Para comemorar seus 50 anos, a Toyota Hilux passou por uma leve reestilização. Porém, as principais novidades ficaram para as versões mais caras. O que não é o caso desta SR 2.7 4x2 AT, a mais acessível da linha com cabine dupla e câmbio automático. Pode ser sua por R$ 117.990, quase o mesmo preço de uma Fiat Toro 2.4 flex.
As mudanças da linha 2019 para a Hilux SR flex se limitam ao novo para-choque dianteiro, que ficou maior e mais imponente, com destaque para a grade dianteira e os novos faróis de neblina. E só. Por dentro, nem o painel traz o novo grafismo, mantendo o mesmo já conhecido com a tela azul para o computador de bordo. As rodas de 17" também mantiveram o desenho. Ao menos há três airbags (dois frontais e o de joelho para o motorista) e luz de condução diurna halogena no farol.
O segmento de picapes médias é forte em algumas regiões do Brasil. Aos que não podem pagar os altos preços das versões turbodiesel, há as flex que, com câmbio automático, aliam trabalho e conforto. A Hilux SR usa o motor 2.7 aspirado com duplo comando de válvulas variável que entrega até 163 cv de potência e 25 kgfm de torque. Podem parecer números animadores, mas vamos lembrar que a picape pesa, em ordem de marcha, 1.880 kg. Ou seja, vazia ela se locomove dentro do esperado, mas isso muda de figura ao se carregar passageiros ou algo na caçamba.
Não cheguei a colocar peso na caçamba (com capacidade para 830 kg e protetor como item de série), mas com cinco passageiros adultos na rodovia, ela pede reduções de marcha para manter velocidade mesmo em leves aclives. Ultrapassagens também precisam ser bem calculadas - a retomada de 80 a 120 km/h é feita em 10,7 segundos, com carro apenas com motorista durante nossos testes instrumentados. Na cidade, a Hilux até arranca bem e para seu peso/torque, e consegue desenvolver velocidade de cruzeiro nas vias rápidas para acompanhar o fluxo. Mas esse não é seu ambiente preferido, já que são mais de 5 metros de comprimento e quase dois metros de largura, que parecem ainda maiores na hora de estacionar com a direção hidráulica pesada - ao menos há câmera de ré e bom ângulo de esterço. Outro ponto que coloca em julgamento ter uma picape média flex é seu consumo, com 4,5 km/l na cidade e 6,3 km/l na estrada quando abastecida com etanol.
Em compensação, a Hilux tem a capacidade de passar por buracos, valetas e ser confortável em longas viagens, principalmente graças à posição de visualização da via elevada sem ter a posição de dirigir com os joelhos flexionados. Apesar do pula-pula característico de picapes com feixe de molas na traseira, a suspensão filtra bem os impactos, ajudada pelas rodas de 17" com altos pneus 265/65. Mas não abuse nas curvas, pois a carroceria inclina bem, a dianteira escapa com certa facilidade e, nesta versão, não há controles de tração e estabilidade.
Apesar de ser uma versão intermediária, a Hilux SR tem bom acabamento. Peças bem encaixadas com plásticos de qualidade habitam o interior, com design bem próximo das versões mais caras. Mas uma velha reclamação ainda precisa ser feita. O software da central multimídia é confuso, difícil de operar e com respostas lentas, além de não haver espelhamento de smartphones.
Em termos de equipamentos, a Hilux SR tem direção hidráulica com regulagem de altura e profundidade, computador de bordo, ar-condicionado, conjunto elétrico, rodas de 17", piloto automático, faróis de neblina e sistema multimídia com tela de 7". Faltam os controles de tração e estabilidade e assistente de partida em rampas, itens que a S10 2.5 LT AT 4x2, que custa o mesmo e é sua principal concorrente, traz.
A compra de uma Hilux SR flex automática é guiada pela exclusiva necessidade de ter o espaço da caçamba de uma picape média sem abrir mão do conforto do câmbio automático, porém com orçamento mais apertado - uma Hilux diesel, versão SR AT, custa R$ 160.490 com tração 4x4. Fora isso, você precisa mesmo de uma picape assim? Pense bem, há boas opções nesta faixa de preço em outros segmentos...
Fotos: autor
MOTOR | dianteiro, longitudinal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, 2.694 cm3, duplo comando variável, flex |
POTÊNCIA/TORQUE | 159/163 cv a 5.000 rpm / 25 kgfm a 4.000 rpm |
TRANSMISSÃO | automática de 6 marchas, tração traseira |
SUSPENSÃO | independente com braços sobrepostos e molas helicoidais na dianteira e eixo rígido com feixe de molas na traseira |
RODAS E PNEUS | liga-leve aro 17″ com pneus 265/65 R17 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e tambor na traseira com ABS e EBD |
PESO | 1.880 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 5.315 mm, largura 1.855 mm, altura 1.815 mm, entre-eixos 3.085 mm |
CAPACIDADES |
tanque 80 litros; capacidade de carga 830 kg |
PREÇO | R$ 117.990 |
MEDIÇÕES MOTOR1 BR | ||
---|---|---|
Toyota Hilux SRV 2.7 Flex | ||
Aceleração | ||
0 a 60 km/h | 5,7 s | |
0 a 80 km/h | 9,0 s | |
0 a 100 km/h | 13,6 s | |
Retomada | ||
40 a 100 km/h em D | 9,2 s | |
80 a 120 km/h em D | 10,7 s | |
Frenagem | ||
100 km/h a 0 | 43,9 m | |
80 km/h a 0 | 27,6 m | |
60 km/h a 0 | 15,3 m | |
Consumo | ||
Ciclo cidade | 4,5 km/l | |
Ciclo estrada | 6,3 km/l |
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