elétricos a preços que, na Europa, geraram reações e ameaça de sobretaxas.
Este crossover, no entanto, é bem agradável de dirigir. Seus 4.205 mm de comprimento permitem achar vagas para estacionar sem dificuldade. Os 2.600 mm de entre-eixos garantem bom espaço para pernas, contudo passageiros mais altos atrás roçam a cabeça no teto. Volante é igual ao do HB20 e central multimídia de 10,25 pol., a mesma do Creta. Espaço para bagagem deveria ser maior do que os 332 litros.
Acelerações são razoáveis, mas com potência de apenas 136 cv não chegam a emocionar: 0 a 100 km/h em 9,9 s. A regeneração em desacelerações e frenagens tem ajuste automático e também manual por aletas atrás do volante. O fabricante optou por uma bateria de menor capacidade (39,2 kW·h) para diminuir a massa do carro e conseguir – artificialmente – recarga mais rápida (47 minutos em carregador de 50 kW). Entretanto, essa escolha limita o alcance médio a apenas 252 km (padrão Inmetro).
Os planos para 2024, quando a Audi comemora 30 anos do início da produção na fábrica de São José dos Pinhais (PR), incluem a icônica camioneta RS6 Avant, no primeiro semestre e o elétrico Q6 e-tron, no segundo semestre. A empresa, porém, antecipou agora em novembro as séries especiais Anniversary Edition comemorativas dos dois produtos que saem da fábrica paranaense em regime de montagem SKD: Q3 e Q3 Sportback.
Serão apenas 50 unidades de cada versão com preços, respectivamente, de R$ 372.990 e R$ 392.990.
A parte mecânica não mudou (gasolina; 2-L turbo; 231 cv; 34,7 kgf·m) e tração integral quattro sob demanda. Externamente caracteriza-se pela pintura de toda a carroceria na mesma cor, mas reservando o preto brilhante para as carcaças dos espelhos retrovisores e moldura da grade do radiador. Os iniciados em Audi percebem as sutilezas.
Em um roteiro de 460 km (São Paulo-São Bento do Sapucaí, ida e volta) o Q3 confirmou suas qualidades dinâmicas tanto na estrada quanto em trechos off-road, sempre entregando respostas rápidas do acelerador e do câmbio automático epicíclico de oito marchas. Em estradas de terra é preciso lembrar dos pneus de perfil baixo 40, mais vulneráveis a pedras e buracos. O Q3 acelera de 0 a 100 km/h em 7 s.
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