Teste: Hyundai HB20 Platinum Safety 2024 é mais seguro sem ser muito caro
Versão adiciona frenagem automática e assistente de faixa; compensa pagar mais por ela?
A mudança de ano/modelo é uma boa oportunidades para novidades em busca de maior competitividade e algo que justifique uma troca. Algumas acabam tirando itens nesse momento, evitando um aumento de preço, mas o Hyundai HB20 Platinum Safety entra no primeiro caso, recebendo mais alguns equipamentos de segurança, como assistente de permanência em faixa, frenagem automática de emergência e outros, tornando-se um dos mais completos da categoria.
Ao invés de oferecer um kit opcional para a versão Platinum, a Hyundai preferiu criar uma nova configuração e ver se os clientes irão adotá-la, mexendo na linha dependendo da aceitação. Foi assim que nasceu o Hyundai HB20 Platinum Safety, vendido por R$ 114.590, o que são R$ 2.300 a mais do que a Platinum, justamente o preço que seria cobrado por um opcional em outra marca. Ao mesmo tempo, são R$ 7.100 a menos que a Platinum Plus.
Pague pela sua segurança
A diferença entre o HB20 Platinum e Platinum Safety é exatamente a adição de mais equipamentos voltados para a segurança, como diz o sobrenome “Safety”. Traz um pacote com frenagem automática de emergência, farol-alto adaptativo, detector de fadiga e assistente de permanência em faixa com centralização, além dos bancos de couro preto com acabamento perfurado e o sistema Bluelink, que permite verificar alguns dados do veículo via smartphone. São equipamentos que já estavam no HB20, porém somente na versão Platinum Plus, vendida por R$ 121.690.
Renovado em 2022, o novo visual do HB20 o deixou bem mais agradável do que o anterior, lembrando um pouco seu irmão europeu i20. A grade hexagonal está mais harmoniosa a adição de uma segunda entrada de ar na parte superior, entre os faróis, ajudou a deixar o design dianteiro mais retilíneo. Nesta versão, os faróis não recebem as luzes diurnas em LEDs, mas sim halógenas.
A traseira me conquistou bem mais, com uma lanterna percorrendo toda a tampa do porta-malas e com um formato de seta, em LEDs. Todas as fabricantes tem usado iluminações semelhantes, mas o HB20 conseguiu se diferenciar o suficiente. É uma pena que o conjunto não acende por completo, o que acontece somente no HB20S.
O erro no design que a Hyundai fez, para mim, está na posição das luzes de seta. Na frente, elas ficam abaixo do conjunto principal, o que atrapalha um pouco a visibilidade para os outros motoristas. Os repetidores nos espelhos laterais ajudam a mitigar um pouco este problema. Só que, na traseira, é ainda pior. A luz está posicionada bem baixa, no para-choque. No trânsito normal, com os carros uns próximos dos outros, essa luz desaparece por completo.
Já são dois anos de vida deste design e ele ainda parece novo o suficiente para aguentar mais algum tempo nas lojas, ainda mais porque a segunda geração do hatch foi lançada em 2019, o que significa que só deve mudar novamente por volta de 2027, quando estiver com oito anos.
Pacote moderno de versão intermediária
O interior sempre foi mais sóbrio e não há mudanças no Platinum Safety, visto que não adotou nenhum equipamento que vá mexer em suas linhas. Temos os bancos de couro perfurado, bem confortáveis e com um bom desenho. O painel de instrumentos digital de 4,2 polegadas é bem simples, só mudando as informações na parte central, onde estaria o computador de bordo nas demais versões.
A Hyundai não tenta disfarçar muito que o HB20 ainda é um carro de entrada, usando bastante plástico rígido no interior, como no painel e em parte das portas. Há algumas combinações diferentes de texturas em alguns pontos para disfarçar. Não é ruim, existem modelos piores no segmento neste quesito, mas também não espere requinte.
Tem todos os equipamentos que se espera nessa versão. A central multimídia de 8 polegadas funciona bem e tem conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay, algo cada vez mais cobrado hoje em dia. Temos seis airbags, faróis com acendimento automático, câmera de ré, volante com ajuste de altura e profundidade, sensor de estacionamento traseiro, chave presencial, entre outros. Apenas do sistema de permanência em faixa, o controle de cruzeiro não é adaptativo. Um ponto estranho é o ar-condicionado ainda ser manual, deixando o digital automático para a versão topo de linha.
Dinamicamente, o HB20 ainda é um carro gosto de dirigir e bem competente. O motor 1.0 turbo de três cilindros gera 120 cv a 6.000 rpm e 17,5 kgfm a 1.500 rpm, bons números para a categoria. Com o torque aparecendo cedo e o peso de somente 1.100 kg, acaba sendo ágil na cidade. No nosso teste, o 0 a 60 km/h leva somente 4,3 segundos, então tem fôlego o suficiente. A transmissão é a automática de 6 marchas, que sempre casou muito bem com o hatch, embora ainda mantenha um funcionamento mais bruto quando o motor ainda está frio, o que felizmente some rapidamente após alguns minutos.
O conforto foi um pouco afetado. O HB20 já tinha uma suspensão um pouco firme para o segmento, mas a adição das rodas de 16” polegadas com pneus 195/55 afetou ainda mais o carro por conta do perfil firme. Acaba transmitindo mais as imperfeições do asfalto para dentro da cabine, como vibrações e ruídos. Se estiver em um piso mais liso, não chega a ser um problema.
Está longe de ser um dos mais econômicos do segmento. Fizemos 8,9 km/litro na cidade com etanol, subindo para 11 km/litro na estrada, tanto que recebe nota B no Inmetro. Isto com uma condução mais econômica. Sem tomar muito cuidado, é normal ver a média cair para abaixo de 8 km/litro no ciclo urbano.
Os sistemas autônomos são um pouco mais complicados. O assistente de permanência em faixa não atrapalha tanto, dando um leve puxão no volante para evitar uma saída, sem ser muito intrusivo. Porém, o alerta é um pouco mais irritante. E é estranho ter essa função ser o controle de cruzeiro adaptativo, visto que os dois trabalham melhor em conjunto. Ao menos ele não é muito afetado por motos passando próximo do carro, o que é um problema em muitos sistemas semelhantes.
No final das contas, o Hyundai HB20 Platinum Safety faz mais sentido do que a versão Platinum normal. É um investimento um pouco maior, mas já adiciona alguns equipamentos de segurança importantes como a frenagem automática de emergência. Não faço tanta questão sobre o assistente de faixa, normalmente desligando este item quando possível. Mas, para algumas pessoas, pode fazer mais sentido. Para quem tem uma família e preocupa-se com segurança, é uma boa opção.
Hyundai HB20 1.0T AT6
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