Teste Fiat Argo 1.0 Drive S-Design 2022: mais que o visual
Ao adicionar o pacote S-Design, hatch fica com praticamente todos os itens que precisamos em um carro, mas o preço...
Quando a Fiat apresentou o Argo em 2017, o então diretor da marca, Eugênio Dutra, fez uma declaração bem forte para os jornalistas e concessionários: o Argo iria liderar o mercado e levar a empresa para a 1ª posição no país. Quatro anos depois, parece que estava certo, pois o hatch está disputando a liderança em 2021 com o Hyundai HB20 – em parte, pois foi a Strada que impulsionou a Fiat para a 1ª colocação e sabemos o que acontece com o Onix...
Estes quatro anos desde o lançamento do hatchback serviram para a Fiat começar a posicionar o Argo da maneira correta para os brasileiros. Ganhou mais versões focadas no motor 1.0 e 1.3, ficou mais barato em relação aos valores iniciais de quando chegou às lojas e teve sua lista de equipamentos ajustada. O Fiat Argo 1.0 Drive S-Design é um exemplo, que combina o kit visual S-Design com mais equipamentos, custando R$ 76.740.
Normalmente, o Argo 1.0 Drive é vendido por R$ 72.490 e vem um pouco básico – claro, não tão básico quanto o Argo 1.0 que não tem nem rádio. Já vem com alguns itens como central multimídia de 7” com Android Auto e Apple CarPlay, sensor de pressão dos pneus, direção elétrica, vidros dianteiros elétricos, volante multifuncional, computador de bordo com tela de 3,5” e mais.
O kit S-Design Tech custa mais R$ 4.250 e adiciona sensor de estacionamento traseiro, faróis de neblina, vidros traseiros elétricos, ar-condicionado digital, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, chave presencial e retrovisores laterais com ajuste elétrico. Ainda tem as mudanças visuais, com rodas de liga leve de 15” escurecidas, bancos com acabamento exclusivo e pintura preta para os retrovisores, spoiler traseiro, frisos e interior.
Pelos nossos testes, o Argo 1.0 não é bem o recordista do segmento em desempenho. O motor 1.0 6 válvulas de três cilindros da família Firefly tem 77 cv a 6.250 rpm e 10,9 kgfm a 3.250 rpm, o suficiente para que acelere de 0 a 100 km/h em 15,9 segundos. Não é dos mais velozes, perdendo para o Onix (14,3 s) e HB20 (14,1 s) 1.0 aspirados, mas melhor do que o Polo (16,8 s). É econômico, mas não tanto quanto alguns rivais, registrando 9,0 km/litro na cidade e 13,2 km/litro na estrada. Fica bem abaixo do Onix e do Polo (como você pode ver neste comparativo), mas ainda supera o HB20.
Apesar disso, é bem esperto na cidade. O indicador de trocas já pede marcha a 1.500 rpm, e o torque máximo aparece a 3.250 rpm, então o hatch passa a sensação de ser ágil em baixa velocidade, principalmente em momentos em que precisa de mais torque, como uma subida. Outro efeito disso é que pede menos reduções de marcha durante uma retomada. É uma pena que a Fiat ainda não investe em um câmbio manual novo, pois a velha caixa ainda tem seus problemas, com o curso longo e uma alavanca não tão precisa quanto dos concorrentes, além de ter apenas 5 marchas.
O conforto é um ponto forte. As vibrações do motor de três cilindros são bem suavizadas e até o som não invade tanto a cabine. A direção elétrica é bem leve durante as manobras, só mostrando mais peso ao andar em alta velocidade, enquanto a suspensão foi ajustada para absorver bastante os impactos. Só podemos ver ela chegar ao fim do curso em uma situação mais exigente, como uma valeta muito funda e passando rápido demais por ela.
A cabine tem um espaço adequado para a categoria, principalmente nos bancos traseiros, onde tem espaço bom para pernas e cabeça. Por outro lado, o motorista tem um problema por conta do acabamento da porta e do console central que invade um pouco a área das pernas. Falando nele, os materiais usados são em agradáveis e, junto com seu design bem resolvido, faz com que o interior do Argo continue bom mesmo depois de quatro anos.
O principal defeito do Fiat Argo 1.0 Drive S-Design é um bem forte: seu preço. Por R$ 76.740, esta versão com o pacote opcional é apenas R$ 1.150 mais barato do que a versão Drive S-Design com o motor 1.3 de 109 cv e 14,2 kgfm, com exatamente os mesmos equipamentos. E, obviamente, vale pagar essa diferença para ter um pouco mais de desempenho, mesmo que o consumo aumente um pouco. Só faz sentido caso alguma concessionária ofereça um desconto ou a Fiat mexa de novo na tabela do hatch nos próximos meses e aumente a diferença nos preços entre as duas configurações.
Fiat Argo Drive 1.0
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