Até então tínhamos dirigido a L200 Triton Sport apenas em eventos da Mitsubishi, boa parte em trilhas leves para testar a capacidade fora-de-estrada da picape média. Mas sabemos que a convivência diária e nossos testes instrumentados complementam qualquer impressão anterior. Para isso, a marca nos forneceu a versão de topo da L200 Triton Sport, a HPE-S, apresentada em 2018 com a nacionalização da linha completa. Custa R$ 184.990.
Esta geração da L200 Triton Sport data de 2015 - o que, em comparação com suas principais concorrentes, é até atual. Na época do lançamento nacional, em 2016, a Mitsubishi mostrou uma carroceria "pelada" para apresentar metais nobres e mais leves na construção, mas a grande inovação apareceu no motor. Em sua categoria, é a única a ter motor turbodiesel totalmente feito em alumínio (bloco e cabeçote), o que reduz o peso do conjunto. O 2.4 tem variador de abertura de válvulas (MIVEC) e rende 190 cv e 43,9 kgfm de torque.
A versão HPE-S traz uma grade dianteira diferente das demais versões, mas mesmo assim o visual da picape divide opiniões. Em sua maioria, quem a olha prefere o visual da geração anterior, com identidade mais definida. Os faróis são de xenônio e as rodas, de 17". Por fora, estes são os detalhes que a diferenciam das demais versões.
Por dentro, a L200 é bem simples, principalmente se for comparada com suas concorrentes nas versões mais caras. Os bancos são em couro, mas o painel de instrumentos é quase básico, apenas com dois mostradores redondos (velocímetro e conta-giros) e uma tela digital para computador de bordo, nível de combustível e temperatura do motor. É um acabamento simples, com plástico rígido, que pode funcionar para as versões mais baratas, mas que precisaria de mais requinte para uma topo de linha de mais de R$ 180 mil. Os detalhes em piano black e prata tentam disfarçar a simplicidade do ambiente.
O fato mais curioso é que a L200 ainda usa um câmbio automático de 5 marchas (o manual de seu catálogo tem 6), enquanto a concorrência tem até 8 marchas - e seu SUV, o Pajero Sport, tem também uma caixa com 8 marchas. No uso diário, não é um fator que atrapalhe. As trocas são suaves, sem trancos, e o motor tem força para responder ao acelerador, com um leve turbolag característico dos motores turbodiesel. O consumo foi quase o mesmo da Frontier (9,7 km/l versus 9,6 km/l), que usa um motor 2.3 com 190 cv e 45,9 kgfm de torque com um câmbio automático de 7 marchas. Na estrada, justamente pela ausência de mais marchas na Mit, o consumo da Nissan foi melhor, com 12,5 km/l, contra 11,9 km/l.
Usamos a Frontier como comparação por ter o motor com números de potência e torque mais próximos aos da L200 Triton Sport. Ponto para a Mitsubishi é que ela foi mais rápida nas acelerações (10,9 s de 0 a 100 km/h) e na retomada 40 a 100 km/h, ficando atrás apenas na 80 a 120 km/h.
Mas é no sistema de tração que a L200 se destaca. É a única do segmento que tem, além do modo 4x2 e 4x4 tradicional, um 4x4 High que pode ser utilizado no asfalto, por exemplo, em situações de pista molhada ou de baixa aderência. Além disso, oferece bloqueio do diferencial, reduzida e assistente de descida. O mesmo vale para a suspensão que, se na cidade é um pouco rude, na terra se revela parruda mesmo passando sem dó na buraqueira. Como na maioria das picapes do segmento, a direção hidráulica é pesada e dá solavancos nas mãos do motorista em obstáculos (uma direção responsiva é diferente de uma direção que absorve mal as imperfeições). Um sistema elétrico seria mais eficiente neste ponto, além de ajudar na economia de combustível.
A L200 Triton Sport HPE-S custa R$ 184.990. Entre os equipamentos de série, destaque para o ar-condicionado de duas zonas, faróis de xenônio, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas e de descida, sete airbags (dianteiro, laterais, de cortina e de joelho para motorista), bancos em couro (elétrico para o motorista), sistema multimídia com espelhamento de smartphones (Apple CarPlay e Android Auto) e câmera de ré.
Em tempos que as picapes médias se tornaram objeto de luxo, a L200 Triton Sport é uma boa opção pensando na capacidade fora-de-estrada e resistência, mas perde pontos quando olhamos a parte cosmética e tecnológica da coisa, como acabamento e alguns luxos que as concorrentes já oferecem. A nova geração da Mit já foi lançada no exterior, com design arrojado e melhorias internas, mas deve chegar aqui somente no final do ano que vem.
MOTOR | dianteiro, longitudinal, 4 cilindros em linha, 16 válvulas, turbo e injeção direta, 2.442 cm3, diesel |
POTÊNCIA/TORQUE |
190 cv a 3.500 rpm; 43,9 kgfm a 2.000 rpm |
TRANSMISSÃO | câmbio automático de 5 marchas, tração traseira (4x2), 4x4 e 4x4 reduzida com bloqueio do diferencial traseiro |
SUSPENSÃO | independente de braços sobrepostos na dianteira e eixo rígido com feixe de molas na traseira |
RODAS E PNEUS | liga-leve aro 17" com pneus 265/65 R17 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e ESP |
PESO | 1.950 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 5.280 mm, largura 1.820 mm, altura 1.795 mm, entre-eixos 3.000 mm |
CAPACIDADES | caçamba 1.046 litros; carga útil: 1.000 kg; tanque 75 litros |
PREÇO | R$ 184.990 |
MEDIÇÕES MOTOR1 BR | ||
---|---|---|
L200 Triton Sport | ||
Aceleração | ||
0 a 60 km/h | 4,5 s | |
0 a 80 km/h | 7,3 s | |
0 a 100 km/h | 10,9 s | |
Retomada | ||
40 a 100 km/h em D | 8,9 s | |
80 a 120 km/h em D | 8,8 s | |
Frenagem | ||
100 km/h a 0 | 43,7 m | |
80 km/h a 0 | 27,5 m | |
60 km/h a 0 | 15,4 m | |
Consumo | ||
Ciclo cidade | 9,7 km/l | |
Ciclo estrada | 11,9 km/l |
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