Historicamente, a Fiat Strada sempre foi mais utilizada para o trabalho que como um carro para o dia-a-dia. Isso foi mudando com o passar dos anos, com cada vez mais pessoas gostando da ideia de ter uma picape que consegue ser utilizável em grandes centros e mantendo a praticidade de uma caçamba
A Fiat ficou de olho nesse público e fez com que isso fosse um dos pontos no desenvolvimento da nova geração da Strada, criando a opção de cabine dupla, que é um sucesso e abriu espaço para um novo público. Mas e para quem ainda procura a picape como uma opção quase exclusiva para uso da caçamba, tem a Strada Endurance 1.4 Cabine Plus, a opção mais básica por R$ 65.990. E, por R$ 73.990 (R$ 8 mil a mais), o cliente pode ir para a Freedom 1.3 Cabine Plus, que apesar de mais cara, tem mais equipamentos e um motor mais moderno. Vale a pena os R$ 8 mil a mais?
Quem precisa de uma picape compacta para trabalho está bem servido com a Strada Cabine Plus. Nesta nova geração, a caçamba cresceu para 1.354 litros e 720 kg de capacidade, contra os 1.220 litros e 705 kg da geração anterior. Na prática, isso bate de frente até com a Toro em volume (1.054 litros), mas não em capacidade de carga em peso.
O motor 1.4 Fire da Fiat é bem eficiente e já provou isso há anos. Só que a Strada fica muito melhor com o 1.3 Firefly, mais rápida e com um consumo menor na cidade. Nosso teste mostra que leva 11,7 segundos na aceleração de 0 a 100 km/h, contra os 13,2 s da Strada Endurance 1.4 Cabine Plus - ambas com etanol. As retomadas são bem melhores, precisando de exatos 10 s para ir de 40 a 100 km/h em 3º marcha (a Endurance 1.4 precisa de 11,9 s).
O consumo também tem uma boa melhora. Fizemos 9,6 km/litro no ciclo urbano e 10,4 km/litro na estrada. O motor 1.4 faz 8,6 km/litro na cidade e 10,6 km/litro nas rodovias, ambas também com etanol. Isso com o ar-condicionado ligado o tempo todo e, no caso do teste na estrada, a 120 km/h. Bastou entrar em uma rodovia com um limite mais baixo para o número subir para mais de 12 km/litro.
Um dos problemas que Fiat tinha era oferecer opcionais demais para os seus modelos, porém isso mudou recentemente e a Strada mostra isso. Na versão Freedom CP, só tem três itens à parte: protetor de cárter (por R$ 200); o Pack Tech (R$ 2.990), com central multimídia de 7" com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, câmera de ré, sensor de estacionamento e volante multifuncional; e o Pack Safety (R$ 2.000), adicionando airbags laterais e aviso de não uso do cinto de segurança do passageiro.
Mesmo sem eles, a oferta é bem interessante. Tem direção elétrica, controles de estabilidade e tração, ar-condicionado, faróis de neblina, rodas de liga leve de 15", computador de bordo com tela TFT de 3,5", sensor de pressão dos pneus, retrovisores elétricos, entre outros. Uma boa lista para uma picape voltada para trabalho.
A Fiat chamou essa versão de cabine simples como Cabine Plus, com o argumento de que colocou um espaço atrás dos bancos para colocar uma mochila ou algo do tipo. Só que, na vida real, serve para muito pouco, já que uma mochila mais cheia ou uma sacola não encaixam tão bem ali, principalmente se o motorista é mais alto e coloca o banco todo para trás. Acaba virando algo tão difícil de se usar que não justifica sua existência. Era melhor ter usado este espaço para aumentar ainda mais a caçamba.
Por mais que os motores 1.0 e 1.3 Firefly da Fiat sejam bons, a fabricante ainda deve uma nova caixa de transmissão manual para seus carros. O velho câmbio da empresa está também na Strada, com todos os seus problemas. A alavanca é mole, de curso longo e anestesiado. Junte isso com o pedal da embreagem que também é longo e tem um ponto ideal muito alto. É o que já dissemos para alguns engenheiros da Fiat: não precisa ser uma transmissão tão curta, mas um meio-termo seria o ideal - ou uma sexta marcha, principalmente para o uso na estrada.
Ajustada para o trabalho, a suspensão da Strada é uma maravilha quando a caçamba está bem carregada. Quando não está, a configuração mais firme para carregar peso acaba fazendo com que a picape balance bastante em ruas mais detonadas, mais do que a Strada com cabine dupla. Então, se quer o conforto de um carro normal na picape compacta, não é bem o que vai encontrar, ainda que o ajuste a deixe mais agradável do que na geração anterior.
MOTOR | dianteiro, transversal, quatro cilindros, 8 válvulas, 1.332 cm3, comando simples com variador de fase, flex |
POTÊNCIA/TORQUE | 101 (6.000 rpm)/109 cv (6.250 rpm); 13,7/14,2 kgfm a 3.500 rpm |
TRANSMISSÃO | câmbio manual de 5 marchas, tração dianteira |
SUSPENSÃO | independente McPherson na dianteira, eixo rígido com mola semi-elíptica na traseira |
RODAS E PNEUS | aço aro 15" com pneus 195/65 R15 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e tambor na traseira, com ABS |
PESO | 1.092 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.474 mm, largura 1.732 mm, altura 1.607 mm, entre-eixos 2.737 mm |
CAPACIDADES | tanque 55 litros; caçamba 1.354 litros; carga útil 720 kg |
PREÇO | R$ 73.990 (R$ 76.980 como testado) |
MEDIÇÕES MOTOR1 BR (etanol) | ||
---|---|---|
Strada Freedom 1.3 CP | ||
Aceleração | ||
0 a 60 km/h | 5,0 s | |
0 a 80 km/h | 8,0 s | |
0 a 100 km/h | 11,7 s | |
Retomada | ||
40 a 100 km/h em 3ª | 10,0 s | |
80 a 120 km/h em 4ª | 10,9 s | |
Frenagem | ||
100 km/h a 0 | 37,6 m | |
80 km/h a 0 | 23,2 m | |
60 km/h a 0 | 13,0 m | |
Consumo | ||
Ciclo cidade | 9,6 km/litro | |
Ciclo estrada | 10,4 km/litro |
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