De Baoding, China - A GWM prepara novos lançamentos para breve no mercado brasileiro e Motor1.com Brasil foi convidado para conhecer alguns deles direto na sede da marca na China. De olho no aquecido mercado de SUVs, o próximo da fila pode ser o jipão off-road GWM Tank 400. A novidade chama a atenção pelo visual, luxo a bordo e pelo conjunto híbrido.
De acordo com a GWM, o Tank 400 já está com o passaporte carimbado para o mercado brasileiro. A empresa confirmou que o SUV deve desembarcar no Brasil em algum momento de março de 2025, sendo o primeiro modelo da submarca Tank por aqui. Não chegará antes por conta das dificuldades na logística marítima da China para o Brasil. Quanto ao preço, não há um número confirmado, mas a GWM já admitiu que custará mais que um Haval H6 GT, que hoje sai por R$ 319 mil.
O Tank 400 foi, inclusive, cogitado para ser produzido no Brasil ao lado da picape Poer, com a qual compartilha a plataforma e powertrain. Isso significa que este jipão tem construção de carroceria sob chassi de longarina, bem ao estilo da Toyota SW4. No entanto, o SUV da GWM é ligeiramente maior, medindo 4,99 metros de comprimento contra 4,79 m do modelo japonês. O mesmo vale para seu entre-eixos de 2,85 m, largura de 1,96 m e altura de 1,90 m (no SW4 são 2,75 m, 1,85 m e 1,83 m, respectivamente).
Ao vivo, o Tank 400 é até mais interessante do que nas fotos. O grande salto construtivo das fabricantes chinesas é refletido na aparente construção mais refinada. A dianteira traz faróis em LED com as luzes de rodagem diurna que parecem olhos enquanto a dupla grade espessa cromada ostenta o grande T do emblema. São linhas bem vincadas que se integram bem com o desenho do capô.
A lateral também é bem parruda e se destaca pelas grandes proteções nos paralamas com parafusos aparentes, porém totalmente pintadas na cor do veículo, e também pelo desenho inclinado da coluna C com uma terceira janela em formato geométrico. O teto é pintado de preto, mas sem avançar pela lateral da carroceria, e sustentando um brake light superior. Destaque final fica por conta da roda reserva acoplada na tampa do porta-malas amparada por uma trava com a grande inscrição TANK.
A chegada de novos modelos no país pode fazer as marcas tradicionais se coçarem. A sensação ao entrar na cabine do Tank 400 é a de que os SUVs sob chassi oferecidos no Brasil ficaram presos ao passado.
No jipão da GWM, você é recebido com um painel de materiais mais sofisticados, macios ao toque no parte superior, com uma área que imita aço escovado e arremates em alumínio. Você corre o risco de ficar chocado com o tamanho e a qualidade da tela da central multimídia: 16,3 polegadas. Seu funcionamento é extremamente rápido por conta dos processadores Snapdragon da Qualcomm.
Para o motorista, o painel de instrumentos é formado por uma tela digital de 12,3 polegadas, também de altíssima qualidade, além do head-up display. O volante difere bastante da linha Haval, principalmente pela espessura maior, o que dá mais robustez. Há também os principais comandos integrados envoltos no acabamento em alumínio que remete à Jaguar.
No grande console central você encontra dois carregadores sem fio para celular, a alavanca de câmbio ao estilo manche, cercado por acabamento em alumínio que também está presente nos botões do freio eletrônico e auto-hold. Ao lado, botões para refrigeração e aquecimento dos bancos dianteiros. O que agradou também, embora tudo possa ser controlado pela tela gigante, são os botões físicos na região central do painel. Para completar, luzes ambientes podem ser personalizadas, percorrendo quase toda a cabine (inclusive nos bancos traseiros).
Por falar neles, o espaço para passageiros no banco traseiro é generoso. Dois passageiros adultos podem viajar confortavelmente, e até um terceiro vai bem ali, embora o console central avance um pouquinho. O túnel central também não compromete. Ali você ainda encontra tomadas, portas USB, saída de ar e o gerenciamento de temperatura e velocidade.
Esta versão específica, Tank 400 Hi4-T, recebeu uma atualização no powertrain recentemente. O motor a combustão de 2.0 litros turbo passou a utilizar o ciclo Miller, mais eficiente em consumo, entregando a mesma potência máxima de 255 cv e torque máximo de 38,7 kgfm. Nesta configuração vendida na China, o consumo é de 10,5 km/l quando rodar somente com o motor a gasolina e de até 48,5 km/l no consumo combinado de acordo com a homologação WLTC.
O conjunto híbrido conta ainda com dois motores elétricos que entregam combinados 163 cv potência total, resultando em 408 cv de potência total e robustos 76,5 kgfm de torque. O gerenciamento é feito por um câmbio automático de nove marchas 9HAT, projetado para motorizações híbridas. A capacidade de rodar no modo elétrico é em torno de 100 km.
A capacidade off-road é garantida pela tração 4x4 mecânica, bloqueio dos diferenciais dianteiro e/ou traseiro, além de outros recursos off-road.
Tivemos um contato extremamente breve ao volante do Tank 400. Em um trajeto dentro do Campo de Provas da GMW em Baodin, foi possível acelerar em uma reta, o que chamou a atenção pelo ganho de velocidade rapidamente. No entanto, o SUV levanta a frente nessa missão sem comprometer a aderência. Um breve slalom também demonstrou a evolução do acerto desse tipo de carro pela GWM. Por fim, dois obstáculos simularam ambientes off-road, sendo possível ver elas câmeras 360 que tornam a carroceria "invisível" e possibilita acessar estes trechos com facilidade.
Todos os representantes brasileiros da GWM aqui na China indicam como forte a possibilidade de lançamento do Tank 400 no Brasil. Seu posicionamento será para o público que gosta de SUV parrudo, mas entregando nível elevado de conforto e estilo marcante.
Além do Tank 400, a GWM também confirmou que terá outras novidades, como o Tank 300. O lançamento deve acontecer entre o fim deste ano e início de 2025.
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