Hoje, o Hyundai Creta mais completo é o Ultimate, que traz o veterano motor 2.0 aspirado. A Platinum era a mais completa com o motor 1.0 turbo, mas claramente lhe faltavam alguns equipamentos para que pudesse ser levada a sério como um carro topo de gama. Esse buraco entre as duas configurações foi "tapado" em junho, quando foi apresentada a versão N-Line.
A novidade da linha Creta traz itens de série antes vistos somente na versão Ultimate e ainda fez a estreia da linha N-Line da Hyundai, que agregam um visual esportivado e pequenas alterações técnicas. Em preço, não sai por menos de R$ 162.890, sendo R$ 7.400 mais cara que a Limited e R$ 5.800 mais em conta que a Ultimate 2.0. Mas será que o Hyundai Creta N-Line convence como topo de linha turbinada com um toque de esportividade?
Com a proposta de visual mais esportivo, o Hyundai Creta N-Line se diferencia por conjunto que agrega detalhes como para-choque redesenhado com extremidades mais destacadas e entrada de ar central, além da grade com acabamento em cromo escuro que se aproxima mais dos faróis, quase como uma ligação entre as extremidades. Perde os faróis de neblina e mantém a seta de direção na parte inferior.
Os faróis de LEDs são os mesmos do Creta Ultimate, mas trazem um acabamento escurecido exclusivo, a traseira recebe um para-choque com um extrator de ar com formas de colmeia e uma ponteira dupla de escape, funcional. As lanternas são de LED, também com acabamento escurecido. As laterais recebem novas rodas de 17", uma saia lateral discreta e o aplique que passa pelo teto e acompanha a linha superior das portas recebe pintura cinza escura. O logo N-Line está nos para-lamas, rodas (também exclusivas da versão), grade e tampão do porta-malas. Isso por fora.
Por dentro, mais emblemas. Eles aparecem nos encostos dos bancos dianteiros, acabamento da alavanca de câmbio e base do volante, que é exclusivo e veio dos modelos N, esportivos no exterior. O Hyundai Creta N-Line ainda traz um acabamento escurecido no teto e nos bancos, além do console central que é todo de plástico preto brilhante e uma alavanca de câmbio também exclusiva.
Entre os principais itens de série o Creta N-Line traz teto-solar panorâmico, painel de instrumentos digital de 7", sistema multimídia de 10,25" com espelhamento, ar-condicionado automático, chave presencial com partida por botão, freio de estacionamento eletrônico com autohold e carregador por indução. Na comparação com a versão Limited, ganha o assistente de manutenção de faixa, alerta de colisão frontal e monitor de atenção do motorista, mas fica devendo do controle de cruzeiro adaptativo, ainda exclusividade do Creta Ultimate 2.0 e presente em diversos concorrentes na mesma faixa de preço.
Além disso, há sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, seletor de modos de condução (Eco, Normal e Sport) e banco do motorista com ventilação. Em segurança, sistema Bluelink de comunicação com smartphones e socorro, farol-alto automático, assistente de faixa, câmeras laterais para ponto-cego, câmeras 360, detector de fadiga, alerta de colisão com frenagem automática e alerta de presença no banco traseiro.
Na parte mecânica aparece o (agora) conhecido 1.0 turbo da Hyundai. Ele é capaz de entregar até 120 cv e 17,5 kgfm de torque, com o câmbio automático de 6 marchas. A marca ainda afirma que a parte de amortecedores, suspensão e direção receberam um acerto exclusivo para esta configuração esportiva.
Eu sou do time que se acostumou com o visual do atual do Creta. Polêmico desde o lançamento da geração do SUV de entrada da Hyundai, beneficiou-se muito dos apetrechos extras da versão N-Line. A grade com novo formato, maior, e escurecida tira o foco dos faróis divididos e as extensões que ligam as duas peças se integram bem. A traseira não mudou muito, mas a ponteira de escape dupla é um toque bacana.
Mas é por dentro que o Creta N-Line convence mais. A cabine escurecida deu um toque mais elegante ao interior. Não sou fã de preto brilhante no carro, principalmente em pontos de toque porque a peça fica com marca de dedos com facilidade, mas entendo seu uso: o console central fica mais bonito mesmo.
Cercado por bancos de couro, teto-solar, central multimídia com tela ampla e banco ventilado, o Creta N-Line trata bem o motorista. Mesmo quem pegou carona no carro se impressionou com o acabamento por dentro, mais do que com o visual fora. Afinal, quando você passou dos R$ 160 mil, está se importando bastante com o que realmente é relevante: o lugar que você passará a maior parte do tempo com o carro. E nisso o Creta N-Line faz você se sentir especial mesmo.
Agora, quanto ao novo acerto de suspensão e direção, estou procurando até agora. Avaliei um Creta Limited no começo do ano e a diferença não se fez perceptível. E isso leva para a parte mecânica, também exatamente a mesma dos demais Creta 1.0 turbo. Funciona muito bem entre 1.500 rpm e 4.000 rpm mas há contratempos. Abaixo do valor menor, o câmbio demora a reduzir e, quando o faz, a turbina enche rápido e o carro dispara.
Mesmo trocando os modos de condução a situação é a mesma. E passar dos 4.000 giros buscando esportividade não adianta tanto assim, pois o propulsor sai da faixa de maior entrega. Performance de esportivo ficou só apenas por conta das aletas de trocas de marcha atrás do volante maiores.
No final das contas você comprará um Hyundai Creta N-Line pelo visual exclusivo, os itens extras e o acabamento interno. Mesmo sabendo que o carro é um Creta 1.0 turbo como qualquer outro em desempenho, fui surpreendido por um conjunto mais coeso e que trata bem os ocupantes. Finalmente uma versão topo de linha digna do nome. E para isso acontecer basta o veterano 2.0 aspirado da versão Ultimate finalmente se aposentar.
Hyundai Creta
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