Apresentado no Salão de Turim (Itália) há duas semanas, o Jeep Renegade 2019 ganhou leves atualizações visuais e, o mais importante, estreou a nova gama de motores turbo a gasolina da FCA. Agora já tivemos a chance de andar no SUV na Espanha. Ele será lançado na Europa em setembro e chega ao Brasil em seguida, antes do Salão do Automóvel, que acontecerá em novembro.
Além das mudanças estéticas e melhoras nos equipamentos, a principal novidade do Renegade 2019 é a nova linha de motores a gasolina. Estes novos propulsores irão aposentar os que são utilizados atualmente na Europa (1.6 E.torQ e 1.4 Fire turbo), enquanto aqui no Brasil seguiremos mais um tempo com o 1.8 E.torQ, que deve ser atualizado para melhorar seu rendimento. Fontes ligadas à marca dizem que ainda estão fazendo as contas para encontrar uma forma de trazer a motorização turbo ao Renegade nacional, mas isso não tem data para acontecer.
À primeira vista, encontramos o conhecido Renegade de 4,2 metros de comprimento, cuja carroceria tem uma linha inspirada pelo último Jeep Wrangler. A princípio, usar como referência um dos poucos SUVs de verdade do mercado parece ser uma boa ideia. Esteticamente, a forma mais fácil de identificar o novo Renegade é pelos faróis e lanternas, além das rodas de liga leve de 19 polegadas com desenho inédito. Os conjuntos óticos adotam LED, com os faróis dianteiros usando esses diodos de luz no contorno redondo da peça.
Por dentro, a principal mudança está no centro do painel. Traz uma nova central multimídia com tela de 8,4 polegadas, a mesma que é utilizada no Jeep Compass. Os comandos do ar-condicionado têm novo desenho, utilizando mais botões separados e controles redondos menores, também vindos do SUV médio da marca. De resto, é o mesmo Renegade que conhecemos, com uma boa posição de dirigir (já que podemos colocar o assento bem baixo), e bom espaço para adultos no banco traseiro. O porta-malas do modelo europeu tem 351 litros, por usar um estepe de uso temporário - o pneu sobressalente de tamanho convencional opcional.
O Jeep Renegade 2019 trocou toda a linha de motores a gasolina para três novas opções, e manteve os modelos diesel - todos eles turbo e com injeção direta, que cumprem a nova norma de emissões na Europa. A fabricante ainda não revelou os dados de consumo oficiais, mas as primeiras informações dizem que a eficiência melhorou 20%, no melhor dos casos.
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Os modelos a gasolina utilizam a versão turbo dos motores Firefly desenvolvidos no Brasil. Foram batizados por lá de MultiAir III. O Renegade de entrada usa o 1.0 de três cilindros, com 120 cv de potência e 19,3 kgfm de torque. Logo acima vem o 1.3 de quatro cilindros, em duas versões, de 150 cv e 180 cv, ambas com torque de 27,5 kgfm.
Passando para os turbodiesel, continua com o MultiJet II, que recebeu um catalizador de oxidação seletiva SCR, com injeção de AdBlue (uma solução de ureia, da mesma forma que o Arla dos caminhões). Está disponível nas versões 1.6 de 120 cv e 2.0 de 140 cv ou 170 cv.
Dependendo da motorização escolhida, a tração pode ser dianteira ou nas quatro rodas, com câmbio manual de 6 marchas, automatizada DCT de dupla embreagem e 6 posições, ou automática com conversor de torque de 9 marchas.
Durante a apresentação internacional, pudemos experimentar as versões 1.0 de 120 cv e 1.3 de 150 cv, além de alguns poucos quilômetros na terra com o 2.0 turbodiesel de 170 cv. No caso da versão menos potente, associada com com o câmbio manual, ela é mais recomendado para andar na cidade, já que o motor tricilíndrico consegue mover o Renegade com agilidade, não faz muito barulho e tem boas respostas em baixas e médias rotaçoes.
Porém, em condições reais, seu consumo não se revelou muito baixo, por volta dos 7,5 km/l. E, se for andar nas rodovias com frequência, saiba que perde desempenho a partir dos 120 km/h, ou seja, tem mais pegada urbana. Pela ficha técnica divulgada pela Jeep, o Renegade 1.0 turbo pode chegar a 185 km/h e acelerar de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos.
Passando para a versão 1.3 de 150 cv, ela se mostrou a mais equilibrada para todas as situações, assim como a mais refinada e com uma aceleração muito mais decidida, o que facilita manobras de ultrapassagem. Nesta configuração, O Renegade utiliza uma nova transmissão DCT de dupla embreagem e seu desempenho é bom o suficiente para andar pelas estradas sem esforço. É a mais cotada para vir ao Brasil, uma vez que também irá equipar as versões topo de linha dos Fiat Argo e Cronos, já em configuração flex. A potência, pelo que soubemos, deverá ficar em torno dos mesmos 150 cv do modelo europeu.
O último modelo testado foi o 2.0 turbodiesel de 170 cv, mas não pudemos chegar a uma conclusão se está melhor. Como só andamos com ele em um trajeto off-road, a única coisa que conseguimos avaliar foi o desempenho do torque máximo de 35,7 kgfm enquanto andamos pelas provas de dificuldade moderada. O Renegade Trailhawk superou os obstáculos com facilidade, aproveitando a tração nas quatro rodas Active Drive Low.
Dinamicamente, devemos destacar o equilíbrio geral do carro, juntando dinamismo e comodidade, tanto no asfalto quanto fora dele. Dito isto, ainda que a carroceria não transmita a percepção de oscilar muito nas curvas, pude notar um pouco de inclinação em freadas médias e fortes.
Outro aspecto que chamou a atenção é a dureza de alguns elementos, como a direção elétrica e a alavanca de seta, que talvez queiram manter o caráter robusto da empresa, mas que incomoda na comparação com alguns de seus rivais, que são muito mais suaves.
Na versão a diesel, o sistema de tração 4x4 não tem novidades: segue com a primeira marcha reduzida no câmbio de 9 posições e as 5 opções de terreno para escolher: Automático, Neve, Areia, Lama e Pedra (versão Trailhawk), além do bloqueio automático da tração integral, dividindo a força igualmente entre os eixos.
Entre os itens de segurança, podemos destacar quatro: alerta de saída de faixa, reconhecimento de sinais de tráfego, frenagem automática de emergência e o assistente de estacionamento (este já existente na versão nacional). Agora resta saber o que a FCA vai trazer ao Renegade 2019 nacional, visto que fontes ligadas à empresa já disseram que "o motor 1.8 E.torQ ainda tem lenha para queimar..."
Fotos: divulgação
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