Em todos estes anos de parcerias entre futebol e carros, vimos várias edições especiais da Copa do Mundo e outros campeonatos. Apareceram até mesmo alguns modelos com o nome da Seleção Brasileira. Porém, curiosamente, nunca houve uma série limitada com o nome da UEFA Champions League, o principal campeonato de clubes da Europa. Isso muda agora com o Nissan Kicks, que estreia uma série especial que carrega o nome e o logotipo da Liga dos Campeões.
Segundo a Nissan, a negociação durou muito tempo e só a filial brasileira conseguiu fechar o acordo. Foram meses para discutir pequenos detalhes, como a cor do logotipo, se ele seria um emblema colado ou apenas pintado na carroceria e mais. Aplicaram as mudanças visuais na versão SV Pack Plus, com a mesma lista de equipamentos, vendendo-a por R$ 96.190.
Como comprar versões especiais depende do gosto do cliente e da oferta feita (se ela encalha, logo ganha descontos), é mais interessante avaliar o Kicks como equivalente à versão SV Pack Plus e tratar a mudança visual como se fosse um opcional de R$ 1.800. Veja quais são os pontos positivos e negativos do SUV compacto:
O Nissan Kicks faz uma boa combinação entre o motor 1.6 de 114 cv e o câmbio CVT, favorecida pelo baixo peso de 1.142 kg. Isso faz com que o SUV tenha um fôlego interessante na cidade e consuma muito pouco. Em nossos testes, o Kicks registrou 7,8 km/litro de etanol na cidade e 11 km/l na estrada. São valores muito próximos aos de rivais com motores turbo de menor cilindrada, o que o coloca entre os melhores do segmento em consumo.
A leveza do Kicks tem outro efeito: ele se comporta quase como um hatchback. O motor 1.6 e o câmbio CVT trabalham bem quando estamos na cidade, pelo bom escalonamento das marchas simuladas da transmissão, e mostrando boa aceleração até os 100 km/h – pelo nosso teste, precisa de 5,2 segundos para chegar aos 60 km/h e 11,6 s para bater os 100 km/h.
Exibe também competência como crossover. Tem vão livre de 200 milímetros, permitindo que ultrapasse a maioria dos obstáculos sem problemas. A suspensão é bem ajustada e faz o Kicks rodar de maneira suave mesmo em pisos ruins. Ainda conta com um sistema eletrônico de controle de inclinação da carroceria, mantendo o carro na mão em curvas, além do controle de estabilidade. A direção elétrica também ajuda, com leveza e rapidez nas manobras.
Tem crossover que você olha por fora e ele parece grande, mas por dentro... Não é o caso do Kicks, que está entre os melhores no quesito espaço. Seu porta-malas tem capacidade para 432 litros, perdendo somente para Honda HR-V (437 litros), Renault Duster (475 litros) e Renault Captur (437 litros). Mesmo a cabine é bem espaçosa, com área de sobra para quatro passageiros adultos viajarem confortavelmente.
Sim, dissemos que o Nissan Kicks é um carro econômico e tem rendimento muito bom para o segmento. O problema é que ele possui um tanque de somente 41 litros, incompatível com um SUV que pode ser abastecido com etanol. Fazendo 7,8 km/l, significa que ele vai rodar por apenas 320 km na cidade. Mesmo o Hyundai Creta 2.0, que faz 6,3 km/l e tem um tanque de 55 litros, consegue uma autonomia de 347 km. Se o Kicks tivesse ao menos 50 litros, como é a norma do segmento, chegaria perto dos 400 km de autonomia, sendo muito mais adequado.
O Kicks é vendido com apenas uma opção de motor: o 1.6 de 114 cv a 5.600 rpm e 15,5 kgfm a 4.000 rpm. Na cidade, ele é até suficiente, aproveitando o baixo peso do carro para ter boas acelerações. Só que ele fica devendo na estrada. Uma retomada de 40 a 100 km/h leva 8,8 segundos, ganhando somente do Renegade 1.8. A mesma coisa acontece em uma retomada de 80 a 120 km/h, precisando de 8,9 s. Agora imagine como ele fica quando totalmente carregado, com cinco pessoas e porta-malas cheio, precisando ultrapassar uma carreta?
O Nissan Kicks não é mal equipado, muito pelo contrário. Na versão SV Pack Plus, traz controle de estabilidade e tração, central multimídia com tela de 7” e função Android Auto e Apple CarPlay, seis airbags, rodas de liga leve de 17”, câmera de ré, sensor de estacionamento, bancos de couro, chave presencial, acabamento de couro para as portas, entre outros itens.
Só que fica devendo alguns itens de conforto que são comuns até em carros mais baratos. É o caso do piloto automático, não oferecido em nenhuma versão, e da opção de trocas manuais para o câmbio. Para piorar, a transmissão é desenvolvida pela Nissan e usada pela Renault no Captur, que tem essas duas coisas que não encontramos no Kicks...
MOTOR | dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.598 cm3, duplo comando variável na admissão, flex |
POTÊNCIA/TORQUE | 114 cv a 5.600 rpm / 15,5 kgfm a 4.000 rpm |
TRANSMISSÃO | automática CVT com simulação de 7 marchas; tração dianteira |
SUSPENSÃO | independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira |
RODAS E PNEUS | liga-leve aro 17" com pneus 205/55 R17 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e tambor na traseira com ABS e EBD |
PESO | 1.142 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.295 mm, largura 1.760 mm, altura 1.590 mm, entre-eixos 2.610 mm |
CAPACIDADES | tanque 41 litros; porta-malas 432 litros |
PREÇO | R$ 96.190 |
MEDIÇÕES MOTOR1 BR | ||
---|---|---|
Nissan Kicks SV | ||
Aceleração | ||
0 a 60 km/h | 5,2 s | |
0 a 80 km/h |
8,0 s |
|
0 a 100 km/h | 11,6 s | |
Retomada | ||
40 a 100 km/h em S | 8,8 s | |
80 a 120 km/h em S | 8,9 s | |
Frenagem | ||
100 km/h a 0 | 41,9 m | |
80 km/h a 0 | 26,1 m | |
60 km/h a 0 | 14,2 m | |
Consumo | ||
Ciclo cidade | 7,8 km/l | |
Ciclo estrada | 11,0 km/l |
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