Primeiras Impressões Novo Hyundai Creta 2022: personalidade forte
SUV eleva nível de conforto e equipamentos e aposta no visual ousado que dividirá opiniões
O Hyundai Creta é um dos SUVs de maior sucesso do Brasil. Lançado em 2016, acumula mais de 230 mil unidades vendidas. Agora em sua 2ª geração, muda completamente seu visual para se alinhar à nova identidade global da marca, mas é justamente essa transformação que representa seu maior desafio.
Também ganha o esperado motor 1.0 Turbo que estreou no HB20, além de uma série de sistemas de segurança nas versões mais caras. Por dentro, também tudo é novo. Será o suficiente para mantê-lo entre os mais vendidos no Brasil? Isso é o que vamos tentar responder.
O que é?
Afinal, é uma nova geração? De acordo com a Hyundai sim. Embora aproveite a mesma plataforma da geração anterior, o novo Creta 2022 muda radicalmente seu visual e acabamento interno. Não há nenhuma peça do antigo, nenhuma, o que inviabiliza dizer que se trata de um super facelift. A impressão ao encarar a novidade ao vivo é melhor do que nas fotos, mas ainda assim o seu grande desafio será a forma como os clientes entenderão o novo estilo.
Com personalidade forte, se distingue de qualquer concorrente, o que é bom. Sem dúvida a nova dianteira chama a atenção pelo novo conjunto óptico com elementos divididos que, quando acesos, remetem a um bumerangue.
A grade dianteira muda ligeiramente em relação às versões vendidas em outros países, em especial no acabamento, na moldura e também nas entradas de ar inferiores. O para-choque também tem um aplique plástico, que pode ser preto ou em tom prata dependendo da versão, que tem como missão dar mais robustez ao Creta.
Passando para a lateral, o novo desenho traz vincos mais arredondados que ressaltam as caixas de rodas. A linha do teto tem uma suave caída, como na geração anterior, e agora conta com acabamentos que se prolongam até a coluna C para dar a famosa sensação de teto flutuante. Por fim, a traseira também tem desenho único, assim como as lanternas de partes separadas que também remetem ao formato de um bumerangue.
O novo Hyundai Creta 2022 também evoluiu por dentro. Ficou mais refinado e sofisticado, e para isso, a marca utilizou materiais de diferentes cores, como o marrom e bege. O painel tem traços retos bem demarcados com material texturizado e que aparenta boa qualidade, mas é rígido em todas as partes. O único ponto macio que encontrará está no apoio de braço central e no apoio das portas. Novo volante, novo painel de instrumentos com tela digital de 7,5 polegadas, central multimídia com tela de 10,25", freio de estacionamento eletrônico, seletor de modos de condução e ar-condicionado digital estão presentes nas versões mais caras.
Como anda?
Antes de acelerar, vale destacar que o novo Creta traz uma evolução da sua plataforma anterior. Ficou mais refinado e silencioso. Passa a contar com o motor 1.0 Turbo que entrega 120 cv de potência e 17,5 kgfm de torque sempre associado com o câmbio automático de 6 marchas. De acordo com a Hyundai, este conjunto deve responder por cerca de 90% das vendas do novo Creta.
Nosso primeiro contato foi com a versão 1.0 Turbo mais equipada, a Platinum. É a partir desta versão que as coisas mais legais do Creta estão disponíveis: painel de instrumentos com tela digital de 7,5 polegadas, central multimídia com tela de 10,25", teto solar panorâmico, câmeras de ponto cego, freio de estacionamento eletrônico, monitoramento de pressão dos pneus com indicador individual, banco do motorista com ventilação, câmera 360° e seletor de modo de condução. Seu preço é de R$ 135.490.
Mas vamos ao que interessa: esse conjunto dá conta? A primeira impressão é a de que sim. A entrega do torque total a apenas 1.500 rpm torna o Creta ágil, bem mais ágil do que o anterior equipado com motor 1.6. Efeito colateral é o ruído interno mais elevado e a vibração, algo já esperado, mas que foi de certa forma reduzido pelo isolamento acústico. O casamento com o câmbio automático de seis marchas é bom e você não sentirá falta de força. Usando o modo Sport, a coisa fica ainda mais interessante com respostas mais rápidas, tanto do acelerador quanto do câmbio. Esse desempenho é reflexo do peso de apenas 1.270 kg em ordem de marcha.
Também tivemos rápido contato com a versão mais cara, a 2.0 Ultimate, e única a contar com todos os itens disponíveis. O motor 2.0 Flex, aspirado, recebeu melhorias e ganhou 1 cv, passando a entregar 167 cv com etanol. O torque é de 20,6 kgfm a 4.700 rpm com etanol (19,2 kgfm com gasolina) e o câmbio também é o automático de seis marchas. Só nesta versão encontrará faróis e lanternas em LED, rodas de 18”, detector de fadiga, controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência em faixa, sensor de estacionamento dianteiro e farol alto adaptativo.
Ao volante, o motor 2.0 consegue entregar boa agilidade aos 1.300 kg desta versão. Aspirado, o motor cresce bem e também dá conta do recado. Ponto positivo nesta geração é a melhora do isolamento acústico. Com uma faixa mais ampla para trabalhar o torque, também passa a sensação ao motorista de melhor controle do motor, principalmente quando se opta pelas trocas pelos paddle-shifts. É a opção que não deixará na mão quando estiver com todos os ocupantes e mais malas.
Com praticamente o mesmo ajuste de suspensão do 1.0 Turbo, transmite muita segurança nas curvas. Quando provocado no travado circuito, os sistemas de controle de estabilidade atuaram com vontade, segurando o ímpeto ou trazendo o SUV para o trajeto correto. Já a grande novidade, as câmeras de ponto cego que mostram a imagem no painel exigem que o motorista se acostume a ela, pois é um movimento contra-intuitivo olhar para o centro do quadro de instrumentos no momento que se decide fazer uma curva.
Todos demais itens são muito bem recebidos, pois contribuem de modo efetivo na segurança, principalmente o piloto automático adaptativo e o sistema autônomo de frenagem de emergência. Em relação ao modelo anterior, a evolução geral é nítida, mesmo com a ausência de materiais emborrachados no painel.
Galeria: Hyundai Creta 2022
Quanto Custa?
Você pode ter o Creta 2022 com o novo visual por R$ 107.490, mas os itens mais bacanas não estarão nele. Se está pensando na versão mais acessível do novo Creta, pode colocar na cabeça que terá que conviver com o freio de estacionamento de mão, banco de tecidos e um painel de instrumentos mais simples. Pelo lado positivo, o motor 1.0 Turbo com câmbio automático te entregará um SUV mais ágil que o anterior.
Subindo um degrau, o Creta Limited 1.0 custa R$ 120.490 e adiciona as rodas de liga leve de 17” diamantadas, ar-condicionado digital, chave presencial e partida por botão entre os principais itens. Agora se quiser os bancos com revestimento em couro sintético, precisará optar pelo Creta Platinum 1.0 de R$ 135.490, e ainda recebe a central multimídia de 10,25”, teto solar panorâmico, painel de instrumentos com tela de 7” colorida, freio de estacionamento eletrônico com função auto hold e seletor de modo de condução.
Para levar tudo que o novo Creta 2022, terá que comprar a versão 2.0 Ultimate por R$ 147.990. Terá faróis e lanternas em LED, rodas de 18”, acabamento interno em bege e marrom, detector de fadiga, controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência em faixa, sensor de estacionamento dianteiro, farol alto adaptativo e sistema de som com dois tweeters.
No fim das contas, o novo Creta consegue mostrar que realmente evoluiu. A Hyundai acertou ao colocar o motor 1.0 Turbo em uma gama ampla de versões. Ficar mais caro, hoje em dia, é quase que inevitável, porém, isso acontece com a chegada de um estilo totalmente novo e mais equipamentos. Por outro lado, o mundo de hoje tem concorrentes tão equipados quanto o Creta e o preço das versões mais caras acaba o colocando perigosamente próximo a de SUVs maiores.
Mas com certeza, a pergunta final é: será que o visual vai ajudar ou atrapalhar? Para quem procura um SUV com personalidade forte, o novo Creta é a resposta.
Ficha técnica: Hyundai Creta 2022
Hyundai Creta 1.0 turbo | Hyundai Creta 2.0 | |
MOTOR | dianteiro, transversal, 3 cilindros, 12 válvulas, 998 cm3, turbo e injeção direta, flex | dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.999 cm³, comando duplo variável, flex |
POTÊNCIA/TORQUE |
120 cv a 6.000 rpm / 17,5 kgfm a 1.500 rpm |
167/157 cv a 6.200 rpm / 20,6/19,2 kgfm a 4.700 rpm (etanol/gasolina) |
TRANSMISSÃO | automática de 6 marchas; tração dianteira | automática de 6 marchas; tração dianteira |
SUSPENSÃO |
independente McPherson dianteira e eixo de torção na traseira |
independente McPherson dianteira e eixo de torção na traseira |
RODAS E PNEUS | liga leve aro 16" com pneus 205/65 R16 ou liga leve aro 17 com pneus 215/60 R17 | liga leve aro 18" com pneus 215/55 R18 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira com ABS e EBD | discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira com ABS e EBD |
PESO | 1.270 kg em ordem de marcha | 1.300 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES |
comprimento 4.300 mm, largura 1.790 mm, altura 1.620 mm, entre-eixos 2.610 mm |
comprimento 4.300 mm, largura 1.790 mm, altura 1.620 mm, entre-eixos 2.610 mm |
CAPACIDADES | tanque 50 litros, porta-malas 422 litros | tanque 50 litros, porta-malas 422 litros |
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