O novo BMW Série 1 2019 é provavelmente um dos mais discutidos e/ou odiados carros dos últimos três ou quatro anos. Quando a BMW anunciou que o novo Série 1 seria de tração dianteira e perderia o motor de seis cilindros, o mundo caiu. Para os entusiastas da BMW, a vida perdeu um pouco do sentido. Sim, o Série 1 com tração dianteira foi um enorme choque para todos. Mas os números falam uma língua diferente: a divertida máquina de drift com motor de seis cilindros, o M140i F20, só representava 5% das vendas - e isso vale para a tração traseira e integral.
Mas vamos analisar sem emoção. Sim, mesmo que machuque saber que o último compacto com seis cilindros se foi, este novo modelo faz muito mais sentido na visão de negócio. Em uma economia de escala de uma plataforma compacta, nem mesmo o mais nervoso Série 1 fica imune. Sem dizer que a arquitetura de tração dianteira da BMW entrega maior espaço interno e porta-malas sem sacrificar peso.
Para todos os entusiastas que se sentirem pessoalmente afetados pelos executivos de Munique, a boa notícia é que eles poderão comprar um coupé no futuro. O Série 2 com duas portas manterá a plataforma de tração traseira. Ou você pode aceitar o fato de que o Série 1 mais rápido terá tração dianteira a partir de agora. Isso não mudará. Vamos apenas torcer para que a implementação dessa base seja um sucesso.
Ao menos a BMW fez algo diferente neste caso. O M135i tem tração xDrive, integral, que leva mais de 50% da força para o eixo traseiro. Um câmbio automático de 8 marchas da Aisin com aletas para a troca no volante também é item de série. A suspensão calibrada pela Motorsport tem 1 cm a menos de altura e molas 10% mais rígidas. Amortecedores adaptativos são opcionais.
A direção mais pesada e os freios M estão disponíveis no Série 1 normal também. O diferencial dianteiro blocante Torsen apenas no M135i. É exclusivo também nos reforços de carroceria e barras estabilizadoras mais rígidas. O M135i vem com rodas de 18" com pneus 225/40 de série, sendo as rodas de 19" com pneus 235 opcionais.
É excelente. A BMW baniu o 3.0 turbo pelo pouco espaço. E o fato de não ter que se preocupar com as emissões de CO2 foi mais conveniente para os engenheiros. Além disso, o 2.0 turbo vindo do X2 M35i - que a BMW gosta e dizer que é o mais potente quatro cilindros de produção em série da história da marca - é o centro das atenções.
O motor é virtualmente o mesmo do 120i. Mas há um novo virabrequim, novos pistões e novas bielas. Os engenheiros reduziram a taxa de compressão dos 10,2:1 para 9,5:1, o que permitiu o uso de um turbo maior e com mais pressão. Injeção, admissão e arrefecimentos foram reforçados. Hoje, 306 cv e 45,9 kgfm de torque não chegam a ser impressionantes. Mas levam o M135i de 0 a 100 km/h em apenas 4,8 segundos.
Ele é diferente. Bem diferente. Nem tanto pelo novo motor - que não é tão gostoso quanto o antigo seis cilindros. O som é diferente, mais vulgar. Ele ronca mais, mas faz parte do efeito virtual que vem pelos falantes internos. Mas, quando precisa de potência, resposta e fôlego, o novo Série 1 não precisa se envergonhar. É um animal. Parece ser mais grosso que o seis cilindros, mas tem 34 cv e 5 kgfm de torque a menos. Em aceleração total até o corte de 6.500 rpm, o M135i é vivo e potente. Você definitivamente consegue conviver com este novo motor. A caixa da Aisin de oito marchas passa uma boa impressão também, mesmo que seja barulhenta e nervosa no modo Sport.
Mas a dirigibilidade ainda precisa de ajustes. Se você tem lembranças dos antigos M135i ou M140i, aperte o reset e se prepare para algo completamente novo. O que notamos imediatamente é a agilidade da direção e como o novo 135 (F40) tem comportamento neutro em curvas e em mudanças de direção. Com a ajuda do diferencial dianteiro blocante e atuação nos freios individualmente nas rodas, o M135i literalmente te suga para dentro da curva. Além disso, há o sistema ARB (anti-patinação da roda) do i3. O controle de tração não está no ESP, mas junto com o controle do motor.
A BMW promete um controle mais rápido e sensitivo, que traz mais tração nas acelerações, especialmente em curvas e estradas molhadas. Na realidade, o resultado é algo ambivalente. Não há saída de frente em saídas de curvas e a quantidade de tração é absurdamente alta. A direção em si já é bastante firme, mas por ser imensamente direta, as entradas são mais relaxadas, mais naturais e melhores que muitos outros BMW nos últimos tempos. É fácil dizer que está sendo puxado para dentro da curva em vez de empurrado como antes.
Mas o M135i ainda tem um bom balanço. Ele pode ir muito rapidamente para onde você quiser e sem muita provocação. Comparado com o Volkswagen Golf R ou Mercedes-AMG A35, o novo hot hatch bávaro é muito mais selvagem. Ele vai muito além dos limites que o Honda Civic Type R ou Focus ST, e mais do que o Audi S3.
Não há o que reclamar sobre o conforto da suspensão. O novo 135 (aqui com a suspensão adaptativa) tem molas firmes, mas não exageradamente duras. É o resultado do trabalho feito para ter uma carroceria rígida. O rodar é limpo e de extrema alta qualidade.
O cockpit imita o novo Série 3. A qualidade do material melhorou. Se quiser, você pode ter uma central multimídia maior e um painel de instrumentos digital, cada um com 10,3". Pela primeira vez, há um head-up display de 9,2". Os bancos M Sport (opcionais) com encosto de cabeça integrado parecem bem ambiciosos e oferecem muito suporte, mas são um pouco apertados. Motorista e passageiro de mais de mais de 1,80 m de altura experimentam um espaço para os ombros limitado e pouco espaço para a cabeça.
O mesmo acontece na traseira. O 135 oferece mais espaço para as pernas, cabeça e ombros que antes. E, quase como um milagre, o espaço do porta-malas cresceu quase 20 litros, indo para 380 litros (1.200 litros com os bancos rebatidos). Além disso, a BMW oferece um compartimento abaixo do piso do porta-malas. Você pode colocar o encosto do banco traseiro mais reto, o que dá quase 40 litros a mais de espaço.
A BMW fez o que esperávamos da BMW. A empresa quis fazer um ativo e esportivo M135i para amenizar a perda da tração traseira. Com isso em mente, este carro é um sucesso - mesmo que não tenha o mesmo prestígio da tração traseira e o motor "seis bocas" do anterior.
Honestamente, o 135i e 140i antigos brigam mais por aderência. Tenho quase certeza que o novo M135i é mais rápido em uma pista ou em uma serra cheia de curvas. Mas o antigo tem mais carisma aos que gostam de andar forte e sensações únicas. O novo é excelente (se não considerar o peso exagerado da direção) e extremamente divertido. Mas pouco difere dos outros do segmento.
Para quem curtiu, a estreia do novo Série 1 no Brasil, de acordo com concessionários ouvidos pelo Motor1.com, será entre dezembro deste ano e janeiro de 2020, inicialmente nesta versão M135i.
Technische Daten und Preis BMW M135i xDrive
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