Olhar para o Defender 130 é uma mistura de sensações. Por um lado, esta geração do Defender, apesar de domesticada, ainda carrega muito do clássico e, ao menos pra mim, é um dos carros mais cativantes disponíveis para venda. Mistura bem o novo com o antigo e tem uma identidade própria, principalmente nesta maior versão.
Por outro, o que leva alguém a comprar um SUV de 5,36 m de comprimento e que leva 8 pessoas? Em um catálogo que tem o menor, Defender 90, e o intermediário, Defender 110, o Defender 130 é algo para se diferenciar tanto pelo espaço no porta-malas mais amplo quanto pela capacidade de levar mais pessoas com relativo conforto. Pelo menos é um turbodiesel.
Em janeiro de 2022, publicamos um teste do Defender 90. Naquela época, ainda tinha o motor 2.0 turbo a gasolina, o P300, algo que mudou pouco depois. Todo Defender trocou este pelo 3.0, 6-cilindros em linha, turbodiesel com sistema híbrido-leve, o D300 MHEV. Lembro que comentei que fazia falta esse tipo de motor para a proposta do Defender, que a marca inglesa corrigiu e melhorou bastante a experiência.
E foi bom ter conhecido o Defender 90 antes do 130. Apesar do charme extra da versão curta, aos que tem uma família maior para viajar nada adiantaria ter aquele carro. Do Defender 110, o 130 traz o mesmo espaço na segunda fileira, já que a mudança de dimensões do 130 é no balanço traseiro, 340 mm maior para acomodar a terceira fileira. Medidas como o entre-eixos de 3.022 mm, 2.008 mm de largura e até 1.970 mm de altura são os mesmos.
A vantagem é o porta-malas, que vai aos 1.094 litros com a terceira fileira rebatida (972 litros no 110), ou pode levar três ocupantes a mais com um certo conforto. Apesar de não ser um sistema elétrico para levantar ou rebater essa terceira fileira, é de fácil operação e relativamente leve. Nesse momento, sobra um pequeno porta-malas de cerca de 290 litros para pequenas bagagens, se necessário.
O Defender 130 usa a plataforma D7x, uma variação própria da base de outros modelos da JLR. Este motor é um 6-cilindros em linha, 3.0, da família Ingenium, com 300 cv e 66,3 kgfm de torque, que recebe o chamado BSG, um motor/gerador ligado por correia ao motor a combustão para auxiliar em momentos como a arrancada ou retomadas, reduzindo emissões e consumo nessas situações. O câmbio automático de 8 marchas faz par com o sistema de tração integral automática.
Se você parou para ler o meu texto anterior sobre o Defender 90, viu que gostei daquela versão compacta do SUV. Me cativa o interior que mistura materiais emborrachados, parafusos aparentes e muito cuidado para criar essa mistura de luxo com rústico e fazer referência ao clássico Defender. Lógico que ele não é mais aquele carro com aspecto simples, já que se rendeu a sistemas como a suspensão pneumática, ar-condicionado de duas zonas, sistema multimídia com espelhamento sem fios e o som assinado pela Meridian.
O que eu estava mais curioso era ver como este motor diesel ficou no Defender. Sou casado, mas sem filhos, então resolvi fazer uma rápida viagem em cinco pessoas. Cinco pessoas para oito lugares, um ficou sozinho na terceira fileira e, por incrível que pareça, ficou bem confortável, com direito a saídas de ar-condicionado individuais, aquecimento dos bancos e tomada USB-C para recarga de smartphone. Na segunda fileira, mais espaçosa, tem mais duas zonas de ar-condicionado individuais e automáticas.
Sem reclamações sobre o espaço, mas como o Defender 130 se comportou? Nos dias anteriores, em trajeto urbano, não dá pra negar que tinha que escolher bem a vaga onde estacionaria estes mais de 5 metros de comprimento, apesar de uma direção leve, câmeras 360 com função 3D e um bom ângulo de esterço. Era mais pela questão que, nas vagas do meu prédio, ele ficou sobrando para fora.
O torque do 3.0 turbodiesel com a suavidade das trocas das marchas da caixa da ZF é algo que merece destaque. Como o Defender 130 é confortável para se dirigir e, apesar desse tamanho todo, não é difícil se entender com ele. O sistema MHEV não é tão perceptível quanto em alguns concorrentes, mas sua função é ajudar a reduzir o turbolag, o que funciona bem. Sim, foi a melhor decisão ter trocado o 2.0 turbo a gasolina por este novo conjunto, que faz bem mais sentido na proposta do Defender. Em consumo, ficou com 9,3 km/litro na cidade e 10,6 km/litro na estrada.
Essa qualidade também apareceu no uso rodoviário. É possível dirigir por horas sem cansar, além da ajuda dos diversos assistentes de condução que o Defender 130 já oferece de série. Ele acompanha a velocidade da rodovia, tem força para as retomadas e, no asfalto, se comporta bem. Apesar de uma proposta bem fora-de-estrada, o Defender 130 assumiu uma vida dupla nesta geração, já que seus donos, em sua maioria, raramente o colocarão na terra além de uma estrada batida. Afinal, ele não é barato.
Caso vá para o fora-de-estrada, a suspensão a ar altera a altura do Defender 130 em 130 mm do mais baixo para o mais alto, além do sistema multimídia mostrar câmeras, sensores, bloqueio do diferencial central e dos diferenciais dianteiro e traseiro. Em cada modo selecionável, ele altera as respostas do motor, da transmissão por completo, da suspensão e até mesmo do acelerador.
Percebeu que não falei Land Rover Defender? Isso pois a Defender é uma sub-marca da JLR com foco nesse estilo mais aventureiro sem abrir mão de luxo. No Brasil, o Defender é um dos modelos mais vendidos da JLR justamente por essa oferta de versões 90, 110 e 130. Cada uma tem seu público. No caso dessa maior, quem tem família maior ou precisa justamente desse amplo porta-malas.
O Defender 130 chega ao Brasil em duas versões. Esta é a X, de R$ 899.950, a mais completa, com um pacote de itens que aposta nessa vida da, agora, submarca. A melhor decisão foi esse motor turbodiesel no lugar do 2.0 turbo a gasolina, com certeza, mas o maior trunfo do Defender é esse estilo charmoso e como é bom para dirigir por horas e horas de estrada, seja de asfalto ou de terra.
Defender 130 D300 PHEV
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