A Nissan adotou uma estratégia interessante para a Frontier reestilizada. No topo da gama, a marca japonesa colocou duas versões, com propostas distintas. A Frontier Platinum tem estilo mais urbano, com detalhes cromados e rodas maiores, de olho em um cliente que procura luxo. Com o mesmo preço, a Frontier PRO-4X tem estilo mais esportivo e itens mais focados no fora-de-estrada.
Já testamos a Frontier Platinum. Dessa vez, a Nissan Frontier PRO-4X 2023 foi a escolhida, pelos mesmos R$ 323.890 na tabela atualizada, com lista de equipamentos semelhantes e algumas adições para o uso mais pesado no fora-de-estrada, além do visual mais descolado e chamativo. Vale a pena? Para quem?
A versão PRO-4X foi uma das principais novidades da Frontier reestilizada. Como todas as demais, chegou com o novo visual da picape média, que ficou bem mais atraente e com uma identidade mais forte. Na dianteira, a grade é grande e, na PRO-4X, recebe acabamento preto, assim como as capas de retrovisores, logos e outros detalhes. Os faróis são em LEDs em 4 pequenos pontos, algo marcante na picape. Na traseira, novas lanternas com assinatura em LEDs e tampa traseira renovada, assim como um parachoque com degrau.
No lugar das rodas de 18" com pneus mais urbanos da Frontier Platinum, a PRO-4X recebe rodas de 17" e pneus de uso misto, 255/65, atendendo a proposta de um uso mais pesado na terra. Por dentro, bancos em couro com o identificação da versão e o volante com o logo da Nissan em preto e vermelho. Bloqueio do diferencial traseiro é exclusivo da PRO-4X na linha.
O motor é o mesmo. O 2.3 biturbo diesel tem 190 cv e 45,9 kgfm de torque, ligado ao câmbio automático de 7 marchas com sistema de tração 4x4 e reduzida. Recebeu a injeção de Arla32 para atender as normas de emissão do Proconve L7, além da reprogramação do motor, que não mudou os números de potência e torque. Na caçamba, capacidade de 1.030 kg ou 1.054 litros, mas não há capota marítima ou protetor como itens de série.
Apesar da renovação visual e dos detalhes que a PRO-4X tem, a Nissan Frontier é praticamente a mesma que conhecemos há um tempo. A picape média recebeu mudanças na dianteira e traseira, mas o interior é praticamente o mesmo. Isso é bom? Mais ou menos, para ser bem sincero.
De positivo, o painel de instrumentos recebeu uma tela de alta definição com 7", que deu um ar tecnológico. O novo volante, inspirado no Kicks e com base reta, também foi uma boa jogada, tanto para o visual quanto para a ergonomia - pena que a coluna só se ajuste em altura. O sistema multimídia com tela de 8" tem espelhamento (Apple CarPlay e Android Auto) com fios e a interface é um pouco confusa em alguns momentos, um reflexo de algo já mais antigo na comparação com a concorrência.
A Frontier também recebeu algumas mudanças no console central, mas o restante é a mesma base. O painel no geral tem plástico rígido e aplicações de preto brilhante, mas é fato que já está datado, principalmente pela aparência do plástico. Toyota Hilux e Mitsubishi L200 Triton Sport passam uma melhor sensação. O espaço no banco traseiro é bom, com duas saídas de ar-condicionado e uma porta USB para recarga de aparelhos.
Entre todas as picapes médias que já dirigi, a Nissan Frontier sempre foi uma das minhas favoritas. Nunca foi a mais potente, mas outros aspectos me agradam no uso, principalmente urbano e rodoviário. Na reestilização, a Frontier recebeu reforços no chassi para ficar mais rígida e com melhores respostas de suspensão, além dos freios a disco no eixo traseiro, que mantém a suspensão com molas helicoidais no lugar do clássico feixe.
Justamente essa base de chassi e suspensão que mais me agradam. No uso urbano, é bem mais suave principalmente quando encontramos aquelas ruas que mais parecem campos de batalha de tanto buraco. Não chega a ter as respostas de um carro de passeio, mas se aproxima bastante, com as limitações impostas por uma arquitetura de chassi-carroceria, que recebeu coxins melhores nos pontos de fixação, além do próprio eixo rígido e atender a capacidade de carga e fora-de-estrada.
A direção ainda é hidráulica, algo que as picapes não abandonaram por completo ainda. A reclamação vai mais pela falta de regulagem de profundidade da coluna que pelo peso do conjunto. Para uma picape, a Frontier reponde bem aos comandos e a própria suspensão acha um ponto de equilíbrio entre rolagem e conforto, muito pelo sistema multilink no eixo traseiro. Em velocidades mais altas, é uma das que melhor se comunica com o motorista e passa boa segurança, mesmo na PRO-4X e seus pneus de uso misto.
Um fator importante se você já conhece a Frontier. O 2.3 turbodiesel manteve a potência e torque, mas é perceptível que a picape perdeu um pouco com a recalibração. O câmbio de 7 marchas ainda faz as trocas de forma suave e se esforça para jogar a força no chão, mas a Frontier está mais mansa, com resposta mais lentas principalmente nas retomadas e em velocidades mais altas, onde ela brilhava bastante apesar da potência menor que a maioria das concorrentes. O 0 a 100 km/h foi de 10,7 segundos para 11,8 segundos em nossos testes, para exemplificar.
O pacote de equipamentos da Frontier PRO-4X é bom. Como uma versão topo, tem chave presencial com partida por botão, ar-condicionado automático de 2 zonas, faróis em LEDs, acendimento automático dos faróis, banco do motorista com ajustes elétricos, seletor de modos de condução (Standard, Sport, Off Road e Tow), retrovisor interno fotocrômico, teto-solar, citando os principais.
Na parte de segurança, a Frontier tem 6 airbags, controles de tração e estabilidade com assistente de subida e descida, alerta de colisão frontal com assistente de frenagem, alerta de atenção do motorista, alerta de tráfego cruzado na traseira, alerta de ponto-cego, farol-alto automático e câmeras 360 graus com detector de objetos em movimento. Isso tudo custa R$ 323.890, e você ainda terá que colocar a capota marítima e protetor de caçamba a parte.
Não é a mais barata nem a mais cara entre as topo de linha das picapes médias. É confortável, tem bom pacote de equipamentos e desempenho bom. A Nissan trabalha para aumentar a rede, um ponto importante para o consumidor deste segmento, principalmente fora das grandes capitais e que acaba prejudicando as vendas da Frontier. Não é a melhor picape do segmento, mas tem boas qualidades bem específicas, apesar de já sentir a idade do projeto enquanto concorrentes já se mostram em novas gerações.
Nissan Frontier PRO-4X
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