Teste Fiat Strada Ranch CVT: Aperfeiçoando a fórmula
Por R$ 116.990, a Strada Ranch deixa de lado o pedal da embreagem e mostra que será outro sucesso de vendas
Ainda que as picapes pequenas façam sucesso no Brasil, sempre faltou uma opção automática, principalmente agora que este tipo de transmissão caiu no gosto do brasileiro. Quem usa para trabalhar não tinha opção alguma, a não ser procurar uma Strada com o Dualogic - por favor, não faça isso. Isto muda com a chegada da transmissão automática CVT para a picapinha. Não é bem a opção para trabalho, já que estreia na Fiat Strada Ranch, por R$ 116.990.
O que é?
Ao iniciar a oferta do câmbio CVT para a Strada, a Fiat olhou primeiro para quem compra a picape como um carro de passeio e, eventualmente, usa também a caçamba. Por isso, as versões sem pedal de embreagem são a Volcano, que até então era o topo de linha da caminhonete, e a inédita Fiat Strada Ranch, trazendo o mesmo conceito da Toro Ranch, com um visual mais off-road e alguns itens que eram oferecidos como acessórios da Mopar. E, assim como na Toro, passa a ser a nova versão mais cara.
Com exceção do visual e da transmissão, é a mesma picape que está nas lojas desde 2020, medindo 4,48 metros de comprimento, 1,73 m de altura, 1,59 m de altura e com um entre-eixos de 2,73 m. No caso das variantes de cabine dupla, como esta, a caçamba tem capacidade para 844 litros e 400 kg de carga útil - este último reduzido dos 650 kg da versão manual.
A perda de espaço na caçamba é compensada por ser uma picape compacta com cabine dupla de verdade. Os bancos traseiros podem levar dois adultos, ou três com certo aperto, pois o interior é bem estreito, lembrando muito o Uno. Ainda assim, é a única picape da categoria a oferecer um espaço deste tipo.
Como é?
Como disse acima, a Strada Ranch segue a fórmula da Toro Ranch. Tem todos os equipamentos disponíveis para a picape e adiciona um pacote visual, com estribos laterais da Mopar, skid plate pintado de cinza, para-barros, capota marítima exclusiva e rodas de liga leve de 15” com novo desenho, calçando pneus ATR de uso misto.
Este estilo aparece também no interior, onde recebe um painel com pintura em dois tons, usando alguns detalhes em marrom. O mesmo tom está nos bancos de tecido e na costura usada no volante de couro e coifa do câmbio. Completam a parte visual o emblema “Ranch” nos assentos dianteiros, embaixo da central multimídia, nas soleiras e tapetes, e no display quando o carro é ligado.
Justamente por seu posicionamento como a Strada mais cara da linha, conta com tudo o que é possível. Tem faróis de LED com iluminação diurna, quatro airbags, ar-condicionado, câmera de ré, controles de estabilidade e tração, computador de bordo com tela TFT de 3,5”, assistente de partida em rampas, sensor de monitoramento de pressão dos pneus, travas e vidros elétricos, central multimídia com display de 7”, conexão com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, e carregador wireless para smartphone (este último é novidade para as versões CVT).
Como anda?
Para oferecer a transmissão CVT para a Strada, a Fiat trouxe o mesmo conjunto que está no recém-lançado Pulse, utilizando o 1.3 Firefly de quatro cilindros, entregando 107 cv e 13,7 kgfm de torque com etanol (98 cv e 13,2 kgfm com gasolina), já com a potência reduzida como no SUV compacto para atender às normas do Proconve L7.
Quando andamos na Strada com o 1.3 Firefly, ficamos impressionados com a agilidade da picape, que foi desenvolvido para entregar um bom torque com o motor em baixa rotações. Isto continua na versão CVT, ajustado para ser o mais suave possível. Andando normalmente, a transmissão mantém o motor girando a 2.000 rpm, chegando a 3.000 rpm em uma aceleração, antes de “subir uma marcha” – o câmbio simula 7 posições.
Esta forma de trabalhar ajuda a Strada a ser consideravelmente silenciosa, mesmo com um CVT. O isolamento acústico não é tão bom quanto no Pulse, então há um pouco mais de ruído invadindo a cabine, mas não mais do que na picape com câmbio manual. Para que o motor fique barulhento, é preciso pisar fundo e, ainda assim, o conta-giros marca algo próximo de 5.000 rpm.
A leve redução na potência e torque, junto com a transmissão, faz com que a esta versão seja levemente mais lenta do que as configurações manuais. Na aceleração de 0 a 100 km/h, a Strada Ranch marcou 13,7 segundos, enquanto a Volcano manual registrou 12,4 s, com o modo Sport ativado. Em compensação, é bem melhor nas retomadas, precisando de 10,7 s para ir de 40 a 100 km/h, e de 11,2 s para acelerar de 80 a 120 km/h (na picape com pedal de embreagem, os tempos foram de 11,7 s e 12,8 s, respectivamente).
Não foi só na retomada que ela surpreendeu. O consumo manteve-se no nível da versão manual. Com etanol no tanque, fizemos 8,5 km/litro na cidade e 11 km/litro na estrada, enquanto a Volcano manual faz 8,6 km/litro e 10,6 km/litro no ciclo urbano e rodoviário. O problema é que, com o tanque de apenas 55 litros, pode até parecer que a picape beber mais do que deveria.
Com exceção da transmissão, a Strada se comporta exatamente como as outras versões. A carroceria inclina um pouco em algumas curvas em alta velocidade, embora sempre esteja sob controle, respondendo bem aos comandos da direção elétrica. Mesmo passando por buracos e valetas, a suspensão dificilmente chegou ao fim do curso, o que aconteceu apenas quando a caçamba estava mais carregada e todos os assentos estavam ocupados.
Quanto custa?
Trocar a transmissão manual pela CVT é um investimento um tanto caro. No caso da versão Volcano, o preço passa de R$ 103.990 para R$ 111.990, uma diferença de R$ 8 mil apenas pela transmissão e o carregador wireless. No caso da Fiat Strada Ranch, o salto é ainda maior, colocando mais R$ 5 mil em relação à configuração Volcano apenas pelo pacote visual e os pneus de uso misto. Particularmente, apesar de ter gostado do estilo, não pagaria pela versão Ranch, principalmente por causa dos estribos laterais.
Olhando apenas para a picape, não dá para negar que a Fiat Strada CVT irá vender muito, aumentando ainda mais o sucesso que a caminhonete já tem no mercado – afinal, caminha para ser o veículo mais vendido do país neste ano. Não faltarão motivos, pois é econômica, tem um bom desempenho e é consideravelmente equipada. Outra prova de que é um bom negócio é o fato de que a Volkswagen Saveiro, que está bem defasada, menos equipada e ainda com câmbio manual, custa R$ 113.250. Agora só falta a Fiat levar a transmissão para uma configuração mais acessível e com cabine simples.
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)
Fiat Strada 1.3 CVT
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