Este não é apenas mais um SUV. O BMW XM é um novo capítulo da história, sendo o primeiro M puro que nasce eletrificado. A marca bávara aproveita a tecnologia para criar um monstro dos tempos atuais, pensado para causar, impactar, chamar a atenção mesmo. Com visual que não vai deixar ninguém indiferente, traz acabamento inédito na marca e conjunto híbrido plug-in poderoso. Sua missão é abrir as portas do segmento de alto luxo esportivo para a BMW.
O novo XM nasce para encarar modelos como Lamborghini Urus, Ferrari Purosangue, Aston Martin DBX 707 e até mesmo o Mercedes-Benz Classe G. É um SUV de luxo, extravagante, que ousa no estilo para impressionar e utilizar a eletrificação para entregar um desempenho impressionante. Será que a BMW conseguiu? Eu fui até Phoenix, no Arizona, para conhecer de perto este modelo que quer encantar quem vive no mundo da exclusividade.
É bem difícil ficar indiferente quando se encara o XM. Seu visual até tem alguns elementos que remetem ao iX, mas vai além. É bem maior: são 5,11 metros de comprimento, 2,05 m de largura e 1,75 m de altura. A distância entre-eixos de 3,105 m é exatamente a mesma do X7, mas aqui a proposta é a esportividade, então, há lugar para apenas cinco pessoas.
O visual é uma interpretação do futuro, mas sempre conectado com sua história. As grandes entradas de ar trazem o contorno iluminado em LED, que compõe a assinatura luminosa noturna. Dá para saber de longe que se trata de um BMW, que se trata do XM. Na unidade das fotos, ainda recebe acabamento dourado adicional. O restante do conjunto óptico traz a iluminação diurna fina, com o farol alto bem camuflado com o restante do parachoque.
Na lateral dá para ver que se trata realmente de um SUV grande. Pela primeira vez, um modelo de produção da BMW pode recebe rodas com aro de 23 polegadas (as de série são de 21 polegadas), que até parecem pequenas dadas as proporções do carro. Sua silhueta traz uma linha de cintura ascendente, a qual recebe um chamativo friso que segue separado dos vidros até a coluna C, momento em que se integra aos vidros e segue até a coluna A. É muito diferente e fica mais interessante quando as cores são contrastantes, como este azul com dourado ou o branco com preto.
Quando vi a traseira pela primeira vez, me perguntei: "É um carro híbrido? Mesmo com essas duas saídas de escape duplas gigantes?". Pois é, como eu falei, tudo no XM foi feito para causar. Subindo um pouco, as lanternas em LED são horizontais e invadem bem a tampa de desenho liso. Opa, mais uma novidade: pela primeira vez não há um emblema da BMW na posição central. Quem tem toque vai reclamar do emblema XM deslocado para esquerda. Ah, para compensar a ausência do logo na tampa, foram gravados dois nas laterais superiores do vidro.
Para entrar em um novo segmento de mercado, a BMW precisou ir além do esperado. Você encontrará tudo que já conhece de um modelo M no acabamento interno, como os comandos, desenho geral do painel, volante, manopla do câmbio e as imensas telas digitais que compõe o cluster de instrumentos e a central multimídia.
As coisas ficam mais sofisticadas com a utilização de couro em cores variadas em diversos pontos da cabine, como o próprio painel, revestimento completo das portas e colunas. E o teto solar? Não tem e nem vai ter. Ao invés disso, o teto ganha o mesmo acabamento em couro e o espaço que seria para o vidro, tem uma moldura com elementos triangulares. O vão entre as duas peças recebe uma iluminação em LED com cores personalizadas. O efeito é o mesmo que vemos em aviões. É bem mais legal à noite.
Para os ocupantes dos bancos traseiros, o chamado M Lounge é obviamente o destaque indiscutível. É quase Rolls-Royce. O banco traseiro é elegante e acolchoado e se estende até as portas. O espaço para as pernas é monumental. Com o teto iluminado, o ambiente é perfeito para saborear um espumante. Tem até almofadas disponíveis. O ar-condicionado entrega mais duas zonas em uma tela no console central. Pela proposta do carro, senti falta de massageadores também na parte traseira e apoio retrátil para os pés, como oferecido no Range Rover.
Se você é um conhecedor da história, deve saber que o M1 (E26) nascido em 1978 é até hoje considerado uma obra de arte da engenharia. Um esportivo com motor 3.5 de seis cilindros em linha e 24 válvulas instalado em posição central, 277 cv de potência, 33,6 kgfm de torque e divisão de peso em 50:50. Foi ele que basicamente "criou" a divisão BMW M. Passados 40 anos, o mundo hoje pede SUVs e a eletrificação ajuda muito nessa tarefa.
O XM escreve a história ao ser primeiro veículo legitimamente M equipado com conjunto mecânico híbrido PHEV. Diferente do primeiro M puro da história, o segundo é bem pesado. São 2.750 kg distribuídos quase na proporção 50:50. É o BMW mais pesado já feito. Além do tamanho, entra na conta o motor elétrico adicional e a sua bateria. E isso é bom.
Debaixo do capô está o motor 4.4 V8 biturbo a gasolina, codinome S68, que desenvolve 490 cv de potência e 66,2 kgfm de torque. O motor elétrico entrega 197 cv e torque de 280 Nm (28,5 kgfm) e fica na carcaça da transmissão M Steptronic de 8 marchas. A bateria tem capacidade de 25,7 kWh. O resultado do conjunto é a potência combinada de 653 cv e torque de 81,5 kgfm.
De acordo com a BMW, a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em apenas 4,3 segundos e velocidade máxima limitada de 250 km/h (ou 270 km/h com o pacote opcional M Driver). No nosso primeiro contato, a sensação ao acelerar este monstro é insana. A facilidade com que os 2.750 kg saem de inércia é assustadora.
Ah, claro, se você estiver num dia mais "low profile" pode desfrutar do lado amigo do meio ambiente do XM. Basta ativar o modo puramente elétrico e rodar 82 a 88 quilômetros quando estiver com a bateria cheia, mas isso depende do seu pé, é claro. Neste caso, o motor elétrico atua até 140 km/h, o que é bem legal para um modelo híbrido.
Se no meio do caminho você mudar de ideia, como um "carro elétrico", o torque instantâneo do motor elétrico produz notável rapidez e, assim que o V8 entra em ação, o XM acelera rapidamente para acima da linha vermelha de 7.000 rpm. Existe até uma trilha sonora de aceleração personalizada de Hans Zimmer (à la iX) que ajuda a parecer mais uma nave espacial.
O que me chamou a atenção também foi a precisão da direção. Mesmo grande e pesado, o XM consegue entregar uma resposta incrível em termos de agilidade e direcionamento. Simplesmente vai para onde você quer, sem vacilos. Tem um segredo: a ajuda da direção da roda traseira, que ajuda nas curvas e deixa as manobras ainda mais fáceis.
Não oferece a direção com um pedal (ainda bem!), mas há um sistema de frenagem regenerativa de duas etapas que recupera generosamente a energia da bateria. Quando você precisa diminuir a velocidade desse gigante, o sistema de freio é perfeitamente progressivo na configuração padrão e até ajustável às suas necessidades de direção. Você pode deixar os freios para serem mais agressivos para uma frenagem mais forte ou mais suave para um passeio pela cidade.
Se você já dirigiu um M sabe que o principal desejo é a esportividade extrema. O XM entrega muito esportividade, mas pelo tamanho e peso, está longe de um X5 M ou X6 M. No entanto, é um carro notavelmente dinâmico que carrega consigo muito luxo. É um novo tipo de M que busca um novo público, aquele gosta de sentir na primeira classe de um avisão. É muito mais confortável e mais homogêneo, e para atender a sua demanda pessoal de "ESG", tem o conjunto híbrido impressionante.
Nasceu para ser caro e isso não é segredo. Produzido nos Estados Unidos, chegará à Europa, Ásia e países dos Emirados Árabes. A sua chegada ao Brasil ainda é incerta e o preço nem é o impeditivo, mas os altos custos para sua homologação por aqui. São contas que a BMW precisará fazer, e se fechar, trazer algumas poucas unidades com preço de etiqueta acima dos 7 dígitos. Para este público, preço não faz diferença. Exclusividade sim, e isso, o XM tem de sobra.
Por Fábio Trindade - de Phoenix, Arizona
Viagem à convite da BMW do Brasil
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