Salzburgring, o anel externo de Salzburg, Austria, tem pouco mais de 4 km. Duas retas, unidas por curvas complexas à direita em cada extremidade, o que significa que mesmo com uma chicane ocasional (provavelmente molhada), não tira muito a velocidade de uma pista com seus 53 anos de idade.
O que mais tira a velocidade em Salzburgring é a chuva forte. Estou a duas voltas da minha segunda rodada, de seis voltas, ao volante de um protótipo do novo BMW M2 2023 e, enquanto a chuva me segurou bastante no primeiro, o segundo está sendo destruído.
Ao longo da reta oposta e chegando aos 160 km/h, não consigo ver nada. Nem as lanternas do carro da frente, a grama fora da pista ou a colina rochosa que nos acompanha. Estou voando por um campo cinza. Antes que isso force um erro, o carro que puxava o comboio nos leva para os boxes novamente, cortando meu dia com o M2 pela metade. Este não foi o primeiro contato ideal com a novidade, mas ainda há bastante para aprender sobre o novo menor carro da BMW M e o último puramente a combustão.
Para começar, o novo M2 carrega uma versão do 3.0 biturbo encontrado no M3 e M4. É uma evolução do B58, 6-cilindros em linha, do M240i, com potência de cerca de 456 cv, segundo a BMW. É um pouco menos que os 480 cv do M3 e M4, mas uma melhora dos 450 cv do M2 CS. O motor do M trabalha com um câmbio manual de 6 marchas ou, sem custo extra, o automático de 8 marchas. A potência vai para o eixo traseiro, e não há planos para uma versão xDrive com tração integral, que existe no M3 e M4.
A BMW ainda não divulgou os dados de performance do M2, mas baseado nas poucas voltas que dei, ele parece bastante similar ao M2 CS que dirigi em 2020. Esperamos um 0 a 100 km/h similar, abaixo dos 4 segundos, além de uma força impressionante. Ainda existe um pequeno turbo lag até a onda de torque que aparece ao ritmo que as rotações aumentam.
É difícil julgar as duas opções de transmissão vindas do M3/M4. Minhas poucas voltas secas foram com o carro automático, enquanto a rodada menor foi com o M2 manual. Ambos são típicos BMW, com o manual com uma alavanca de engates firmes e diretos e uma embreagem com bom peso, mas um pouco vaga. Como acontece hoje, o manual parece ser um pouco mais lento em diversos sentidos. O automático de 8 marchas é mais rápido e parece um parceiro mais natural.
Parte disso vai além da habilidade de trocar as marchas mais rapidamente. Onde o manual pode ser mais divertido em uma estrada sinuosa, há um toque de competição ao utilizar as aletas em fibra de carbono na pista, especialmente com o câmbio programado para dar alguns trancos nas trocas. O ronco das quatro saídas de escape são mais legais e ajudam nessa sensação.
Se eu consegui dar algumas impressões sobre o motor e câmbio mesmo com o clima, o mesmo não vale para a suspensão. Mas aqui está o que temos com certeza. O M2 usa os mesmos amortecedores adaptativos e os pneus 275/35 R19 e 285/30 R20 (dianteiro e traseiro) do M3 e M4 - ambos são melhorias do setup do antigo M2 (mesmo o CS, que tinha os amortecedores adaptativos de série). E para segurar, há um conjunto de freios com discos de 15" e pinças com 6 pistões na dianteira com o sistema de freios by-wire, o mesmo sistema do M3 e M4.
Terá uma boa dirigibilidade, com certeza, mas isso significa que o M2 é mais imponente quando visto de frente ou traseira. A camuflagem nos protótipos dificulta dizer como ele ficou com o visual mais largo se comportará no estilo do Série 2, mas com o design específico M na dianteira e traseira, há uma pequena questão de o quão agressiva a novidade será.
A maior mudança de design acontece no interior. Como os demais Série 2, o M2 terá um novo painel unificado, que junta a dupla de telas em apenas um conjunto. O mais novo iDrive 8 vem o elétrico iX, mas com gráficos específicos M. Os bancos em fibra de carbono apresentados no M3 e M4 estão disponíveis aqui como opcionais, mas são itens obrigatórios pelo o quanto se encaixam bem no M2.
A BMW colocou os bancos opcionais com o câmbio automático e deixou os normais para o câmbio manual - mesmo com a chuva me limitando com o MT6, a diferença entre os bancos é enorme. Se você prefere uma direção mais esportiva, os bancos mais agressivos valem o dinheiro a mais.
Além disso tudo, o restante do interior é familiar do Série 2 e dos produtos M. Um volante grande demais com os botões vermelhos M1/M2 com acabamento em fibra de carbono com as aletas e detalhes como o botão de partida em vermelho e o seletor de condução M e outras melhorias naturais.
A chuva forte arruinou o que deveria ser uma fascinante apresentação ao M2 e a pior parte é que não teremos algo tão próximo dele nos próximos 12 meses. Enquanto o novo BMW M será revelado mais perto do final de 2022 (em outubro), ele não aparecerá nos concessionários dos Estados Unidos (e Brasil) antes de 2023, sendo que na Europa as vendas começam em abril.
O que posso dizer depois dessa avaliação com o BMW é que efetivamente transformaram o irmão menor do M3 e M4 em um carro mais leve, menor e mais excitante em um pacote com tração traseira apenas. Nossa experiência com o M2 não foi tão profunda, mas a chuva não escondeu minha alegria com o ultimo BMW M puramente a combustão.
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