Teste rápido Fiat Argo S-Design 1.3: "Popular" completão
Com equipamentos de versões mais caras e o melhor motor da linha, hatch é boa opção a quem não quer 1.0
Nos últimos meses, o Fiat Argo ganhou destaque ao aparecer entre os modelos mais vendidos. Ao mesmo tempo, sua linha 2022 ganhou mudanças, como a chegada da S-Design, antes um pacote de opcionais, como a versão com o motor 1.3 aspirado. Seu destaque, além do bom desempenho, é a lista de equipamentos com itens normalmente presentes em versões mais caras, como o ar-condicionado automático e a chave presencial com partida por botão.
O Fiat Argo Drive S-Design 1.3 2022 pode ser uma boa opção aos que procuram um hatch, mas não querem motorização 1.0 em busca de um desempenho superior. Seus principais concorrentes são Chevrolet Onix 1.0 turbo, Hyundai HB20 1.6 e Volkswagen Polo 1.6 MSI, todos com transmissão manual.
O que é?
O Argo não é o modelo mais vendido da Fiat, porém sua importância vai além. O hatchback foi o primeiro modelo de uma nova fase da marca, apresentado em 2017. Sua missão nunca foi fácil, substituindo de uma só vez o Palio e o Punto. E sempre colocamos a versão com o motor 1.3 Firefly como a melhor do Argo para se ter.
Isso pois ele usa o 1.3 Firefly, da família GSE. São até 109 cv e 14,2 kgfm de torque disponíveis já a baixas rotações, graças a arquitetura de 2 válvulas por cilindro. É um bom número para motor aspirado com essa cilindrada, ainda mais se considerar os 1.140 kg da versão. É mais potente que o 1.0 com 3 cilindros, seu irmão menor, e mais eficiente que o 1.8 eTorq disponível nas versões com câmbio automático.
O pacote S-Design era um opcional no Argo Drive. Além do acabamento escurecido em detalhes na carroceria e no interior, já adiciona itens de conforto que só vemos em versões mais caras de seus concorrentes, como a partida por botão com chave presencial e ar-condicionado automático. Na linha 2022, se tornou a versão Drive S-Design, que faz par com a Trekking com o motor 1.3, além de receber detalhes bronze no exterior - vale observar que o carro da foto ainda é modelo 2021, sem esta leve mudança externa.
Suas dimensões também estão dentro da média do seu segmento. São praticamente 4 metros de comprimento, menor que o Onix (4,16 m), mas maior que o HB20 (3,94 m). No entre-eixos, 2,52 m versus 2,55 m e 2,53 m, respectivamente de seus concorrentes citados acima. Na hora de acomodar as bagagens, são 300 litros, versus 275 litros do Chevrolet e empatado com o Hyundai.
Como é?
Um dos pontos altos do Fiat Argo sempre foi o acabamento. Não que ele use materiais nobres, mas pela qualidade dos plásticos utilizados e texturas, além da própria construção. Dentro do segmento, segue um dos destaque neste ponto, porém já vai devendo algumas coisas. Por exemplo, a coluna de direção é regulável apenas em altura, enquanto as mais caras da sua própria linha já tem a regulagem de profundidade, o que prejudica na hora de achar a melhor posição para o motorista.
Os bancos são bons, o volante tem boa pegada e o acerto da caixa elétrica vai de leve para as manobras ao bom peso em velocidades mais altas. É um hatch bem comunicativo, com um ajuste de suspensão bastante voltado ao conforto em boa medida com a dirigibilidade. Os engates do câmbio até que evoluíram com o passar dos anos, porém ainda são longos e não tem a precisão do Onix e HB20, por exemplo. Para os ocupantes do banco traseiro, um bom espaço - por isso o Argo acabou se tornando um dos favoritos dos motoristas de aplicativos.
Ao volante, um bom desempenho. O torque de 14,2 kgfm tem pico de 3.500 rpm, mas já aparece antes disso em boa disposição, ajudado por um câmbio com escalonamento curto entre as marchas - aqui a Fiat poderia ter investido em uma caixa de 6 marchas. Com as trocas feitas logo cedo, o consumo urbano ficou em 8,2 km/l na cidade, com etanol, um número considerável entre os motores acima de 1.0.
Na estrada que ele fica devendo. Apesar de ter desempenho para acompanhar o fluxo, o câmbio curto aqui joga contra tanto no conforto acústico quanto no consumo, que ficou em 11,6 km/litro, também com etanol. Com a sexta marcha, ele poderia manter o escalonamento para manter o desempenho, com a adição de uma marcha extra que reduziria a rotação e resolveria estas duas questões para os que usam o carro na estrada e na cidade.
Quanto custa?
O Fiat Argo Drive S-Design 2022 tem como principais equipamentos a direção elétrica com coluna com regulagem de altura, banco do motorista com regulagem de altura, ar-condicionado automático digital, sistema multimídia com tela de 7" e espelhamento via Apple CarPlay e Android Auto, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, faróis de neblina, rodas de 15", chave presencial com partida por botão, sensor de estacionamento traseiro, faróis de neblina, vidros e retrovisores elétricos e outros. Custa R$ 74.390.
Na comparação com seus concorrentes diretos (VW Polo 1.6 MSI, de R$ 78.290, Hyundai HB20 1.6 MT Vision Bluelink, de R$ 75.690, e Chevrolet Onix LTZ 1.0T MT, de R$ 75.520), ele fica devendo mais airbags, que chegam a 6 no Onix e 4 nos demais, faróis com acendimento automático (presente no HB20 e Onix), câmera de ré (presente em Onix e HB20) e a regulagem de profundidade do volante. HB20 e Onix ainda possuem central multimídia com tela de 8".
Conclusão
Diante do mercado, o Argo S-Design é uma boa opção pelo pacote de equipamentos com exclusividades, mas acaba devendo itens mais simples diante de seus concorrentes diretos. Sobre o desempenho e consumo, é bom apesar do menor motor ou a ausência do turbo. Deve o câmbio de 6 marchas, presente no Chevrolet e Hyundai, mas logo deverá aparecer com o CVT para entrar na briga dos automáticos. Aí sim ele deverá se destacar e ganhar ainda mais clientes.
Fotos: Leo Fortunatti (para o Motor1.com)
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Fiat Argo Drive S-Design 1.3 MT
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