Teste Jeep Renegade Trailhawk 1.3T: (Quase) o 4x4 mais barato
Ao trocar o motor turbodiesel pelo turboflex, o SUV se tornou uma das formas mais acessíveis de ter um 4x4
Quando a Jeep apresentou o Renegade em 2015, lembro que a marca preparou um grande evento no Rio de Janeiro (RJ) com uma longa trilha para mostrar o SUV compacto com motorização turbodiesel e sistema de tração integral automática, além das versões com o 1.8 aspirado e tração dianteira. Ser um SUV compacto com motor turbodiesel era seu grande diferencial, mas muito aconteceu no passar desses 7 anos.
O principal que você precisa saber é que o 2.0 turbodiesel sai de cena para o Renegade, mas entra o esperado 1.3 turbo ligado ao mesmo sistema que engloba o câmbio automático de 9 marchas e um sistema de tração integral automático. Para este primeiro teste com o Renegade 2022, a versão Trailhawk foi a escolhida, justamente a que perdeu o turbodiesel, e que custa R$ 163.290.
Longe de ser barato, mas é um dos mais baratos
Mais de R$ 160 mil é bastante dinheiro, concordo. Mas a manobra de trocar um motor importado turbodiesel pelo nacional turboflex deu ao Jeep Renegade 2022 o título de um dos modelos com tração na 4 rodas mais baratos do nosso mercado - abaixo dele, apenas os Suzuki Jimny (R$ 110.990), Jimny Sierra (R$ 149.990) e Vitara (R$ 162.990) em suas versões de entrada. Diesel? Terá que ir para a Fiat Toro Freedom com o 2.0TD (R$ 183.690) ou o Compass Longitude 2.0TD (R$ 217.590), além das picapes médias.
O Renegade 2022 aproveita a mudança nos motores para também mudar o visual. Mesmo mantendo a silhueta que o fez tão diferente no mercado, a renovação é maior do que a de 2018. Na dianteira, os faróis mudam e o sistema full-LEDs é do tipo espelho, além de agregar as luzes diurnas e as setas de direção. A grade mantém as 7 barras, menores e que ganham destaque pelo parachoque, também com um desenho mais invocado.
Na traseira e laterais, novas lanternas, novo parachoque com gancho de reboque na Trailhawk, novas rodas de 17" com pneus de uso misto, troca da fonte dos escritos e uma leve mudança nas capas dos retrovisores. Um conjunto que dão um fôlego ao Renegade 2022 sem tirar dele um dos pontos que mais sempre fizeram sucesso.
Por dentro, a mesma "temática" com mudanças bem menos profundas que as feitas no Compass. A Jeep trocou peças "móveis", como o painel de instrumentos com tela de 7" vinda da Toro e Pulse, novo software do sistema multimídia, carregador por indução e o mesmo volante que está no SUV médio. A versão Trailhawk tem bancos em couro com costura vermelha e detalhes em vermelho no painel.
O mais importante: como anda?
Fui um dos que lamentou muito o Jeep Renegade ter perdido o motor 2.0 turbodiesel. Quando a marca divulgou isso, em seguida fizemos um rápido test-drive no off-road e até que surpreendeu, mas a questão era o uso urbano, rodoviário e, mais ainda, como ficaria o consumo do 1.3 turbo com a tração integral, um conjunto inédito em nosso mercado.
Primeiro ponto, o 1.3 turbo tem naturalmente um funcionamento mais suave que o 2.0 turbodiesel pelo próprio combustível. Segundo, ele responde mais rápido nas saídas, mesmo ainda usando a segunda marcha em diante no modo Auto de condução. O Renegade 1.3 turbo é mais esperto que o turbodiesel na cidade e também em rodovias na hora de ganhar velocidade. O escalonamento das marchas ajuda, já que permite uma relação curta nas primeiras e mais longa nas demais - a nona marcha, por exemplo, só se faz presente acima dos 110 km/h.
Enquanto não testamos o Renegade com tração dianteira, vamos comparar os números de teste entre o 1.3T e o 2.0TD. Com o novo motor, sai dos já bons 10,3 segundos para 9,2 segundos no 0 a 100 km/h. No modo Sport, a primeira marcha entra em cena, apesar do maior torque do turbodiesel empurrar melhor o anterior até os 60 km/h. Os até 185 cv e 27,5 kgfm de torque aproveitam bem o câmbio de 9 marchas, que teve o diferencial final alongado na comparação com o diesel. Veja a tabela abaixo:
RENEGADE 2.0TD AWD | RENEGADE 1.3T AWD | |
0 a 60 km/h | 3,9 s | 4,1 s |
0 a 80 km/h | 6,6 s | 6,2 s |
0 a 100 km/h | 10,3 s | 9,2 s |
40 a 100 km/h | 8,3 s | 7,0 s |
80 a 120 km/h | 7,9 s | 7,2 s |
Consumo cidade | 10,8 km/litro | 7,5 km/litro (etanol) |
Consumo estrada | 15,6 km/litro | 8,3 km/litro (etanol) |
O motor 1.3 turbo do Renegade é um dos mais modernos do mercado brasileiro, como falamos algumas (muitas) vezes aqui, com injeção direta e sistema de variador de fase com MultiAir. No Compass e Toro, chega na faixa dos 8 km/litro (com etanol) no uso urbano, mas vemos um dos pontos negativos do peso e componentes extras da tração integral. Mesmo o Renegade mais leve, registrou 7,5 km/litro com etanol. Na estrada, mesmo com a relação de marchas, ficou com 8,3 km/litro, números que não animam muito.
A não ser o consumo, não há o que reclamar sobre a troca dos motores. Em sensações, o Renegade já ganhou muitos pontos com o novo 1.3 turbo - imagina quando o compararmos com o 1.8 aspirado com o câmbio de 6 marchas. A suspensão segue uma das melhores entre os SUVs compactos, com arquitetura independente nas 4 rodas, trabalhando silenciosa e em uma boa relação de conforto e estabilidade, apesar do pé mais fundo no conforto. A direção elétrica idem, com a ajuda do novo volante, mais fino e com melhor pegada.
Mudou o suficiente?
Além do visual e do motor, o Renegade melhora o pacote de equipamentos em todas as versões. Destaque para itens ausentes antes, como 6 airbags de série (7 nas 4x4, como a Trailhawk), alerta de colisão com frenagem automática, alerta de saída de faixas, alerta de ponto-cego, leitor de placas, sistema de estacionamento automático e partida remota. Faltou o piloto automático adaptativo para completar o pacote do SUV compacto, assim como uma opção de som assinado, como teve o Beats há alguns anos.
A estratégia do Renegade com o motor 1.3 turbo e tração integral automática veio para "popularizar" este tipo de tração. De fato, pode funcionar principalmente pela menor oferta de versões do Jeep, agora concentrada em apenas 4. A Trailhawk por R$ 163.190 (ou R$ 171.780 com o teto-solar panorâmico) é opção ao Volkswagen T-Cross Highline (R$ 158.150 a R$ 172.880 com opcionais) e Hyundai Creta Ultimate 2.0 (R$ 163.990), ambos 4x2. Se quiser algo mais urbano, a Série S está na mesma faixa.
O Renegade mudou menos que o Compass, mas mudou onde precisava. Uma boa parte dos clientes não sentirão falta do turbodiesel e oferecer o 4x4 no mesmo preço de concorrentes 4x2 é uma boa receita, ainda mais que seus fiéis ainda podem olhar o Compass. Continua não sendo o melhor SUV compacto em espaço interno e porta-malas e ficou devendo alguns itens nessa atualização, mas o restante deve garantir que seguirá na liderança da categoria.
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)
Jeep Renegade 1.3T AWD
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