Já se tornaram comuns os motores 1.0 turbo. Desde compactos até SUVs, se tornaram os queridinhos das montadoras não apenas pela potência desenvolvida com baixa cilindrada, mas também pela (já ultrapassada) legislação de impostos do Brasil, que reduz o IPI para os motores 1.0 - e isso vem da época dos aspirados populares. Mas em 2000 já conseguíamos experimentar um pouco disso.
Em junho de 2000, a Volkswagen apresentou no Brasil os Gol e Parati 16v Turbo. Se a Fiat tinha conseguido tirar potência dos 1.4 e 2.0 de Uno e Tempra, a engenharia brasileira da marca alemã queria provar que os 1.0 também eram capazes. Pegaram então o 1.0 16v já utilizado e o dimensionaram para o uso do turbo, algo inédito até aquele momento - a não ser nas ruas, onde o mercado de preparação já tinha feito isso com todo tipo de motor nacional.
A tecnologia flex nasceria apenas em 2003, também começando pela Volkswagen com o Gol, então os 1.0 turbo usavam apenas gasolina. O 1.0 16v saiu de 70 cv para 112 cv e de 9,4 kgfm para 15,8 kgfm, um aumento considerável e que o colocava diante dos 2.0 aspirados da época. Além do turbo e dos ajustes de componentes internos para a pressão positiva, esse motor recebe também o comando de válvulas variável na admissão, melhorando as repostas em baixas rotações.
A injeção direta ainda era de poucas empresas. Para este motor, a injeção era tradicional, no coletor, com sensor de massa de ar. A pressão era regulada pela centra, chegando a 1.4 bar. Radiador era específico, já que tinha que refrigerar também o turbo, além de um intercooler para reduzir a temperatura do ar admitido pelo motor, já pressurizado pelo turbo.
Segundo a Volkswagen, o Gol Turbo acelerava de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos, com velocidade máxima de 192 km/h e consumo de 11,5 km/litro na cidade e 16,5 km/litro na estrada - a Parati acelerava em 9,8 segundos, chegava aos 191 km/h e consumia 11,3 km/litro na cidade e o mesmo do Gol na estrada.
Para os diferenciar nas ruas, Gol e Parati Turbo tinham elementos exclusivos. Além do logo 16V Turbo na traseira e nos para-lamas dianteiros, tinha máscara negra nos faróis biparábola, vidros verdes mais escuros, faróis de neblina, rodas de 14", para-choque dianteiro com uma segunda abertura inferior, antena de teto, brake-light e ponteira de escape oval, além do aerofólio. Transmissão, suspensão e freios foram dimensionados para o novo motor, ou pelo menos vindas das versões com o motor 2.0 aspirado.
Na época, o Gol custava iniciais R$ 22.798 (ou R$ 83.579,67 pelo IPCA em valores atuais). Equipamentos como ar-condicionado, ABS e airbags eram itens opcionais, como tradicional na época. A linha Turbo chegou a ser reestilizada, mas morreu assim que o Gol G5 chegou ao mercado. A marca foi ter outro 1.0 turbo apenas com o 1.0 TSI, apresentado no Up já em 2015.