A nova geração do Jetta chegou ao Brasil com uma proposta distinta da anterior. Maior e mais confortável, o sedã que era conhecido pela tocada esportiva abriu mão de parte de sua personalidade em busca dos consumidores do líder Toyota Corolla. Acontece que os antigos fãs parecem não ter curtido a mudança, além dos preços terem ficado acima dos rivais japoneses. O resultado é que a VW está vendendo o Jetta com até R$ 10 mil de bônus e ainda lançou uma versão de entrada, chamada simplesmente de 250 TSI, tabelada a R$ 99.990. É esta que testamos agora.

Prós

Nada muda na mecânica deste Jetta em relação aos modelos Comfortline e R-Line. Isso significa que ele mantém como destaque o motor 1.4 TSI, com turbo e injeção direta, que entrega 150 cv de potência e 25,5 kgfm de torque. Já conhecido do antigo Jetta, do Golf e agora no T-Cross, o propulsor atende bem ao sedã médio, especialmente em médias rotações. Empurrando com força total desde 1.400 rpm, permite acelerações e retomadas mais rápidas que nos rivais 2.0 aspirados, como Corolla e Civic: 0 a 100 km/h em 9,1 segundos e retomada de 80 a 120 km/h em 6,2 segundos. A velocidade máxima é de 210 km/h. Para completar, obteve boas médias de consumo: 8,5 km/litro na cidade e 13,4 km/l na estrada, com etanol.  

A troca de geração do Jetta deu a ele dimensões generosas, passando a mais de 4,7 metros de comprimento e quase 2,69 m de entre-eixos. Esse crescimento fica evidente na cabine, que ficou claramente mais larga e com o banco traseiro mais distante dos assentos da frente. Mesmo dois adultos altos se acomodam com conforto na parte traseira do sedã, além de os bancos serem cômodos e confortáveis. O porta-malas, com 510 litros, também é dos maiores da categoria.  

Embora seja a versão de acesso, ela vem bem equipada. Mantém itens desejados, como o ar-condicionado digital de duas zonas, os faróis de LED e a central multimídia de 8", além dos sensores de chuva, luz e de estacionamento (na frente e atrás). Também segue com 6 airbags (frontais, laterais e de cortina) e os controles de tração e estabilidade com assistente de partida em rampa. Freio de estacionamento eletrônico e até o apoio de braço traseiro também são de série. Na prática, fica devendo apenas o revestimento de couro nos bancos e volante, e uma câmera de ré. Por fora, pode ser identificado pelas rodas menores (aro 16" com desenho sem graça) e pela ausência dos faróis de neblina. Nada, porém, que não possa ser mudado depois.  

Contras

O motor 1.4 TSI estreou no Brasil sob o capô do Audi A1, ainda na versão de 122 cv. Depois veio no Golf importado da Alemanha, com 140 cv e acoplado ao câmbio DSG de 7 marchas. Problemas de ruído e durabilidade, no entanto, levaram a VW a substituir o DSG pelo antigo Tiptronic de 6 marchas na versão nacional do Golf e do Audi A3. Apesar de confiável, esta transmissão não está à altura do propulsor, com demora nas respostas e algumas reduções exageradas. Melhora no modo Sport, mas ainda faltam as borboletas no volante - inclusive na versão R-Line. O ideal seria ter o câmbio DSG de 6 marchas do Tiguan 1.4 TSI (caixa úmida em vez do antigo DSG seco de 7 marchas) ou mesmo o novo automático de 8 marchas que equipa este novo Jetta nos EUA.   

 

O antigo Jetta era o sedã de quem gostava de dirigir, além de ter um visual sóbrio, mas duradouro e com personalidade. Isso se perdeu um pouco com a nova geração, que ganhou uma dianteira que lembra o Passat (embora menos feliz) e uma traseira que parece um Virtus tamanho GG. Também perdeu a suspensão traseira multilink, substituída por um trivial eixo de torção, acompanhado de uma calibração mais macia. O Jetta cotinua bem postado à estrada em altas velocidades, mas balança mais nas curvas, especialmente em sequências em "S", quando tem de fazer a transição da carroceria de um lado para o outro.

 

O atual Jetta encara dois rivais dentro da própria concessionária - o que não acontecia com o antigo. Abaixo dele, o Virtus Highline completo já tem o painel digital e bom espaço, por significativamente menos dinheiro (R$ 88.570 com todos os opcionais). Exatamente pelo mesmo valor do sedã médio de entrada (R$ 99.990), a VW também vende o T-Cross Comfortline, que tem menor espaço e motor menos potente (1.0 TSI de 128 cv), mas pertence ao segmento da moda. Cá para nós, no entanto, o Jetta de entrada é o melhor VW na faixa dos R$ 100 mil. E negociando desconto talvez ainda dê para levar a versão Comfortline...

Ficha Técnica - VW Jetta 250 TSI

MOTOR dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 16 válvulas, 1.395 cm3, duplo comando, injeção direta turbo, flex
POTÊNCIA/TORQUE

150 cv a 5.500 rpm; 25,5 kgfm de 1.400 a 3.500 rpm

TRANSMISSÃO câmbio automático de 6 marchas, tração dianteira
SUSPENSÃO independente McPherson na dianteira e eixo de tração na traseira
RODAS E PNEUS liga-leve aro 16" com pneus 205/60 R16
FREIOS discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS e ESP
PESO 1.331 kg em ordem de marcha
DIMENSÕES comprimento 4.702 mm, largura 1.799 mm, altura 1.474 mm, entre-eixos 2.688 mm
CAPACIDADES porta-malas 510 litros, tanque 50 litros
PREÇO  R$ 99.990
MEDIÇÕES MOTOR1 BR
    VW Jetta 1.4 TSI
  Aceleração  
  0 a 60 km/h 4,2 s
  0 a 80 km/h 6,3 s
  0 a 100 km/h 9,1 s
  Retomada  
  40 a 100 km/h em S 6,8 s
  80 a 120 km/h em S 6,2 s
  Frenagem   
  100 km/h a 0 40,5 m
  80 km/h a 0 25,1 m
  60 km/h a 0 14,3 m 
  Consumo  
  Ciclo cidade 8,5 km/l 
  Ciclo estrada 13,4 km/l

Galeria: Volkswagen Jetta 250 TSI 2019

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