O International Motor Show (IAA) era conhecido no Brasil como Salão de Frankfurt. Após 52 anos, o evento mudou de local, acontecendo em Munique pela primeira vez entre os dias 7 e 12 de setembro. Como a primeira feira do tipo a acontecer na Europa desde o início da pandemia, a expectativa é grande pelas inovações que serão apresentadas. Enquanto isso, vamos lembrar um pouco do passado glorioso do IAA.

Um dos eventos mais importantes do segmento automotivo do mundo, o IAA já mostrou tantas novidades que inclusive precisou da ajuda da polícia para controlar o público em uma situação. A lista abaixo relembra 10 carros especiais que foram revelados durante a feira e escolhemos de forma subjetiva. Poderíamos ter destacado muitas outras coisas, como o Mercedes C 111 (que tinha motor rotativo wankel), o BMW 2022 Turbo (primeiro carro turbo de produção da empresa) ou o Lancia Delta (que virou uma lenda do rally). A ordem é cronológica, não por sua importância.

1951: Mercedes 300

Mercedes 300 (1951)

O inédito Mercedes-Benz 300 logo virou a estrela do IAA de 1951, com seu motor de seis cilindros, 115 cv e uma velocidade máxima de 160 km/h - o que era muito para a época. O caríssimo sedã ganhou um status de luxo tão forte que ficou conhecido como "Adenauer Mercedes", por causa de Konrad Adenauer, primeiro chanceler da Alemanha ocidental, que encomendou seis unidades personalizadas. Para a maioria dos visitantes, que no máximo conseguiam comprar uma moto, o 300 foi visto como algo de outro mundo.

1955: BMW 507

BMW 507 (1955)

A BMW não estava muito bem financeiramente na década de 1950, mas ainda assim mostrou algo bem legal no IAA. Na edição de 1955, a fabricante bávara apresentou um rival direto para o Mercedes 300 SL, o BMW 507. Custava o mesmo que uma casa pequena e virou um modelo extremamente rara, com apenas 254 unidades produzidas. Em comparação, o Mercedes 300 SL teve 3.258 unidades montadas. O que fez o 507 virar uma lenda foi o fato de que Elvis Presley comprou um, que hoje é exibido no museu da marca em Munique.

1963: Mercedes 600

Mercedes 600 (1963)

Assim como o 300 fez barulho 12 anos antes, a Mercedes-Benz atraiu todos os olhares no IAA de 1963 ao mostrar o poderoso 600, equipado com um 6.3 V8 de 250 cv e que demostrava bem como um carro de luxo pode trazer inovações. Por exemplo, tinha um sistema de vácuo para fechar as portas e o porta-malas e até um minibar refrigerado. Tanta gente quis ver o carro na época que a Mercedes precisou chamar a polícia para proteger o estande.

1963: Porsche 901

Porsche 901 (1963)

Ainda usando o codinome 901, a Porsche apresentou um esportivo no IAA de 1963 que entrou para a história, pois virou o 911. Na foto acima, você pode ver um 901 mostrado no Salão de Genebra de 1964 e como ele já antecipou bem o design do 911. As vendas começaram pouco depois, em novembro de 1964, mudando de nome por conta de uma disputa com a Peugeot.

1965: Opel Kadett B

Opel Kadett B (1965)

Às vezes, os grandes sucessos passam despercebidos no primeiro momento. foi assim com o Opel Kadett B, mostrado no IAA em 1965 e que virou um sucesso em vendas quando chegou às lojas. Na época, a marca até usava o slogan "O Carro" para o Kadett. Não é à toa que, em 1973, mais de 2,7 milhões de unidades foram produzidas.

1967: NSU Ro 80

NSU Ro 80 (1967)

A sensação do IAA 1967 foi a NSU, fabricante alemã que posteriormente foi comprada pela Volkswagen e era conhecida pelo seus carros compactos. Foi naquele ano que apresentou o Ro 80, com um design futurista e um motor rotativo Wankel de 115 cv. No entanto, o sedã vendeu só 37.400 unidades em uma década. Quando o Ro 80 saiu de linha em 1977, o IAA já tinha muitos debates sobre consumo de combustível e segurança. Ainda foi o último carro da NSU, que foi rebatizada como Audi NSU Auto Union após 1969 e desapareceu completamente em 1985.

1983: VW Golf II

VW Golf II (1983)

Assim como o Opel Kadett B, a segunda geração do Volkswagen Golf revelada em 1983 não era o mais chamativo dos carros. Mas graças a sua solidez e longevidade, o compacto virou um mito. Com versões equipadas com um motor diesel de 54 cv a até 210 cv a gasolina, teve mais de 6,3 milhões de unidades produzidas até o final de 1992, muitas delas ainda rodando na Europa. 

1989: Opel Calibra

Opel Calibra (1989)

O verdadeiro sucesso do Opel Manta foi o Calibra, que causou furor no IAA em 1989 depois de ter sido desenvolvido usando até um túnel de vento, algo incomum na época. Tanto é que seu coeficiente de arrasto de apenas 0,26 virou um recorde. Além do design fabuloso, os visitantes ficaram maravilhados por seus faróis elipsoidais estreitos. O "Cali" foi produzido até 1997 e, infelizmente, nunca teve um sucessor.

1997: Mercedes Classe A

Mercedes A class (1997)

Em uma era que as estreias mundiais, os visitantes do IAA 1997 viram pela primeira vez o novo Mercedes-Benz Class A, uma ideia muito ousada para a marca que apostou em um subcompacto que ia na contramão de tudo o que passou pelo portfólio da empresa até então. Foi antecipado pelo conceito Vision A 93, mostrado em 1993. Apesar de ter feito barulho em 1997, virou um problema para a fabricante quando passou pelo "teste do alce" na Suécia e capotou. A mesma coisa aconteceu em testes posteriores, obrigado a Mercedes a suspender as vendas e fazer um recall de todas as unidades para adicionar um controle eletrônico de estabilidade.

2019: VW ID.3

VW ID.3 (2019)

A última edição do IAA que aconteceu em Frankfurt teve outro destaque: o primeiro passo da Volkswagen para uma linha totalmente elétrica, com a apresentação do ID.3. Foi um sinal claro de que a gigante de Wolfsburg de que iria investir bilhões na eletrificação. E veremos muito mais disso no IAA deste ano, em setembro.

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