Até 2003, o catálogo de alguns modelos oferecia a opção de motores a álcool (atual etanol) ou gasolina. Esta escolha era importante, pois ela te obrigava a abastecer com apenas um combustível, sem o poder de escolha por preço, disponibilidade (sim, existia casos de falta de álcool nos postos) ou preferência pessoal.
Em 24 de março de 2003, começava a ser vendido o Volkswagen Gol Power 1.6 Total Flex (na época o hatch era o "G3" reestilizado). Naquele momento, o Brasil conhecia uma nova tecnologia que, anos depois, estaria presente até mesmo em modelos importados, como BMW, Mercedes-Benz e Audi, e que se tornou praticamente uma regra no nosso mercado (são mais de 20 milhões de carros flex no Brasil hoje em dia). Pare e conte quantas opções não-flex (excluindo os diesel) temos em nosso mercado e comprove o sucesso da tecnologia.
Vendido inicialmente apenas pela internet, o Gol Total Flex custava R$ 26.855, ou R$ 950 a mais que a variante a apenas gasolina. O preço cobrado era considerado baixo por uma tecnologia nova, fornecida pela Magnetti Marelli para a VW. O funcionamento, assim como hoje, dependia da sonda lambda (que faz a leitura dos gases para determinar o combustível que está em uso e a proporção) e da central eletrônica da injeção, que muda o tempo de abertura dos bicos e o ponto de ignição, dependendo do combustível que está sendo usado.
O motor AP 1.6 (que naquele Gol ainda ficava em posição longitudinal) foi pouco modificado para rodar com os dois combustíveis. Em números, rendia 99 cv (5.750 rpm) de potência e 14,3 kgfm (3.000 rpm) de torque com etanol e 97 cv (5.750 rpm) e 14 kgfm (3.000 rpm) com gasolina. A grande dúvida dos consumidores no começo era sobre o funcionamento do sistema. Muitos achavam que era necessário mudar alguma chave, ou botão no painel, ou até que mesmo que havia dois tanques de combustível. Nada disso existia, assim como hoje. O que de mais importante mudou de lá para cá foi que o tanquinho auxiliar de gasolina para a partida foi substituído, na maioria dos modelos, por um sistema de aquecimento dos bicos injetores.
A Volkswagen dizia que apenas 5% da produção do Gol era Total Flex em 2003. Lançado para celebrar os 50 anos da marca no país, revolucionou o mercado brasileiro, sendo seguido pelo Chevrolet Corsa 1.8 FlexPower, Fiat Palio 1.3 e Ford Fiesta 1.6 - todos aproveitando o IPI de 14% que o governo liberou aos modelos flex.
Fotos: divulgação
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