Teste: Jeep Renegade Moab é o 4x4 a diesel mais barato, mas vale a pena?
Por R$ 146.590, versão tenta oferecer bom custo-benefício para quem quer o SUV com o motor 2.0 Multijet
Hoje em dia, tudo é SUV. Tem marca que chama até subcompacto assim, para aproveitar a moda, mas poucos realmente merecem este título. O Jeep Renegade é um deles, ao menos nas versões com tração 4x4 e a 1ª marcha reduzida, sendo capaz de entrar na terra sem passar vergonha. Porém, ter uma versão com tração integral e o motor 2.0 turbodiesel saía bem caro. Daí a estreia do Jeep Renegade Moab, o mais barato com esta configuração, por R$ 146.590.
Os atributos do Jeep Renegade Moab são bem claros. Com uma altura em relação ao solo de 21,6 centímetros, ângulo de ataque de 30° e 33° de saída, é um SUV que atende a quem quer um modelo versátil no uso e com boa relação entre desempenho e economia. Claro, não é a versão mais off-road, título que fica para a variante Trailhawk, porém é o suficiente para encarar tranquilamente aquela lama, facões ou cascalho na viagem para o sítio.
Galeria: Jeep Renegade Moab 2021
O Moab traz até alguns detalhes do Trailhawk, como os ganchos dianteiros para reboque (úteis em trilhas mais complicadas), aqui pintados de preto (são vermelho na variante mais off-road). A cor escura também é usada em outras partes do carro, como na grade frontal, maçanetas, espelhos laterais e até nas rodas de liga leve. Em outros pontos, porém, ele mostra que é o modelo mais barato, como nos faróis e lanternas, todas com lâmpadas halógenas ao invés de LEDs.
Esperto e frugal
Como posso dizer que o Moab agrada se oferece menos? Justamente por causa do motor 2.0 turbodiesel de 170 cv a 3.750 rpm e 35,7 kgfm a 1.750 rpm. Basta andar um pouco para notar que o Renegade nasceu para ter este propulsor sob o capô, entregando a agilidade que falta à versão com o velho 1.8 E.torQ. Não é à toa que acelera de 0 a 100 km/h em 10,3 segundos, como mostra no nosso teste.
Com o câmbio automático de 9 marchas bem calibrado oferece uma tocada mais suave e ajuda muito no rendimento energético. Na cidade chegamos a uma média de 10,8 km/litro, enquanto no ciclo rodoviário este valor subiu para 15,6 km/litro, bem acima dos 10,1 km/litro e 12,5 km/litro registrados no Inmetro. Como comparação, o Renegade 1.8 com etanol roda 6,8 km/litro na cidade e 10,3 km/litro na estrada, fazendo com que o modelo diesel seja tão econômico na cidade quanto o flex é nas rodovias.
O conforto do Renegade Moab também é destaque. Carros a diesel são naturalmente mais barulhentos e vibradores por conta da maior taxa de compressão utilizada em comparação aos carros a gasolina ou etanol. A Jeep resolveu isso com um isolamento acústico muito eficiente e coxins de absorção que fazem até a gente esquecer que está em um carro a diesel, só percebendo ao parar em um semáforo. Junte isso com a suspensão independente nas quatro rodas calibrada para boa absorção de impactos e verá que o Renegade roda bem confortável.
Outro ponto positivo para o Renegade diesel é que, apesar de usar um sistema 4x4, isso não afeta tanto assim o diâmetro de giro de 10,8 metros, um valor muito bom para um modelo deste tipo. Isso ajuda muito nas manobras, ainda mais para quem vive em uma cidade cada vez mais apertada como São Paulo.
A tração 4x4 segue o padrão da Jeep, com um seletor de modo de condução oferecendo as opções Auto, Neve, Areia, Lama e Pedra, além da 4x4 Low com a 1ª marcha reduzida (normalmente o carro parte em 2ª marcha) e 4x4 Lock (travando a tração para ser sempre dividida igualmente entre os eixos). Isso porque o Renegade, na maior parte do tempo, é um carro de tração integral automática, distribuindo a força de acordo com a demanda.
Obviamente, alguns defeitos das outras versões continuam por aqui. O porta-malas de 320 litros é pequeno mesmo para um crossover compacto, sendo um dos menores do segmento – e olha que teve de perder o estepe de tamanho integral para usar um menor de uso temporário para ganhar litragem. Já o espaço para os ocupantes é ótimo nos bancos dianteiros, mas quem for atrás vai se ver em uma situação um pouco mais apertada dependendo da altura que tiver.
Não tão completo assim
Por ser a opção mais barata com o motor diesel, o Renegade Moab acabou tendo que deixar alguns equipamentos de lado para ter um preço mais atraente. Ela não comete o erro da antiga versão Custom diesel, que era ainda mais pelada, com rodas de aço, rádio bluetooth no lugar da multimídia e até a falta do sensor de ré – e isso custando quase R$ 110 mil em 2018.
Seu problema é custar substancialmente mais do que a versão Limited com o 1.8 Flex de 139 cv, que sai por R$ 127.290 - o que são R$ 19.300 menos do que os R$ 146.590 desta variante diesel. Outro ponto negativo para o Moab é a lista de equipamentos muito mais enxuta, sem itens como seis airbags, faróis de LED, sistema start-stop para o motor, faróis com acendimento automático, chave presencial e mais.
Seria então o Moab uma boa opção para quem quer o Renegade mais valente? À primeira vista, sim. Mas basta dar um pulo no configurador da Jeep para ver que o Renegade Longitude a diesel custa R$ 156.590, apenas R$ 10 mil a mais, e adiciona as rodas de liga leve de 18”, faróis e lanternas em LED, central multimídia de 8,4”, bancos de couro e aletas no volante para trocas de marcha, entre outros itens. Pode não ser o seu caso, mas se eu estivesse procurando pelo Renegade 4x4, iria pensar bem se não vale pagar a diferença e levar o carro mais completo.
Também resta ver quanto tempo o Jeep Renegade Moab continuará no mercado após a chegada da versão com motor 1.3 turboflex. Hoje, a versão Moab é mais interessante do que a Limited flex por entregar mais performance, economia e versatilidade de uso, mesmo sendo menos equipado. Resolvendo o problema do desempenho com o novo 1.3, os atributos desta versão podem ser reduzidos à tração 4x4. Mas ele pode ser um bom negócio agora, principalmente se encontrar uma concessionária que ofereça algum desconto.
Ficha técnica: Jeep Renegade Moab 2.0
MOTOR | dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.956 cm3, turbo e intercooler, diesel; |
POTÊNCIA/TORQUE |
170 cv a 3.750 rpm; Torque: 35,7 kgfm a 1.750 rpm |
TRANSMISSÃO | automática de 9 marchas, sendo a primeira reduzida, tração 4x4 automática |
SUSPENSÃO | independente McPherson na dianteira e na traseira |
RODAS E PNEUS | alumínio aro 17″ com pneus 215/60 R17 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira com ABS e EBD |
PESO | 1.674 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.232 mm, largura 1.798 mm, altura 1.714 mm, entre-eixos 2.570 mm |
CAPACIDADES | tanque 60 litros, porta-malas 320 litros |
PREÇO | R$ 146.590 |
MEDIÇÕES MOTOR1 BR | |
---|---|
Jeep Renegade 2.0 TD | |
Aceleração | |
0 a 60 km/h | 3,9 s |
0 a 80 km/h | 6,6 s |
0 a 100 km/h | 10,3 s |
Retomada | |
40 a 100 km/h em D | 8,3 s |
80 a 120 km/h em D | 7,9 s |
Frenagem | |
100 km/h a 0 | 41,7 m |
80 km/h a 0 | 26,3 m |
60 km/h a 0 | 14,6 m |
Consumo | |
Ciclo cidade | 10,8 km/l |
Ciclo estrada | 15,6 km/l |
Ouça o podcast do Motor1.com:
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