Peculiar. É difícil pensar em um termo que defina melhor um carro como o novo Hyundai Veloster. Continua com o mesmo estilo chamativo e cativante que atraiu as pessoas quando foi lançado, mas agora ele cresceu um pouco. O novo Veloster é mais refinado, aguçado e, graças a um cuidado maior da engenharia, tornou-se um produto mais desejável do que nunca.
A primeira coisa que você ira notar é seu novo design. É difícil não se apaixonar pelas linhas fortes do Veloster, especialmente quando ele tem a pintura em dois tons, com o vermelho Racing e detalhes em preto, como o modelo das fotos deste texto - uma das seis novas opções de cor adicionadas em 2019. O Veloster é facilmente um dos carros mais bonitos e estilosos de seu segmento, principalmente na versão Turbo com linhas mais esportivas e rodas de 18 polegadas.
O novo design destaca a grade cascata da Hyundai, utilizada por diversos modelos da marca coreana, como o novo Elantra e o i30. Um difusor esculpido e cortinas de ar funcionais continuam a dar um aspecto agressivo à frente do Veloster, enquanto a saída dupla de escapamento na posição central e as lanternas em LED melhoram os ângulos da traseira.
A mesma coisa acontece do lado de dentro. A cabine foi totalmente renovada, com acabamento em duas cores, usando preto e branco, assentos esportivos - revestidos com tecido confortável ou couro macio de alta qualidade - e um layout feito com foco no motorista. É uma melhoria considerável sobre o modelo anterior, mas está longe de ser perfeita.
A cabine ainda conta com muitas peças de plástico duro, particularmente nos painéis das portas e no painel central, e é bem apertado para os passageiros. Colocar os meus 1,80 metros de altura nos bancos traseiro foi difícil e nem um pouco confortável em comparação a sentar no banco do motorista. E, não importa a versão, o carro não vem com ajustes elétricos para os assentos.
Em termos de motorização, o Veloster não mudou tanto assim por lá. Utiliza os mesmos 1.6 turbo e 2.0 aspirados, mas com nova preparação que gera ainda mais potência, principalmente no modelo turbo. Ou seja, nada de usar 1.6 aspirado de 128 cv que também equipa o HB20.
O 1.6 turbo do Veloster Turbo agora tem 26,7 kgfm de torque a apenas 1.500 rpm (antes eram 1.750 rpm) - e ele mostra muito bem este torque. O Veloster dispara como um pequeno foguete e continua a jogar força nas rodas até a sexta marcha. Mesmo com somente 204 cv, nunca parece ter pouca potência.
A versão R-Spec turbo que eu guiei pela maior parte do dia utiliza apenas um câmbio manual de 6 marchas, como é natural para um carro de apelo esportivo. A versão Premium Turbo pode ser equipada com uma transmissão automatizada de dupla embreagem e 7 marchas, refinada, e que faz trocas rápidas (e que eu dirigi um pouco no final do dia) - porém o modelo manual reina supremo em termos de diversão. O câmbio é especialmente afiado nas trocas. É fácil mudar a marcha rapidamente e a embreagem é macia e generosa, evitando danos ao soltá-la rápido demais.
Nas ruas sinuosas da área urbana de Austin (Texas), o Veloster Turbo mostrou ser muito agressivo. A suspensão multi-link na traseira tem um ajuste mais firme e ajuda a manter o carro bem grudado no chão, enquanto o volante ganha muito peso ao acionar o botão Sport. Não é afiado como o Volkswagen Golf GTI, ou naturalmente atlético como o Honda Civic Si. O volante, embora pesado e rápido, é um pouco nervoso em curvas rápidas e não transmite muita confiança.
A diversão ao guiar combina com um monte de tecnologia. Neste caso, vem com Apple CarPlay e Android Auto, assim como central multimídia de 7" (com uma tela de 8" como opcional). Não é a mais refinada do segmento, com um layout bagunçado e difícil de navegar devido à resposta lenta aos toques, parecendo mais um produto colocado fora das concessionárias - ainda assim, não é uma completa decepção, já que pode ser controlada pelo volante.
Dado seu foco na performance, você pode achar que a segurança não será tão importante assim no Veloster. O hatch vem com assistente de permanência em faixa e sistema anti-colisão - é capaz de ficar na faixa de forma impressionante, mantendo o veículo perfeitamente alinhado sem ficar pulando de um lado para o outro. Tem alerta de atenção para o motorista, monitor de ponto cego, alerta de tráfego cruzado e faróis altos adaptativos, todos como opcionais, o que aumenta o nível de segurança do Veloster.
O modelo mais barato do Veloster - com motor 2.0 e câmbio manual de 6 marchas - começa a razoáveis US$ 18.500 (cerca de R$ 68,5 mil). No entanto, em termos de desempenho que cabe no bolso, o modelo R-Spec por US$ 22.900 (R$ 84,9 mil) é o melhor. É mais barato do que rivais menos potentes, como o Mini Cooper S (US$ 26.400, o que dá cerca de R$ 97,9 mil) e mesmo sedãs mais esportivos como o Honda Civic Si (US$ 24.100, aproximadamente R$ 89,3 mil). E embora tenha menos potência do que o Golf GTI, é mais de US$ 3.500 (R$ 12,9 mil) mais barato. Se você quiser o mais equipado, será o Turbo Ultimate com transmissão DCT de 7 marchas, que sobe bastante no preço, custando US$ 28.150 (R$ 104,4 mil).
No fim das contas, o novo Hyundai Veloster 2019 aparece como algo único para o segmento. Se quiser algo mais básico ou um pouco blasé, você pode acabar de olho no Golf GTI - mas se quiser algo com design peculiar, muita diversão ao volante e mais tecnologias de segurança, o Veloster Turbo é o hot hatch para você.
Fonte: Hyundai
2019 Hyundai Veloster Turbo
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