A Volvo está feliz no Brasil. Com os SUVs XC90 e XC60, registra uma onda de crescimento importante para uma marca que, vamos concordar, não tem a mesma força das alemãs por aqui. Apesar do novato XC40 ser o menor SUV da empresa sueca, sua missão é grande. Com estilo diferente e apostando nos preços e alguns equipamentos, seu papel é colocar uma dúvida na cabeça dos compradores de Audi Q3, BMW X1 e Mercedes-Benz GLA, além de fazer frente ao também novo Jaguar E-Pace.
A Volvo trata seus SUVs de forma diferente. Segundo a marca, cada um deles atende a uma faixa de consumidores completamente diferente (em idade e faixa salarial), então o XC40 já começa diferente dos dois irmãos maiores na plataforma. No lugar da SPA, está a nova CMA, projetada para modelos menores tanto da Volvo quanto da Geely, sua proprietária chinesa.
A CMA é para modelos menores, mas não tão simples. Na estrutura, há seis graduações diferentes de aços, inclusive alumínio, para garantir a integridade dos ocupantes em caso de acidente. A base também está pronta para a eletrificação, então veremos o XC40 híbrido ou elétrico em algum momento, inclusive no Brasil. Além disso, o desenho do XC40 traz alguns elementos comuns aos irmãos maiores, mas coloque ele ao lado do XC60 ou XC90 e perceba que há uma identidade própria.
O XC40, por enquanto, usa somente o motor 2.0 turbo. Na versão de entrada, T4, ele rende 190 cv e 30,6 kgfm de torque, enquanto nas T5 (Momentum e R-Design) ele produz 252 cv e 35,7 kgfm de torque, sempre com câmbio automático de 8 marchas. Na T4, a tração é dianteira, enquanto a T5 usa um sistema integral com distribuição sob demanda entre os eixos.
Se a Volvo está de olho em compradores dos alemães, a melhor forma de atraí-los é uma construção bem feita e um carro prazeroso de dirigir. E os engenheiros sabiam disso quando fizeram os primeiros cálculos do menor SUV sueco.
Entre no XC40 e perceba a mesma qualidade de acabamento encontrado nos demais Volvo. Você será pego de surpresa por um sistema de som que substitui os woofers das portas por espaço para objetos. E onde eles estão? Dentro do painel, com som saindo pelas saídas de ar. Mesmo nas versões que não são assinadas pela Harman Kardon, a qualidade surpreende. Por dentro, parece estar um passo além de Audi, BMW e Mercedes-Benz, principalmente com o painel de 12,3" configurável e pela tela multimídia de 9", item de série em todos os XC40.
Para a avaliação, a Volvo disponibilizou apenas as versões T5. Escolhi um Momentum, o mais básico, para os mais de 120 km rodados entre Balneário Camburiu e Florianópolis (SC). Me acomodo no banco de couro, com ajustes elétricos e duas memórias, e deixo o seletor de condução no modo Comfort. Mesmo assim, o acelerador responde rápido aos comandos, e a resposta do 2.0 turbo é bem clara (dá até uma leve puxada na direção). Por outro lado, nem dá para perceber as trocas de marchas do câmbio automático de 8 marchas.
No trecho sinuoso do roteiro, hora de selecionar o modo Dynamic. Aqui, o motor dá preferência por girar mais antes de trocas de marchas, e o acelerador fica sensível ao extremo. Dê meia carga e veja o XC40 disparar. Mas, se por um lado a suspensão bem calibrada segura a rolagem da carroceria, a direção elétrica se comunica pouco com o motorista e ganha pouco peso, principalmente fora do modo dinâmico - algo já observado no XC60 e XC90. Sua calibragem é totalmente voltada ao conforto, mesmo quando a tocada é esportiva.
A suspensão do XC40 também performa bem na função de filtrar o que chega ao interior. É mais silenciosa que a do XC60, por exemplo, mas ainda assim ainda se ouve algumas batidas (mais por conta das rodas aro 19" com pneus de perfil baixo). Em termos de ruídos, o que mais se escuta é rodagem quando o asfalto é mais áspero.
No banco traseiro, há bom espaço para as pernas pelos 2,70 m de entre-eixos. Mas colocar três pessoas ali será complicado pela largura e espaço para os ombros. O porta-malas tem capacidade para 460 litros e piso modular, que pode acomodar pequenos itens na parte de baixo e forma presilhas para sacolas quando levantado. Boas soluções.
A Volvo também quer brigar com os alemães com a arma "bolso". Em todas as versões, o pacote de itens de série já inclui o sistema de frenagem automática (veículos e pedestres), alerta de mudança de faixa, sistema de proteção à saída involuntária da estrada, assistentes de descida e de subida, além dos controles de tração e estabilidade e 7 airbags. Temos ainda ar-condicionado automático, sistema de som premium, multimídia de 9", painel digital de 12,3", faróis de LED, Volvo OnCall (2 anos inclusos), sensor de estacionamento traseiro e piloto automático. A oferta começa pela versão T4, de R$ 169.950.
O XC40 Momentum (a unidade avaliada) custa R$ 194.950 e coloca a mais sistema de som de 250W, carregador de celular por indução, ar-condicionado de duas zonas (e saída traseira), abertura de portas e partida com chave presencial, seletor de modo de condução, câmera de ré e rodas aro 19" (18" na T4). Já a versão R-Design, além do visual esportivo e suspensão mais rígida, adiciona teto-solar panorâmico, sensor de ponto-cego, piloto automático adaptativo, Pilot Assist (sistema que conduz o carro pela faixa), porta-malas elétrico, volante com borboletas para troca de marchas, sistema de som Harman Kardon, leitor de placas e sensores de estacionamento dianteiro e traseiro. Seu por R$ 214.950.
A Volvo afirma que o XC40 é o carro semi-autônomo mais barato do Brasil. Não se espante, já que por R$ 5 mil a mais todas as versões recebem o ACC e o Pilot Assist. Assim, o T4 chega aos R$ 174.950 com o sistema habilitado. Pelo conforto e segurança, vale a pena. E você pode escolher a cor do teto em branco (Momentum) ou preto (R-Design), além de 4 opções de cor do couro para o interior.
Com esse posicionamento, o XC40 começa mais caro que o Audi Q3 e o Mercedes-Benz GLA de entrada, mas com mais potência e equipamentos. A briga segue até a versão topo, mais barata que as top de BMW X1 e do próprio GLA, além de terminar sua tabela de preços antes da do Jaguar E-Pace começar.
Não à toa, a Volvo fala que o XC40 será responsável pelo aumento de 2 mil carros anuais nas vendas da marca, saindo das 4.000 para 6.000 unidades no Brasil. Duvidamos disso? Nem um pouco. A arma anti-alemão está carregada e pronta para atirar.
MOTOR | dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 1.969 cc, 16 válvulas, duplo comando variável, turbo, injeção direta, gasolina |
POTÊNCIA/TORQUE |
252 cv a 5.500; Torque: 35,7 kgfm de 1.800 a 4.800 rpm |
TRANSMISSÃO | automática de 8 marchas, tração integral |
SUSPENSÃO | independente McPherson na dianteira e independente multibraços na traseira |
RODAS E PNEUS | alumínio aro 19" com pneus 235/50 R19 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS |
PESO | 1.762 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.425 mm, largura 1.863 mm, altura 1.652 mm, entre-eixos 2.702 mm |
CAPACIDADES | tanque 54 litros, porta-malas 460 litros |
PREÇOS | R$ 194.950 |
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